tag:blogger.com,1999:blog-18897114978238348192024-02-20T13:46:15.674-08:00PsicanálisePsicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.comBlogger17125tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-2231998572761085892010-12-28T04:51:00.000-08:002010-12-28T04:51:52.604-08:00A Estrutura Significante e a Pulsão<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="color: #333333; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial;">Marcos Spagnuolo Souza</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="color: #333333; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial;">Resumo do capítulo “A estrutura significante e a pulsão” escrito por Antônio Quinet no livro intitulado “A descoberta do Inconsciente”</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">O que não foi aceito pelo consciente passa a ser representação recalcada constituindo o inconsciente. Recalque e inconsciente são, portanto, correlativos. Os recalques subsistem no inconsciente que se estrutura como uma linguagem da pulsão. O que foi recalcado ou não aceito pelo consciente fica no inconsciente em forma pulsional, ou seja, em forma de energia potencial. Esta energia potencial se manifesta em forma significante, isto é, em figuras, em símbolos que representam o pulsional. O significante é apenas uma forma esvaziada de sentido, como uma palavra estrangeira desconhecida ou o nome próprio que, embora designe nada signifique. É difícil separar pulsão de significante. A pulsão é o recalcado em forma de energia potencial inconsciente, sendo que está energia toma forma e estas formas são denominadas de significantes e os significantes não possuem sentido, são apenas significantes. O inconsciente não é pura articulação de significante. O significante é a manifestação da energia pulsional. A energia pulsional trabalhada ou não afeta diretamente a estrutura psíquica.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">O pulsional pode ser Eros e Tanatos. Do Eros brotam as flores da união, à aspiração ao Um, à vida, a reprodução. Do Tanatos brotam as flores do mal, onda a pulsação da vida é mordida pela morte, destruição, desunião, angustia e impulso que na vida só quer morrer. A pulsão de morte é o que vem fazer objeção ao Um da relação sexual de complementaridade prometida por Eros. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">O pulsional Eros e Tanatos se manifestam em formas significantes que surgem nos sintomas, nos sonhos e nos atos falhos. O sintoma, como um derivado do recalcado, é uma formação do inconsciente, ou seja, uma formação substitutiva do significante recalcado sendo, portanto, uma metáfora. O sintoma é uma atividade sexual, sendo o modo pelo qual o paciente goza. A pulsão se satisfaz no sintoma e logicamente o sintoma pode ser de vida ou de morte. Os atos falhos são diferentes dos sintomas, pois são manifestações pulsionais em que o sujeito repete ao invés de recordar. Os atos falhos equivalem a uma confissão do sujeito. Esses atos exprimem o que o sujeito tem a intenção de guardar para si, ao invés de transmitir aos outros. Nessa confissão, a dimensão do Outro está sempre presente: o sujeito envia, assim, sem querer querendo, uma mensagem inconfessa. O ato falho é, na verdade, bem-sucedido em dizer sobre o recalcado. O ato falho o sujeito endereça sua mensagem ao Outro e possui valor de verdade.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Para que os recalques possam emergir a psicanálise opera sobre o inconsciente, que dá prevalência ao significante, pois o significado nada mais é que outro significante que, junto com o primeiro, produz efeito de sentido. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Processo de análise é o processo de deciframento dessa articulação significante, que nada mais é do que um desdobramento, um desenrolar das cadeias de associação de significantes. O que mostra que quem faz a interpretação dos seus próprios sonhos é o sonhador. Quem interpreta é, portanto, o próprio sujeito, ao deixar-se vagar por suas associações. Na análise o analista não pode atribuir os seus próprios significados aos significantes do paciente. Necessário ouvir quais são os significados do analisado, ou seja, qual é a cadeia associativa que ele desenrola. Isso muda completamente a teoria da interpretação. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Da análise, espera-se que o paciente conheça os significantes primordiais que o determinaram em sua história e em sua vida a partir da decifração do inconsciente, para que possa deles se desalienar escapando de seu poder de comando. Para que o paciente tenha consciência dos seus significantes primordiais, o analista deve ter condições de oferecer um espaço propício para o inconsciente do paciente se manifestar. O analista para o paciente é o lugar onde o inconsciente se manifesta, o local onde o paciente dirige sua fala. O Outro como sendo o lugar de onde pode ser colocada a questão de sua existência, isto é: de sua sexualidade e de seu desejo, de sua procriação e de sua filiação, de sua existência e de sua morte, do destino que terá sido o seu, enfim. Outro, portanto: um lugar de questionamento do sujeito. O outro é um lugar, pois o Outro não é ninguém. O analista, prestando-se a ser o lugar, faz com que, através da associação livre, o inconsciente se presentifique e possa ser decifrado pelo próprio sujeito. Um paciente em análise dizia para o analista: “Eu sei que você não tem aí nenhuma função, a única coisa que você faz é me fazer falar; aí eu pensei cá comigo, que podia continuar sozinho. Até que entendi que a sua função é essencial, pois é nos momentos em que estou em casa pensando na análise, ou vindo para cá, ou aqui na análise, que começo a pensar as minhas coisas.” Pode parecer estranho, mas o inconsciente se presentifica na poltrona do analista. O inconsciente vai se situar nesse lugar. A função do analista é fazer existir o inconsciente, para que o próprio sujeito possa encontrar as cifras do seu destino, seus significantes mestres. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">O analista deixa o paciente em associação livre como sendo a única regra da psicanálise compatível com a decifração do inconsciente. Através da associação livre o paciente vai desenrolando as cadeias significantes até cair em uma formação de pensamento. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Propriedade do significante: A primeira propriedade indica que um significante não se define pelo significado e sim por outro significante, com o qual ele vai estar em oposição. O exemplo freudiano clássico é o jogo do carretel da criança: para simbolizar a ausência e a presença da mãe, ela utiliza um carretelzinho com um fio e emite, num movimento de afastar e aproximar o carretel do seu corpo. A mãe é um significante e o carretel outro significante, a mãe é definida pelo carretel e o carretel é definido pela mãe.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">A segunda propriedade existe uma ordem fechada de significantes que constitui a repetição própria ao inconsciente, mostrando que a associação livre não é tão livre, pois as cadeias significantes têm uma amarração que faz com que se esteja sempre voltando aos mesmos lugares.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O encadeamento dos significantes segue determinadas vias particulares de cada sujeito. O inconsciente como o conjunto de cadeias significantes em que cada uma, como um anel, se articula com outra cadeia significante formando assim anéis dentro de um colar, que se articula com outro anel de outro colar, feito de anéis e este com outro colar e assim sucessivamente. O inconsciente é constituído por anéis de cadeias significantes articulados em colares que se conectam entre si. Um significante de uma cadeia faz também parte de outra cadeia significante que se conecta com outros significantes, mostrando assim a sobredeterminação de toda formação do inconsciente. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Terceira propriedade: O inconsciente é equivocidade onde a cadeia significante possui vários significados, mas um sentido que surge devido à posição do significante na sua conexão com os outros significantes. Para se chegar ao significado o que importa é a localização do significante em relação a outro significante. Inconsciente é lugar de várias interpretações. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Em resumo podemos dizer que o não aceito pelo consciente passa ao nível inconsciente e ali fica em forma de energia pulsional potencial. A energia pulsional se manifesta na forma significante, no entanto, manifestando ou não afeta diretamente toda a estrutura psíquica. O analista do inconsciente deve trabalhar com associação livre, deixando as pulsões e significantes se manifestarem livremente. Quem elabora sentido para os significantes é o próprio agente que possui os significantes pulsionais. Os significantes se manifestam em atos falhos, sintomas e sonhos. Cada significante não é isolado, mas pertence a uma cadeia de significantes e as cadeias de significantes sempre se manifestam. Os sentidos atribuídos aos significantes são vários e dependendo da conexão com outros significantes.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial;">REFERÊNCIA</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: Arial;">QUINET, Antônio. A descoberta do inconsciente. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-27970214723217712102010-12-27T04:18:00.001-08:002010-12-27T04:18:48.503-08:00Método da Associação Livre<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: #111111; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Marcos Spagnuolo Souza</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: #111111; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A associação livre é o método terapêutico da psicanálise onde o paciente não é pressionado na busca de uma lembrança específica. O paciente é deixado livre para o que vier a sua cabeça. O paciente é incentivado a superar as suas limitações e suas resistências. O paciente é livre para dizer tudo que vem no seu pensamento. O analista deixa o paciente totalmente aberto para que ele se veja livre de toda coerência e superar suas reservas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: #111111; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O analista deve apenas escutar e interferir apenas para quebrar as resistências do paciente de acordo suas possibilidades. É o paciente que determina o curso da análise e o analista interferi apenas para ajudar o paciente atravessar qualquer tipo de restrição. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 4cm; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: #111111; font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Da análise, espera-se que o sujeito conheça os significados primordiais que o determinaram em sua história e em sua vida a partir da decifração do inconsciente, para que deles se desalienar escapando de seu poder de comando (Quinet, 2008:45). </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 4cm; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: #111111; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O analista faz com que, através da associação livre, o inconsciente se presentifique e possa ser decifrado pelo próprio sujeito. Quem faz a interpretação dos seus próprios sonhos é o sonhador, quem interpreta é, portanto, o próprio sujeito, ao deixar-se vagar por suas associações (QUINET, 2008).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">O papel do analista diante do paciente não é um papel neutro, de um ouvinte passivo. O analista é um ponto de convergência do inconsciente, ou melhor, é uma porta aberta para o inconsciente paciente passar. O analista faz com que o inconsciente se presentifique e possa ser decifrado pelo próprio paciente. Quinet (2008) salienta que um<span style="color: red;"> </span>paciente em análise lhe dizia<span style="color: red;">: </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Eu sei que você não tem aí nenhuma função, a única coisa que você faz é me fazer falar; aí eu pensei cá comigo, que podia continuar sozinho. Até que entendi que a sua função é essencial, pois é nos momentos em que estou em casa pensando na análise, ou vindo para cá, ou aqui na análise, que começo a pensar as minhas coisas (QUINET, 2008:28) </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><span style="color: red; font-family: "Arial", "sans-serif";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Não apenas o analista, mas o próprio consultório é um campo que faz o inconsciente existir, ou seja, se aparecer naquele momento com grande intensidade. Quinet (2008) diz que o inconsciente se presentifica na poltrona do analista, o inconsciente vai se situar nesse lugar. A função do analista é fazer o inconsciente existir para que o próprio sujeito possa encontrar as cifras do seu destino, seus significantes mestres. A posição do analista possibilita o levantamento do recalque, permitindo a emergência do sujeito do inconsciente, o sujeito do desejo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #111111; font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Referência</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">QUINET, Antônio. A descoberta do inconsciente. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.</span></div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-63686694164046283222010-12-13T08:42:00.000-08:002010-12-13T08:42:43.341-08:00Retornando a Freud com Lacan<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: right;"><span style="font-family: Arial;">Marcos Spagnuolo Souza</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Resumo do capítulo “Retornando a Freud com Lacan” escrito por Antônio Quinet no livro intitulado “A descoberta do Inconsciente”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">O<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> “</b>supereu” é a sociedade que quer elaborar um “eu” ideal dentro dos parâmetros sociais. O supereu esta sempre apontando o caminho para atingir o ideal social. A civilização é o lugar da expressão do “supereu” na medida em que exige sempre do “eu” a renúncia pulsional. O “supereu” aparece como figura de autoridade, de imposição, de comando e até mesmo de tirania. Está sempre acuando o “eu” ao forçá-lo a realizar o impossível de suas exigências, empurrando-o a satisfazer seus ideais e, ao mesmo tempo, a renunciar a pulsões.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">O “eu” é o senhor da consciência e do corpo. O “eu” diz penso, logo sou. O “eu” se define pelo que está falando, pelo que está pensando e pelas suas ações corporais. O “eu” possui pensamento consciente. O “eu” não se confunde com o sujeito do desejo inconsciente. O “eu” barra o desejo do sujeito inconsciente. O “eu” nunca compreende o inconsciente e o sujeito do desejo.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">O inconsciente é o barrado pelo “eu”. O inconsciente comporta desejos que o “eu” não-quer-saber. É constituído de significantes, que deslizam sem cessar não se detendo em significados. Significantes articulados a outros significantes. Significantes que materializam desejos. São duas as leis do inconsciente, ou seja, a metáfora e a metonímia. A metáfora é uma substituição de um significante por outro significante. Tomemos uma frase: A mulher é uma rosa. Será que a mulher é uma rosa? Uma planta? Rosa é uma metáfora. A metonímia: “Trinta velas despontam no horizonte” Ao invés de se falar barco, fala-se vela, de acordo com a definição da metonímia que é a parte pelo todo, pois se tomou parte do barco, a vela, para se referir ao barco. A metáfora constitui o sintoma, a metonímia caracteriza o desejo. O desejo é marcado pela falta, por aquilo que falta. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">O inconsciente é significante e não é significado.<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b>Significante (a palavra) e Significado (Conceito): Quando se diz árvore, temos o que ela significa e o seu som. Quando se diz árvore, todo mundo já tem a representação de alguma árvore. Toda palavra, portanto, que ele chama de signo lingüístico, tem seu som, que ele chama de imagem acústica (o simples som), e o conceito de árvore, ou seja, o significado daquele som que é a coisa que o som designa. A imagem acústica, esse som extraído de seu significado, para aquém ou para além do conceito que a representa, o puro som, é o significante. (O som é o significante e o conceito é o significado). Lacam vai inverter essa relação, colocando o significante em cima e o significado em baixo (S/s) porque o inconsciente se interessa muito mais pelo significante do que pelo significado, ele é constituído por cadeias de significantes. Por mais que tenhamos um vocabulário em comum e que eu tenha a impressão de me comunicar com a audiência, o que digo evoca em cada um as coisas distintas que fazem associar a outras tantas coisas. As palavras que uso atribuo determinados significados e, felizmente, há alguns significados em comum que podemos partilhar, senão todos falariam um dialeto particular que seria incompreensível para qualquer outro. Se, por um lado, partilhamos de significados comuns a certos significantes, por outro lado, o fato de falarmos a mesma língua não impede o mal-entendido próprio à linguagem, que nos indica que não estamos tão distanciados da torre de Babel. Cada um tem o seu “idiolês”. No dicionário, significantes têm não um, porém uma série de significados.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
<span style="font-family: Arial;">No inconsciente origina-se a pulsão que possui sua causa no desejo. Pulsão é o impulso para a satisfação do desejo. Trata-se de um impulso perverso, pelo fato de usar o outro não como uma pessoa, mas apenas um pedaço de seu corpo para satisfazer a pulsão, pois a pulsão não considera o parceiro como um sujeito e sim como um objeto. O desejo nunca será satisfeito com algum objeto. Não é pelo fato de se encontrar num objeto que vai saciar a fome que a pulsão vai deixar de se manifestar. Continua-se querendo comer uma determinada coisa, e em seguida outra e mais adiante ainda outra, apesar de não se estar mais com fome. Quanto mais se come, mais apetite se tem. Pode-se também querer comer alguém, no sentido sexual, fazer sexo oral, comer outra pessoa com os olhos, o que demonstra que a pulsão oral nada tem a ver com o instinto de fome. Existe a pulsão de morte que se manifesta no sentimento de culpa, no masoquismo moral e também nos dissabores da vida amorosa e da transferência. A pulsão de morte é responsável pela repetição, trazendo ao sujeito uma satisfação paradoxal para-além do princípio do prazer, repetição que faz parte do próprio inconsciente, na medida em que se está sempre repetindo os mesmos circuitos das cadeias associativas. Representações inconscientes que se repetem sem cessar. Quem já tem um tempo de análise, certamente já se sentiu e formulou algo como: “Já falei tantas vezes sobre isso! Eu nunca consigo deixar de falar da mesma coisa” – ilustrando assim que o inconsciente está amarrado na repetição, articulado numa pulsão de morte que faz com que se retorne sempre a um mesmo lugar. Retorno ao lugar que faz sofrer, retorno que não é regido pelo princípio do prazer, mas permeia o mundo simbólico, traçando as vias por onde circula o sujeito, demonstrando a incidência da pulsão de morte no inconsciente. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Desejo é desejo de uma coisa, daqui a pouco já é de outra coisa e em seguida de outra. É isso que confere ao desejo seu aspecto enigmático: ele está sempre escapando como no jogo de passar o anel. Você acha que é aquilo e já não é. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">O inconsciente nos mostra que o que interessa não é cadeira com seu significado, não é o significante com o seu significado. Não é no nível de significado que o inconsciente se manifesta. O inconsciente se manifesta pelo significante que não possui um significado dado pelo “eu” e sim um significado barrado. O significante pode significar um desejo do inconsciente e não um desejo do “eu”. Descobrir o que remete o significante. Exemplo: uma cadeira pode remeter a uma sena da infância, debaixo da qual aconteceram determinadas coisas fortes da vida libidinal do sujeito. Na análise trata-se não da articulação da cadeira com seu significado e sim da articulação do significante cadeira com outro significante que possui outro significado. O psicanalista para desvelar o inconsciente possui: o sonho, o ato falho, o sintoma e a neurose.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">O sonho é realização de desejo apontando para a existência de pensamentos recalcados inconscientes. Nos sonhos, às vezes aparecem pessoas, que não se sabe quem são, mas que, ao se analisar, verifica-se que têm o nariz de um, a boca de outro e o andar de um terceiro, sendo, portanto uma condensação de vários personagens que foram importantes na vida do sonhador. Os sonhos funcionam na base do jogo de significantes. Importância de certos significantes que constituem os significantes mestres norteadores de sua existência. É a partir do relato do sonho, que os significantes vão se conectando com outros significantes, fazendo assim aparecer os significantes recalcados por onde rolam os dados do desejo.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
<span style="font-family: Arial;">O ato falho pode ser o esquecimento de um nome e, surgimento de outro nome que substitui o esquecido. Exemplo de ato falho: um presidente que, ao abrir uma sessão que ele sabe que vai ser muito difícil e polêmica, diz em sua fala inaugural: “declaro fechada a sessão, oh! Quero dizer, declaro aberta a sessão”, mostrando ai o ato falho como um ato bem-sucedido em declarar o desejo do sujeito. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Sintoma é o surgimento de um recalque descaracterizado substituindo o que foi de fato recalcado. O que foi recalcado pode ser admitido na consciência, pois se apresenta descaracterizado, que não apresenta risco. É o significante de um significado recalcado. O sintoma fala a quem não quer ouvi-lo. Anorexia é um sintoma: mães respondem ao pedido de amor da criança dando alimento o tempo todo. A criança poderá apresentar anorexia como uma forma de dizer que não é o alimento que ela quer. Quando o “eu” não permite a pulsão satisfazer o desejo, a pulsão se satisfaz no sintoma.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Neurose é uma angustia que possui sua origem na divisão do que o “eu” não quer o que o inconsciente quer.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O sujeito é dividido entre o que ele quer inconscientemente e o que ele conscientemente não quer ou ignora que quer. Sujeito dividido: divisão entre o inconsciente e o consciente.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: Arial;">Referência</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: Arial;">QUINET, Antônio. A descoberta do inconsciente. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-73616395634860174272010-12-11T13:13:00.000-08:002010-12-11T13:13:48.448-08:00Jung: A Estrutura da Psique e Seu Objetivo<div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Marcos Spagnuolo Souza</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O Mestre somente pode transmitir ao discípulo a teoria, ou seja, a teoria representa o único bem verdadeiro que o adepto pode tomar como ponto de partida. A primeira coisa que o buscador deve encontrar é a prima matéria, ou seja, o segredo dos sábios, a pedra preciosa, o Si-Mesmo. A teoria ou doutrina transmitida pelo Mestre é a experiência interior do próprio Mestre que ele transmite ao buscador da verdade (Jung, 1986:133). </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">1Psique</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A psique foi ignorada a partir do século XVIII, com o advento do cientificismo, sendo considerada como sendo sintoma das reações químicas, um epifenômeno de processos celulares, ocorridos no cérebro. A psique, eliminando o período cientificista, é considerada como sendo </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">uma organização subjetiva que possui uma estrutura consciente e inconsciente que reflete objetivamente na formação somática, sendo a </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">verdadeira portadora e geradora dos princípios morfogenéticos. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A psique do recém-nascido, não é um quadro em branco, um nada vazio, ao qual, sob circunstâncias favoráveis, tudo pode ser ensinado. Pelo contrário, ela é uma condição prévia tremendamente complicada e rigorosamente determinada por inúmeros aspectos conscientes e inconscientes. Observamos que mesmo no feto, ainda no útero materno, ocorrem as primeiras manifestações visíveis da vida psíquica. Atualmente, é impossível supor que todas as particularidades do recém-nascido sejam criadas somente no momento em que aparecem.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O ser humano possui, como todo animal, uma psique pré-formada de acordo com sua espécie. O tipo específico humano está contido no inconsciente coletivo. A idéia de que a forma humana não é herdada, mas criada de novo em cada ser humano, é tão absurda quanto à concepção primitiva de que o Sol que nasce pela manhã é diferente daquele que se pôs na véspera. O ser humano, ainda no útero materno, é moldado pelos arquétipos existentes no inconsciente coletivo e recebe os instintos igualmente determinados por sua forma.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">A psique possui a seguinte estrutura dentro dos limites da nossa pesquisa: persona, inconsciente pessoal, inconsciente coletivo, Si-Mesmo e o aspecto somático. Persona é o sistema da adaptação ou estilo de nossa relação com o mundo, sendo constituído do “eu” e consciência. Podemos até dizer que a persona é o que não se é realmente, mas sim aquilo que os outros e a própria pessoa acha que se é. Inconsciente pessoal, denominado de sombra, é o lado obscuro da personalidade humana, rejeitado pela consciência, é o obscuro que se adere a cada “eu”, sendo o pórtico dos sonhos. Inconsciente coletivo é formado por inúmeros arquétipos denominados de: Anima (sucubus). Animus (incubus) e os Arquétipos de Transformação (Velho Ancião). Si-mesmo é o ser imortal que está em estado de potência. O somático possui dois aspectos: o somático gerado pelo ser humano que é finito no espaço/ tempo e o somático glorioso denominado de Kadir.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Em síntese: a organização da psique possui uma estrutura consciente e inconsciente que reflete objetivamente na formação somática, sendo a </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">verdadeira portadora e geradora dos princípios morfogenéticos. A psique do recém-nascido, não é um quadro em branco, um nada vazio, ao qual, sob circunstâncias favoráveis, tudo pode ser ensinado. Pelo contrário, ela é uma condição prévia determinada por inúmeros aspectos conscientes e inconscientes. Observamos que mesmo no feto ocorrem as primeiras manifestações visíveis da vida psíquica.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"> A psique possui a seguinte estrutura dentro dos limites da nossa pesquisa: persona, inconsciente pessoal, inconsciente coletivo, Si-Mesmo e o aspecto somático.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">1.1 Persona</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">A persona situa-se no nível consciente, sendo formada por todos os ensinamentos que recebemos a partir do momento em que ocorre o nascimento. É insustentável pensar que a persona expresse a totalidade da estrutura psíquica. O conteúdo da persona não é idêntico ao todo. A persona está longe de abranger a totalidade da psique. A persona tem tendência de menosprezar o inconsciente e seus impulsos. A persona volta-se sempre contra o inconsciente, excluindo-o tanto quanto possível. A persona exclui o inconsciente porque é incapaz de assimilá-lo, pois, na realidade, o inconsciente é inconsciente, isto é, a persona não o conhece, não podendo assimilar o desconhecido para ela. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">A persona é uma totalidade formada pela consciência e pelo “eu”. A persona não pode</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> em hipótese alguma perder a consciência. A persona mantém-se firmemente ancorada na terra, desconhecendo o inconsciente. Todo o esforço da persona concentra-se na consolidação da consciência e do “eu”. A persona não ultrapassa o pórtico da consciência.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">A consciência é o que estamos percebendo vivenciando sempre o presente, fazendo o ser humano viver em um maravilhoso mundo novo, fazendo-o considerar-se espantosamente novo e "moderno".<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A juventude da consciência humana ignora seus antecedentes históricos. A consciência não preocupa com as condições prévias ancestrais e não calcula a influência do fator a priori sobre a configuração do destino. A consciência não possui uma história que abrange um passado bastante longínquo. A consciência possui sempre um novo princípio e um fim prematuro.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">É impossível dizer os limites do campo da consciência, porque este pode estender-se de modo indeterminado no espaço/tempo. Empiricamente, porém, ele alcança sempre o seu limite, todas as vezes que toca o âmbito do desconhecido. O desconhecido é constituído por tudo que não possui consciência e a consciência é incapaz de abarcar a totalidade.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">A consciência do ser humano possui um instrumento eficaz para a realização de seus conteúdos através da dinâmica da razão, representando a possibilidade da liberdade humana, mas, por outro, o crescente fortalecimento da razão, baseando-se na unilateralidade do consciente, desviando da estrutura da psique em sua totalidade, passa a ser a fonte de infindáveis transgressões que pode culminar com a loucura e a perda do objetivo da estrutura em si.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Não podemos imaginar uma persona desprovida de “eu”. Não pode haver persona sem alguém que diga: "eu tenho consciência". O “eu” é o centro da persona.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> O “eu” é a aglutinação da individualidade consciente.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"> A persona precisa de um centro, de um “eu”. O “eu”</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> é o ser que transfere para o somático os pensamentos e as emoções. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">O “eu” exclui o inconsciente, mas o inconsciente faz o “eu” sucumbir às suas influências (inconscientes) e estas são muitas vezes mais verdadeiras e lúcidas do que o pensar consciente. Os motivos inconscientes muitas vezes triunfam sobre decisões do “eu”, especialmente quando se trata das questões principais da vida. O destino individual depende em grande parte de fatores inconscientes. As decisões do “eu” dependem do funcionamento imperturbável do inconsciente. O “eu” sofre muitas vezes com a interferência perturbadora de conteúdos inconscientes. O desconhecimento do “eu” sobre o inconsciente coloca em perigo toda a estrutura da psique pelo fascínio, dissociação, possessões e repressão do próprio “eu” contra o inconsciente, podendo provocar a perda do objetivo primordial da estrutura psíquica que é o gerar a individualidade.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">O “eu” não pode absorver o inconsciente coletivo e também não pode reprimir o inconsciente, pois o inconsciente é vida, a qual se volta contra o “eu” se for reprimida, como ocorre nas neuroses. No “eu” normal existe uma colaboração natural entre o inconsciente e o consciente, a relação ocorre sem atritos e perturbações, de modo que a existência do inconsciente nem é percebida. Quando o “eu” se desvia demasiado do fundamento instintivo, vivencia todo o impacto das forças inconscientes.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Em síntese: A Persona é formada por todos os ensinamentos que recebemos a partir do momento em que ocorre o nascimento.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">A persona é uma totalidade formada pela consciência e pelo “eu”. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A persona não ultrapassa o pórtico da consciência. A persona mantém-se firmemente ancorada na terra, desconhecendo o inconsciente. É impossível dizer os limites do campo da consciência, porque pode estender de modo indeterminado no espaço/tempo. Ele alcança o seu limite quando toca o âmbito do seu desconhecido.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">1.2 O Inconsciente Pessoal</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Todos os fatores conscientes reprimidos pela persona, devido a valores culturais, formam o inconsciente pessoal. O inconsciente pessoal é o estado dos conteúdos reprimidos ou esquecidos. Espaço de concentração dos conteúdos esquecidos e recalcados. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">O inconsciente pessoal possui sua origem nas vivências pessoais reprimidas que são esquecidas, podendo voltar ao nível consciente pelo trabalho de anamnese.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Os conteúdos do inconsciente pessoal são aquisições da existência individual da persona que foram reprimidos e os denominamos de “sombra” sendo a figura mais facilmente acessível à experiência, pois é possível ter um conhecimento bastante aprofundado de sua natureza. A “sombra” é o elemento inconsciente que mais freqüente e intensamente influencia ou perturba a persona. Uma pesquisa mais acurada dos traços obscuros do caráter, isto é, das inferioridades da persona constituem a sombra, que possui determinada estrutura, uma natureza emocional, certa autonomia. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A sombra é aquela personalidade oculta, recalcada, frequentemente inferior e carregada de culpas. Com a análise da sombra e dos processos nela contidos a persona pode sair da casca. A sombra é a inferioridade, a ausência do bem. Um mundo tenebroso que oculta no seu interior fatores autônomos e influentes, em si indistinguíveis que foram repelidos pela persona.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A sombra coloca obstinada resistência ao controle social e os traços característicos da sombra podem ser reconhecidos através dos atos falhos ou sintomas, mas há pouca esperança de que a persona tome consciência. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A sombra representa o inconsciente pessoal, podendo atingir a consciência sem dificuldades no que se refere a seus conteúdos, além de ser percebida e visualizada, pois ela é de natureza pessoal.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A sombra elabora um casulo que envolve a persona que somente com muita dificuldade a persona consegue desfazer, pois, a sombra é o lado obscuro da própria personalidade, muitas vezes inacessível a própria consciência da persona.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A sombra é uma parte viva da persona e por isso quer comparecer de alguma forma. Não é possível anulá-la argumentando, ou torná-la inofensiva através da racionalização. No entanto, mais cedo ou mais tarde, as contas terão que ser acertadas. A sombra é, no entanto, um desfiladeiro, um portal estreito cuja dolorosa exigüidade não poupa quem quer que desça ao poço profundo. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A sombra centraliza as coisas desagradáveis que a persona evita e se formos capazes de ver nossa própria sombra, e suportá-la, resolveríamos apenas uma pequena parte do problema. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Síntese: No Inconsciente Pessoal estão recolhidos todos os fatores que a persona reprimiu. Espaço de concentração dos conteúdos esquecidos e recalcados. O Inconsciente Pessoal é denominado de Sombra, sendo a figura mais facilmente acessível à experiência. A sombra centraliza as coisas desagradáveis que a persona evita.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">1.3 O Inconsciente Coletivo</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">É um preconceito supor que algo nunca pensado possa não ter existência dentro da estrutura da psique. Muitas coisas acontecem num estado de semiconsciência, e outras tantas sucedem inconscientemente. O inconsciente apresenta conteúdos completamente diversos da consciência, tão estranhos que a consciência não os compreende.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">O Inconsciente coletivo costuma perder sua energia progressivamente, a não ser que receba energia de fora, assim sendo, provoca resultados que libertam energias para a sua manutenção. Podemos pensar que quando os aspectos obscuros desaparecem é porque não existem mais, no entanto, quando conseguem absorver energia se manifesta em toda potencialidade. Quando perde energia entra no estado de potencialidade, podendo ser reanimado. Salientamos que o Inconsciente Coletivo não se desfaz em fumaça, mas recolhem-se no inconsciente devido à perda de energia, mas espera por uma oportunidade favorável para reaparecer com toda sua intensidade. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">1.3.1 Conceito Inconsciente Coletivo</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O inconsciente coletivo são representações energéticas coletivas, conteúdos psíquicos que ainda não foram submetidos a qualquer elaboração consciente. São imagens primordiais ou modelos energéticos que influenciam toda a psique e também a forma humana. Deve ser considerado como uma realidade autônoma de caráter enigmático, possuindo uma essência diferente dos processos físico-químicos, escapando aos caprichos e manipulações da consciência.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">O inconsciente não é uma segunda personalidade com um funcionamento organizado e centralizado, mas provavelmente uma soma descentralizada de processos psíquicos fragmentados, sem problemas, carentes de auto-reflexão, sem conflitos, sem dúvidas, sem sofrimento. O aspecto geral do inconsciente coletivo é principalmente caótico e irracional, apesar de certos sintomas de inteligência e propósito. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Os conteúdos do inconsciente coletivo são chamados arquétipos que existem sempre a priori e</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"> permanecem sempre estranhos para o mundo da consciência, por isso são indesejáveis, uma vez que saturam a atmosfera com premonições sinistras ou com o medo da loucura. Os conteúdos são </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">os mesmos em toda parte e em todos os indivíduos, substrato psíquico comum de natureza psíquica suprapessoal que existe em cada indivíduo. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Os conteúdos do inconsciente podem permanecer em estado de repouso, isto é, não projetado, assim sendo, tudo indica que</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"> essa região oculta nada contém, por isso sempre nos surpreendemos quando algo desconhecido para a consciência aparece subitamente de um nada aparente. No estado de repouso o</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">s conteúdos do inconsciente coletivo não possuem formas definidas, constituindo uma estrutura formalmente indefinida, mas com a possibilidade de manifestar-se em formas determinadas, através da projeção, emanando influências determinantes. As formas manifestadas do inconsciente coletivo são, </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">em sua maior parte, caótica e assistemática. Os sonhos, por exemplo, não denotam nenhuma ordem aparente, nem qualquer tendência à sistematização. Há pouca esperança de encontrar uma ordem no inconsciente, equivalente à que se encontra na consciência do eu. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">É de particular importância que não se pense no inconsciente coletivo como em imagens fantásticas que passam rápidas, mas como fatores permanentes e autônomos, coisas que o são na realidade, vivendo</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"> em períodos de milênios. O Inconsciente Coletivo vive num mundo bem diverso do mundo exterior, num mundo em que o pulso do tempo bate infinitamente devagar, em que nascimento e morte de indivíduos contam pouco. Não admira que seu ser seja estranho, tão estranho que sua entrada na consciência significa muitas vezes algo como uma loucura.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Em síntese, podemos dizer que o inconsciente coletivo não são representações individuais e sim conteúdos psíquicos comum de natureza suprapessoal que influencia cada ser humano, são modelos energéticos que possuem uma</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> essência diferente dos processos físico-químicos e </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">permanecem sempre estranhos para o mundo da consciência. No estado de repouso não possuem formas definidas, mas, quando se manifestam passam a ter formas e influenciam diretamente os seres humanos.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">1.3.2 Origem do Inconsciente Coletivo</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Os conteúdos do inconsciente coletivo são imagens primordiais que existem desde os tempos mais remotos. Repousa sobre uma camada mais profunda, que já não tem sua origem em experiências ou aquisições pessoais, mas universal. Podemos dizer que são imagens inconscientes dos próprios instintos, representando o modelo básico do comportamento instintivo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">As formas instintivas ou matrizes instintivas perseguem suas metas inerentes antes de toda conscientização, independente do grau de consciência. Podemos admitir sem hesitação que a atividade humana é em grande escala influenciada por essas formas instintivas. São forças motrizes especificamente formadas, que perseguem suas metas inerentes antes de toda conscientização, independente do grau de consciência. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O inconsciente coletivo possui a sua origem nas emanações dos instintos de todos os seres vivos que existiram em nosso planeta, assim sendo, o inconsciente coletivo também é conhecido como alma instintiva de caráter impessoal.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Jung tenta explicar a origem do Inconsciente Coletivo: “quem olha dentro da água vê sua própria imagem, mas atrás dele surgem seres vivos; possivelmente peixes, habitantes inofensivos da profundeza, seres aquáticos de um tipo especial. Às vezes, podemos ver uma ninfa (peixe feminino, semi-humano). A sereia é um estágio ainda mais instintivo de um ser mágico feminino, que designamos pelo nome de anima. Também podem aparecer as ondinas, ninfas do bosque e súcubos. Essas figuras são projeções de estados emocionais nostálgicos e de fantasias condenáveis, dirá o crítico moralista. Impossível não admitir que esta constatação seja de certa forma verdadeira. Será a sereia apenas um produto de um afrouxamento moral? Não existiram tais seres em épocas remotas, em que a consciência humana nascente ainda se encontrava por inteiro ligado à natureza? Seguramente devem ter existido primeiro os espíritos na floresta, no campo, nos cursos de água, muito antes dos questionamentos da consciência moral. Além disso, esses seres eram tão temidos como sedutores, de modo que seus estranhos encantos eróticos não passavam de características parciais. A consciência era, então, bem mais simples e o domínio sobre ela absurdamente pequeno. Uma quantidade infinita do que agora sentimos como parte integrante de nossa própria natureza psíquica ainda volteia alegremente em torno do homem em amplas projeções”. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Síntese: a origem do Inconsciente Coletivo está nas emanações dos instintos de todos os seres vivos que existiram em nosso planeta, assim sendo, o inconsciente coletivo também é conhecido como alma instintiva de caráter impessoal. É formado por subpartículas e no estado de atividade assumem formas capazes de serem vistas. Sendo vistas ou não influenciam diretamente a estrutura da psique humana. As imagens primordiais instintivas existem no espaço vivenciando suas formas energéticas. A onda do Inconsciente Coletivo arrebata o ser humano fazendo-o esquecer de sua verdadeira natureza, levando a persona a fazer coisas totalmente antagônicas. A persona submerge com facilidade no inconsciente, dando espaço à possessão. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">1.3.3 Localização do Inconsciente Coletivo</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">As imagens primordiais instintivas existem no espaço vivenciando suas formas energéticas. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">1.3.4 Relação do Inconsciente Coletivo com o Ser Humano</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">O Inconsciente Coletivo encobria totalmente a persona do ser humano primitivo devido ao estado crepuscular de sua consciência, fazendo-o ficar próximo do instinto e se apegar ao tradicionalismo. O ser humano primitivo não pensava, mas sim que "algo pensava dentro dele". Sua consciência era invadida pelo poderosíssimo Inconsciente Coletivo, daí o temor de influências mágicas que a qualquer momento podiam atravessar a sua intenção. O ser humano primitivo estava cercado de poderes desconhecidos aos quais devia ajustar-se de algum modo. Devido ao estado crônico de invasão do Inconsciente Coletivo era quase impossível descobrir se ele apenas tinha sonhado alguma coisa ou se a vivenciava na realidade. O mundo mítico dos antepassados, por exemplo, o atacava constantemente. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Os milênios passaram e o ser humano moderno associa os impulsos do Inconsciente Coletivo como sendo emanações divinas, colocando-se em consonância com as figuras astrais que influenciam a vida psíquica, passando a funcionar como tem funcionado o ser humano em todos os lugares e em todas as épocas. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Há sonhos e visões tão superiores que certas pessoas se negam a reconhecer uma psique inconsciente como sua origem. Preferem supor que tais fenômenos provêm de uma espécie de "supraconsciência". Na realidade esta psique, denominada pelos filósofos indianos consciência "superior", corresponde ao que no Ocidente se chama "inconsciente".<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">As emanações do Inconsciente Coletivo são orientadas para metas específicas visando à sobrevivência do próprio Inconsciente Coletivo. As emanações, mesmo quando se comporta em oposição à consciência, sua expressão é sempre compensatória de um modo inteligente, como se estivesse tentando recuperar o equilíbrio perdido. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Os produtos do inconsciente pessoal e coletivo surgem primeiramente no estado de intensidade reduzida da consciência (em sonhos, sonhos acordados, delírios, visões, drogas, bebidas, rituais arrebatadores). Nesses estados cessa a inibição provocada pela consciência sobre os conteúdos inconscientes, e assim, paulatinamente o Inconsciente Coletivo vai tomando conta da persona. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O ser humano, com o passar dos anos passa a ser considerado “sujeito” em decorrência de sua sujeição ao Inconsciente Coletivo. A projeção provoca no sujeito o isolamento em relação à verdadeira natureza, fazendo o sujeito ter uma relação com as materializações do Inconsciente Coletivo, provocando uma relação ilusória. As projeções do Inconsciente Coletivo elaboram o mundo externo virtual que gera uma concepção irreal. Quanto mais projeções se interpõem entre o sujeito e a verdadeira natureza, tanto mais difícil se torna para a persona perceber suas ilusões.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A onda do Inconsciente Coletivo arrebata o ser humano fazendo-o esquecer de sua verdadeira natureza, levando a persona a fazer coisas totalmente antagônicas. A persona submerge com facilidade no inconsciente, dando espaço à possessão. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O perigo mortal para a estrutura da psique é sucumbir à influência fascinante do Inconsciente Coletivo, o que pode acontecer mais facilmente quando as imagens arquetípicas não são conscientizadas pelo persona. Caso a persona desconhece as influências dos arquétipos elas arrebatam toda a estrutura da psique gerando fenômenos de possessão. As possessões podem ser em nível de pessoa, em nível de grupo, absorver toda uma comunidade</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"> e até mesmo povos inteiros podem ser tomados pelo inconsciente coletivo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">As projeções do Inconsciente Coletivo aumentam quanto maior for o ponto cego. Quanto maior for a nossa inconsciência a esse respeito mais nos identificamos com estas figuras astrais. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Quando maior for à repressão ao Inconsciente Coletivo pela persona, mais ele se apodera da consciência, chegando a destruí-la. Um progresso viável só pode ocorrer através da cooperação entre persona, inconsciente pessoal e coletivo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Quando reprimimos as figuras astrais elas voltam a se manifestarem em outro lugar e sob uma forma modificada, mas desta vez carregado de um ressentimento que transforma o impulso natural, em si inofensivo, em nosso inimigo. Podemos dizer que estas figuras são os grandes demônios. O vocábulo grego demônio exprime um poder determinante que vem ao encontro do homem, de fora.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A fonte principal para compreender o Inconsciente Coletivo é tomar consciência das nossas emoções, desejos e instintos e observar que todos eles são comuns não apenas aos humanos e sim aos animais. As imaginações humanas são seqüências fantasiosas geradas pelo Inconsciente Coletivo. Estamos vendo que o Inconsciente Coletivo atuando no ser humano gera</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"> sonhos, fantasias, visões, emoções e idéias. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Milhares de anos passaram e o ser humano moderno continua sujeito a emanação do Inconsciente Coletivo, valorizando o progresso que nada mais é que a centralização na satisfação dos instintos.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">1.3.5 Documentos que retratam atuação do Inconsciente Coletivo </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O inconsciente coletivo é explicado nos ensinamentos esotéricos, nos mitos e nos contos de fada que são expressões simbólicas do drama interno e inconsciente que o ser humano conseguiu compreender através das projeções do inconsciente. Os ensinamentos secretos contêm uma sabedoria revelada, originalmente oculta, e exprimem os segredos do inconsciente. Todos os livros sagrados fazem alusões ao processo de atuação do inconsciente coletivo, mostrando os caminhos para libertar o ser humano de suas influências virtualizadas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">1.3.6 Manifestações do Inconsciente Coletivo</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O Inconsciente Coletivo é formado por subpartículas e no estado de atividade assumem formas capazes de serem vistas. Sendo vistas ou não influenciam diretamente a estrutura da psique humana. Vamos abordar a materialização do Inconsciente Coletivo nas seguintes atividades: arquétipo ingênuo; anima e animus, velho ancião e símbolos de transformação.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Síntese: materialização do Inconsciente Coletivo nas seguintes atividades: arquétipo ingênuo; anima e animus, velho ancião e símbolos de transformação.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">13.6.1 Arquétipo Ingênuo</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">O arquétipo ingênuo é uma estrutura arquetípica antiguíssima, sendo o <span style="mso-bidi-font-style: italic;">reflexo fiel de uma consciência humana que </span>ainda não deixou o nível animal. Consciência primitiva ou bárbara tendo uma auto-imagem em um nível anterior de desenvolvimento. Personalidade de caráter pueril, inferior e totalmente infantil.<span style="mso-bidi-font-style: italic;"> F</span>estas como o carnaval e outras semelhantes são reflexos ou descendentes da figura numinosa do arquétipo ingênuo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Os traços do arquétipo ingênuo possuem relação com certas figuras folclóricas conhecidas nos contos de fada: Dunga, o João Bobo e o Palhaço. O arquétipo ingênuo se manifesta em fenômeno conhecido como <span style="mso-bidi-font-style: italic;">poltergeist<i>, </i></span>que sempre sucederam em todo tempo e lugar.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Embora o arquétipo ingênuo não seja propriamente mau, comete, devido à sua inconsciência e falta de relacionamento, as maiores atrocidades. As celebrações das “Saturnalia” que eram as festas celebradas no ano novo são manifestações do arquétipo ingênuo. A <span style="mso-bidi-font-style: italic;">“Saturnalia” na</span> Antigüidade tratava-se das danças inofensivas dos sacerdotes, do clero inferior, das crianças e subdiáconos na Igreja. Nessa ocasião era escolhido um bispo das crianças, paramentado com vestes pontificais. Este fazia uma visita oficial ao palácio do arcebispo, acompanhado de uma grande balbúrdia, e de uma das janelas do palácio distribuía sua bênção episcopal. No fim do século XII, a “Saturnalia” já havia degenerado numa verdadeira festa de loucos.<i> </i>No ano de 1198, em Notre Dame (Paris), ocorreu excesso, atos infames, palavras sujas, como também pelo derramamento de sangue que o papa Inocêncio III manifestou-se, mas inutilmente, contra as brincadeiras escarnecedoras das loucuras dos clérigos. Trezentos anos mais tarde ( 12 de março de 1444) uma carta da Faculdade Teológica de Paris, endereçada a todos os bispos franceses, clama contra essa festa, em que "os próprios sacerdotes e clérigos escolhiam um arcebispo, ou bispo, ou papa, designando-o como o papa dos loucos.. No meio da missa, pessoas fantasiadas com máscaras grotescas ou de mulher, de leões ou de atores apresentavam suas danças, cantavam no coro canções indecentes, comiam comidas gordurosas num canto do altar, ao lado do celebrante da missa, jogavam os seus jogos preferidos. Incensavam com fumaça fedorenta, queimando o couro dos sapatos velhos e corriam e saltitavam por toda a Igreja.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">O arquétipo ingênuo continua a ser uma fonte de divertimento que se prolonga através das civilizações, sendo reconhecível nas figuras carnavalescas de um polichinelo e de um palhaço. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">A influência do arquétipo ingênuo nas pessoas resulta em travessuras engraçadas ou maliciosas devido ao seu baixo nível de inteligência. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">O arquétipo ingênuo se manifesta também em um nível de consciência dependente onde responsabilizamos a sociedade ou o outro por nossa própria ineficiência, devido à puerilidade que nos absorve. O nível de consciência que se coloca dependente do outro é fortemente influenciada pelo arquétipo ingênuo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Síntese: o arquétipo ingênuo</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"> é uma estrutura arquetípica antiguíssima, sendo o <span style="mso-bidi-font-style: italic;">reflexo fiel de uma consciência humana que </span>ainda não deixou o nível animal. Personalidade de caráter pueril, inferior e totalmente infantil.<span style="mso-bidi-font-style: italic;"> F</span>estas como o carnaval e outras semelhantes são reflexos ou descendentes da figura numinosa do arquétipo ingênuo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">1.3.6.2 Anima e Animus</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Um dos arquétipos do inconsciente coletivo é a anima e o animus, sendo representado pelos pares divinos (masculino-feminino), yang (masculino) e yin (feminino). O animus e anima é apenas um dos possíveis pares de opostos existentes no inconsciente coletivo, mas na prática é um dos mais importantes e freqüentes. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O animus e a anima constituem parte de um domínio especial do Inconsciente Coletivo, que defende sua inviolabilidade com o máximo de obstinação, por isso é muito difícil conscientizar-se das projeções do par animus/anima, sendo necessário vencer muitas resistências para desvelar o casal astral.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Nos seres humanos o animus lança mão da espada de seu poder e a anima asperge o veneno de suas ilusões e seduções. Anima imprime uma relação meditativa e o animus na relação de reflexão. É muito difícil combinar sentimento e intelecto, pois os dois se repelem. Quem se identificar com um ponto de vista reflexivo, poderá eventualmente confrontar-se com o sentimento sob a forma da anima, numa situação de hostilidade; inversamente, uma anima meditativa será atacada por um animus brutalizado do ponto de vista do sentimento. Eles são, no verdadeiro sentido da palavra, o pai e a mãe, o par opostos de deuses.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Eles existem quer a consciência lhes reconheça o valor ou não, pois o seu poder aumenta de modo proporcional ao grau de inconsciência do “eu”. Quem não os percebe, fica ao seu sabor, como essas epidemias de tifo que se alastram quando não se conhece a sua fonte infecciosa. Só quando lançamos um jato de luz nas profundezas obscuras e exploramos psicologicamente os caminhos estranhamente submersos do destino humano é que podemos perceber, pouco a pouco, como é grande a influência desses dois complementos da consciência. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Síntese: anima e o animus, sendo representado pelos pares divinos (masculino-feminino), yang (masculino) e yin (feminino). Nos seres humanos o animus lança mão da espada de seu poder e a anima asperge a sedução. Anima imprime uma relação meditativa e o animus na relação de reflexão. O arquétipo “anima” é geralmente projetada na forma de mulher e o animus projetado na forma de pai e senhor.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">1.3.6.2.1 Anima </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O arquétipo “anima” é geralmente projetada na forma de mulher, mas, adota uma variedade incalculável de formas astrais e mencionamos apenas algumas: a forma de mãe; avó; madrasta e sogra; uma mulher qualquer; ama-de-leite; antepassada; mulher branca; deusa; mãe de Deus, Virgem Maria, Sofia. Em sentido mais amplo: paraíso, reino de Deus, Jerusalém Celeste, Igreja Universal, o Céu, a Terra, a floresta, o mar, as águas quietas; a matéria; o mundo subterrâneo; a Lua; lugar de nascimento ou da concepção, a terra arada, o jardim, a gruta, a árvore, a fonte, o poço profundo, a pia batismal, a flor, círculo mágico, o útero, qualquer forma oco; o forno; o caldeirão; a vaca. “Anima” pode aparecer também sob a forma de um animal, de uma bruxa, fantasma, canibal, hermafrodita e coisa deste tipo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A exacerbação do feminino significa uma intensificação de todos os instintos femininos, e em primeiro lugar do instinto materno. O aspecto negativo desta é representado por uma mulher cuja única meta é parir. O homem para ela é algo secundário; sendo essencialmente o instrumento de procriação, classificando como um objeto a ser cuidado. Primeiro, ela leva os filhos no ventre, depois se apega a eles, pois, sem os mesmos não possui nenhuma razão de ser. Este tipo de mulher, embora sempre parecendo sacrificar-se pelos outros, na realidade é incapaz de um verdadeiro sacrifício. Seu instinto materno impõe-se brutalmente até conseguir o aniquilamento da própria personalidade e da de seus filhos. Quanto mais inconsciente de sua personalidade for uma mãe deste tipo, tanto maior e mais violenta será sua vontade de poder inconsciente. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O atributo positivo da anima é sabedoria; elevação espiritual, bondade; cuidadosa, sustenta; proporciona as condições de crescimento; fertilidade; alimento; do renascimento; sedução; fidelidade; moralista. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O reflexo da “anima” no corpo masculino ou feminino difere bastante: o efeito típico no corpo masculino é o homossexualismo, o dom-juanismo e eventualmente também a impotência. No homossexualismo o componente heterossexual fica preso à figura da mãe de modo inconsciente; no dom-juanismo, a mãe é procurada inconscientemente em cada mulher.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Quanto mais o indivíduo conscientiza da anima, tanto mais ela perde seu caráter impetuoso e compulsivo. Pouco a pouco o indivíduo vai criando conscientemente os diques para evitar a inundação do caos e assim surge um novo cosmo. Não se trata de uma nova descoberta da psicologia, mas de uma verdade milenar, da riqueza da experiência da vida vem o ensinamento que o pai transmite ao filho. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">1.3.6.2.2 Animus </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Animus é o pai astral e possui tendência a argumentar. É nas discussões obstinadas em que mais se faz notar a sua presença. O que importa é o poder da verdade ou da justiça ou qualquer outra coisa abstrata sendo a soma das opiniões tradicionais desempenhando um grande papel na argumentação. Em inúmeros casos o animus se manifesta pela prática da crueldade quando a verdade e a justiça são rompidas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Animus sob a forma do pai expressa não somente opiniões tradicionais como também aquilo que se chama “espírito” e de certas concepções filosóficas e religiosas universais, ou seja, aquela atitude que resulta de tais convicções.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">As projeções do animus são poderosas e enchem imediatamente a personalidade do sentimento inabalável de que ela está de posse da justiça e da verdade e em segundo lugar porque sua origem parece fundada consideravelmente em objetos e situações objetivas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">1.3.6.3 Arquétipo do Velho Sábio</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O Inconsciente Coletivo se manifesta no velho mago ou velho sábio, que remonta diretamente à figura do xamã a sociedade primitiva. Como a anima, ele é um arquétipo imortal que penetra na obscuridade caótica da vida. Ele simboliza o iluminador, o professor e mestre, o guia das almas. Espírito superior de uma idade quase homérica, para tornar-se portador e porta-voz da iluminação e êxtase dionisíaco. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Síntese: velho sábio é o arquétipo que reúne o conhecimento dos xamãs e místicos que viveram e passaram pelo nosso planeta. Doador de conhecimento, mas não sabe a praticidade.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">1.3.6.4 Arquétipo de Transformação</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O Inconsciente Coletivo manifestado em símbolos as antigas sabedorias ou caminhos de transformação da psique. Os referidos símbolos são traduzidos nos livros sagrados das diversas religiões. O objetivo dos símbolos é levar a consciência refletir sobre a transcendência, superando a situação inicial.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Jung conta que: por volta de 1906 deparou com a curiosa fantasia de um indivíduo internado há muitos anos. Estava junto à janela, movendo a cabeça de um lado para outro, piscando para o Sol. Pediu a Jung que fizesse o mesmo, prometendo que veria algo muito importante. Ao perguntar-lhe o que estava vendo, ele espantou-se porque eu nada via, e disse: “O senhor está vendo o pênis do Sol. Quando movo a cabeça de um lado para outro ele também se move e esta é a origem do vento”. Salienta Jung que cerca de quatro anos depois, ao estudar mitologia, descobriu um livro que comentava um papiro grego da liturgia mitraica que dizia: “Procura nos raios a respiração, inspira três vezes tão fortemente quanto puderes e sentir-te ás erguido e caminhando para o alto, de forma que acreditarás estar no meio de região aérea. O caminho dos deuses visíveis aparecerá através do Sol, o Deus, meu pai; do mesmo modo, ficará visível o assim chamado tubo, a origem do vento propiciatório. Pois verás pendente do disco solar algo semelhante a um tubo. E rumo às regiões do oeste, um contínuo vento leste; se o outro vento prevalecer em direção ao leste, verá, de modo semelhante, a face movendo-se nas direções do vento.”</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O Sol é um dos símbolos de transformação revelando a existência da luz divina que tudo ilumina.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Síntese: o arquétipo de transformação reúne todos os símbolos que os velhos sábios usavam para sintetizar suas teorias.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">1.3.6.5 Arquétipo de Divindades</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Existem no Inconsciente Coletivo arquétipos de divindades que materializam os pensamentos dos seres humanos desde a antiguidade mais remota, assim sendo, vamos encontrar materializações dos “seres divinos” representantes das concepções humanas mais diversas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Síntese: são figuras astrais materializando todas as concepções do deuses que os povos elaboraram e continuam elaborando.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">1.4 O Si-Mesmo</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O Si-Mesmo não é uma invenção qualquer, mas uma experiência que a persona pode vivenciar. A imagem divina do homem, o Si-Mesmo, foi encoberta pelas figuras astrais (Inconsciente Coletivo), mas, pode ser descoberta com a ajuda de Deus, de acordo com o que a Carta aos Romanos 12:2. “E não vos conformeis com os esquemas deste mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que possa discernir qual é a vontade de Deus”.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Não é difícil a persona ter uma percepção do Si-Mesmo, desde que compreenda os enunciados universais que Deus está em dentro de nós. A persona se apodera com facilidade do enunciado que o Si-Mesmo é a imagem e semelhança Deus em nosso interior. O ter o conhecimento que o Si-Mesmo é o ser criado por Deus a sua imagem e semelhança e que está no centro da estrutura da psique é um grande passo, mas não é o objetivo. Quando compreendemos intelectualmente caímos na ilusão que estamos vivenciando o Si-Mesmo, mas na realidade nada se conseguiu, a não ser um saber intelectual a respeito do Si-Mesmo. Desde épocas antigas as pessoas confundem o saber com a vivência em Deus, a idéia concebida com o próprio objeto, bastando saber, ou pronunciar o nome para tornar presente o objeto. Na realidade, a razão teve razões de sobra para reconhecer, ao longo dos séculos, a futilidade dessa opinião; mas isto não impediu que, ainda em nossos dias, o mero </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Uma percepção meramente intelectual pouco significa, pois o que se conhece são palavras e não a substância a partir de dentro. A persona tem que ser afetada pelo Si-Mesmo pelo processo, é inerente a todo processo psíquico a qualidade de valor, isto é, a tonalidade afetiva.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Devemos saber que apenas quando a persona é afetada pelo Si-Mesmo é que entra em movimento a estrutura da psique para expulsar todas as figuras astrais que influenciam a estrutura iniciando o processo natural de desenvolvimento que culmina com o afloramento do ser interior.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O ato de a persona ser afetada pelo Si-Mesmo provoca uma relação intrínseca no “eu” e na consciência que materializa em sentimentos, emoções e ações a relação da afetividade. Da mesma maneira que o vinho novo não deve ser colocado em odres velhos, da mesma forma que a serpente troca de pele, assim também, inicia o novo a partir desse relacionamento. Quando o Si-Mesmo afeta a persona, ela, pela primeira vez começa a sentir o que é paz.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A persona deve buscar unicamente tornar-se receptiva as emanações do Si-Mesmo como se não tivesse outra coisa a fazer, deixando o Si- Mesmo se revelar.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Quando a persona é afetada pelo Si-Mesmo a trajetória da persona sofre um desvio, passando a descrever um movimento circular em torno de seu princípio interior, em torno de um centro que é o Si-Mesmo. A persona movimenta-se em torno de seu centro, isto é, em torno do princípio de onde ela procede. A persona se mantém presa ao Si-Mesmo, movimenta-se em direção a Ele, como deveriam fazer todas as personas. Mas somente as personas dos deuses se movimentam em direção a Ele, e por isso são deuses, pois tudo o que se acha unido a esse centro é, em verdade, deus, ao passo que o que se acha afastado do centro é homem, filho das trevas e demoníaco.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Existe um centro, um lugar central no interior da estrutura da psique, com o qual tudo se relaciona, sendo uma fonte de energia. A energia do ponto central manifesta-se na compulsão e ímpeto irresistíveis de tornar-se a imagem e semelhança do perfeito. Este centro não é pensado como sendo a persona, mas pensado como sendo o Si-mesmo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Chega-se um momento em que a persona deve morrer para que o Si-Mesmo possa se manifestar. A persona apenas preparou o caminho para surgir o Si-Mesmo. O Si-Mesmo é peixe que surge das profundezas da estrutura da psique.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O centro da estrutura da psique flui o Oceano, a água virgem, sendo a verdadeira porta pela qual a persona deve passar, a fim de ver o filho de Deus renascer. O que estava morto ressuscitou, ao atravessar a porta dos céus.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Para os alquimistas o si-mesmo, não está na consciência da persona, mas fora dela, e precisamente já em nós; não, porém, “in mente nostra”, e sim naquilo que somos e ainda não conhecemos, isto é, naquele que precisamos conhecer. Hoje em dia damos-lhe o nome de inconsciente impessoal (Si-mesmo), distinguindo do inconsciente pessoal e do inconsciente coletivo</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O Si-Mesmo não é captado em sua totalidade pela persona, pois ocorreria uma catástrofe psíquica, pois, a persona assimila apenas alguns aspectos do Si-Mesmo. A busca da persona pelo Si-mesmo é em decorrência da imagem do Si-Mesmo que esta gravada no inconsciente da psique impulsionando o desejo pelo Si-Mesmo. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O si-mesmo, em sua totalidade, se situa além dos limites pessoais representando uma totalidade metafísica de natureza divina ou celeste. O si-mesmo se acha ligado à imagem e identificado com Deus, não podendo ser captado em sua totalidade devido sua infinitude. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O Si-Mesmo é o centro que dissipa as dúvidas criando um fato consumado e podemos designar esta instância como vontade de Deus ou como sendo operação das forças da natureza. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O Si-Mesmo concebido como sendo vontade de Deus, o que implica admitir que as forças naturais sejam forças divinas, tem a vantagem de a decisão se apresentar, em tal caso, como um ato de obediência como sendo algo planejado por Deus. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O si-mesmo é uma estrutura que não ocupa o lugar da persona, mas é uma estrutura mais abrangente que a persona. O si-mesmo não pode ser captado em sua totalidade pela persona. O Si-mesmo não fica circunscrito ao âmbito da consciência da persona, pois seus limites são impossíveis de ser fixado. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">No plano da objetividade o Si-Mesmo é representado pelo filho do homem transfigurado, o Filho de Deus que não foi manchado pelo pecado. Cristo é o símbolo do Si-Mesmo que é a verdadeira imagem de Deus. Si-Mesmo é o ser humano interior, invisível, incorporal e imortal. Cristo é para nós a analogia mais próxima do Si-Mesmo e de seu significado. O Si-Mesmo é o arcanum, a pedra preciosa que está no interior da persona que a persona ignora, mas que ao tomar consciência passará a busca. Quando a persona busca o Si-Mesmo todos os demônios astrais fogem.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Apesar do Si Mesmo não parecer mais do que uma noção abstrata, contudo é uma noção empírica, antecipada na psique por símbolos espontâneos ou autônomos. São estes os símbolos da quaternidade e dos mandalas, que afloram não somente nos sonhos do homem moderno, que o ignora como também aparece amplamente difundido nos monumentos históricos de muitos povos e épocas. Seu significado como símbolos da unidade e da totalidade é corroborado no plano da história e também no plano da psicologia empírica. “O que parece à primeira vista uma noção abstrata é, na realidade, algo de empírico, que revela espontaneamente sua existência apriorística. A totalidade constitui, portanto, um fator objetivo que se defronta com o sujeito, de modo autônomo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O Si-Mesmo nos sonhos modernos é representado pelo elefante, cavalo, touro, urso, do pássaro branco e preto, do peixe e da serpente. Também ocorre a tartaruga, o caracol, a aranha e o escaravelho. Símbolos vegetais são, principalmente, a flor e a árvore. Dentre os objetos inorgânicos que aparecem com relativa freqüência, devem-se mencionar ainda o monte e o lago. Nos casos em que há menosprezo pela sexualidade, o Si-Mesmo aparece simbolicamente em forma de falo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O Si-Mesmo é representado também pela mandala, pelo ouro ou por recipientes herméticos. O si-mesmo simbolizado pelo recipiente hermético, pois este foi escondido, divinamente, por obra da sabedoria do Senhor, da vista das nações, e os que não o conhecem, também ignoram o verdadeiro método. O Ancião diz que devemos procurar mais a visão do que o conhecimento da Sagrada Escritura. Maria, a profetisa, afirma: “Este é o recipiente de Hermes, que os estóicos esconderam.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"> O Si-mesmo na alquimia chinesa, é denominado "corpo de diamante"; ele corresponde ao corpo incorruptível da alquimia, que é idêntico ao corpo glorioso da ressurreição.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">O Si-Mesmo também é simbolizada por uma criança. Um aspecto fundamental do motivo da criança é o seu caráter de futuro. A criança é o futuro em potencial. A vida é um fluxo, um fluir para o futuro e não um dique que estanca e faz refluir. Não admira que tantas vezes que os salvadores míticos são crianças divinas. A criança pode ser expressa, por exemplo, pelo redondo, pelo círculo ou pela esfera, ou então pela quaternidade como outra forma de inteireza. O si-mesmo, representado pela criança é "menor do que o pequeno e, no entanto, maior do que o grande" complementa a impotência da "criança" com os seus feitos igualmente maravilhosos. A criança é o símbolo que não aponta mais para trás, mas para frente, para uma meta ainda não atingida. Portador de cura e superação dos conflitos. O inconsciente pode nulificar a criança (si-mesmo). O perigo ou ameaças a criança é representado por dragões, cobras e vertebrados inferiores que são símbolos do substrato do Inconsciente Coletivo. A criança, o si-mesmo é o herói que deve vencer o monstro da escuridão: a vitória esperada do si-mesmo sobre o Inconsciente Coletivo. O nascimento da criança é provavelmente a experiência mais forte da existência humana. "E Deus disse: Faça-se a luz.!" A luz foi feita e a escuridão desapareceu. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Nada no mundo dá as boas-vindas ao nascimento da criança, mas apesar disso ele é o fruto mais precioso e prenhe de futuro da própria natureza originária; significa em última análise um estágio mais avançado da auto-realização. "Criança" significa algo que se desenvolve rumo à autonomia. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">O mito enfatiza que a "criança" é dotada de um poder superior e que se impõe inesperadamente, apesar de todos os perigos. A "criança" nasce no útero do inconsciente, gerada no fundamento da natureza humana, ou melhor, da própria natureza viva. É uma personificação de forças vitais, que vão além do alcance limitado da nossa consciência, dos nossos caminhos e possibilidades, desconhecidos pela consciência e sua unilateralidade, e uma inteireza que abrange as profundidades da natureza. Ela representa o mais forte e inelutável impulso do ser, isto é, o impulso de realizar- se a si mesmo. O impulso e compulsão da auto-realização é uma lei da natureza e, por isso, tem uma força invencível, mesmo que o seu efeito seja no início insignificante e improvável. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">A criança corresponde ao que é "menor do que pequeno e maior do que grande": o si-mesmo, como fenômeno individual, "menor do que pequeno", mas como equivalente do mundo, "maior que o conhecimento do mundo e da consciência. Criança é o sujeito transcendente do conhecer, pólo oposto do universo empírico. A criança é o ovo dourado, que não é filho do homem e nem do mundo. O ovo sai do útero do vasto mundo, sendo por isso um acontecimento cósmico.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Todas as aspirações da persona pela perfeição, tomada no último sentido, é não apenas legítima, como também uma característica inata do homem, e uma das mais profundas raízes da civilização. Esta aspiração é, inclusive, tão forte, a ponto de transformar-se em paixão, que tudo submete a seu império. Aspira-se, naturalmente, a uma perfeição em qualquer direção em decorrência do Si-Mesmo que nos atrai. O Si-Mesmo em virtude de suas qualidades se manifesta por fim como os “eidos” (idéias) de todas as representações supremas da totalidade e da unidade.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Si-Mesmo: Inconsciente profundo. Um conselheiro. Uma consciência mais elevada. Não é apenas a sabedoria superior, mas também a um modo de agir correspondente a ela, o qual ultrapassa a razão humana. Ser imortal. É o Cristo em nós. Totalidade e centro, sendo que ambos não coincidem com o eu, mas o incluem como um círculo maior contém o menor. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Síntese: </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O Si-Mesmo é o verdadeiro ser humano, imagem e semelhança de Deus, que está como potência na estrutura da psique. O ter o conhecimento que o Si-Mesmo é o ser criado por Deus a sua imagem e semelhança e que está no centro da estrutura da psique não é o objetivo. A persona tem que ser afetada pelo Si-Mesmo. O Si-Mesmo deve se manifestar com toda a sua potencialidade.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">1.5 O Somático</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">A estrutura somática de cada ser humano é a manifestação ou reflexos da estrutura psíquica. A estrutura da psique é morfogenética. As subpartículas que compõe os átomos humanos e consequentemente as células não se dispersam em decorrência da existência de uma matriz que denominamos estrutura da psique responsável pela disposição e formação do corpo humano. O corpo humano visível é o reflexo de um corpo matricial formado pela estrutura psíquica. A estrutura psíquica arrebatada pelo inconsciente elabora um tipo específico de corpo humano e a estrutura psíquica natural desenvolve outro tipo de corpo humano. O somático possui dois aspectos: o somático gerado pelo ser humano que é finito no espaço/ tempo e o somático glorioso denominado de Kadir.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Síntese: o corpo humano pode ser o instrumento da persona dirigida pelo inconsciente ou o corpo humano pode ser o veículo do Si-Mesmo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">CONCLUSÃO</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A tendência moderna está associada à destruição e perda de consciência. A tradição simbólica e os mitos que revelam o processo do nascimento do novo ser desapareceram, ou foram recolhidos, fazendo surgir uma época de barbárie. O desenraizamento e a ruptura com a tradição mística neurotizou as massas e as colocou na histeria coletiva. Diante da histeria coletiva implanta a época do terror, o materialismo racionalista predomina e as prisões, asilos de loucos florescem.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Abandonando a loucura, o ser humano deve voltar ao ponto da meditação com a finalidade de compreender que consciência e inconsciente são aspectos da vida. A consciência defende as suas possibilidades e o inconsciente vivencia a sua caoticidade e os dois elementos possuem possibilidade de seguir os seus caminhos, assim deveria ser a vida humana. A consciência representando a cultura atual e o inconsciente reproduzindo todo o passado histórico da vida. Entre o confronto dos dois elementos surge o novo ser, o indivíduo que possui uma individualidade. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Não existe receita para possibilitar o nascimento de o novo ser diante da batalha entre consciência e inconsciente, trata-se de processo que se expressa através de determinados símbolos. O conhecimento dos símbolos é indispensável, pois é através dos símbolos que podemos entender a transcendência dos opostos. Ocorrendo a transcendência emergem novas situações ou novos estados de consciência. O Si-Mesmo possui “função transcendente".A "individuação" ocorre quando surge o individuo<i> </i>psicológico, ou seja, uma unidade indivisível, um todo., o Si-Mesmo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Referência</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">JUNG,Carl Gustav. Os Arquétipos e O Inconsciente Coletivo.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Petrópolis: Editora Vozes, 2000</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-2413941282608579572010-12-07T10:36:00.000-08:002010-12-07T10:36:32.123-08:00<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">O Si-Mesmo</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Marcos Spagnuolo Souza</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Existe um centro, um lugar central no interior da alma, com o qual tudo se relaciona e que ordena todas as coisas, sendo uma fonte de energia. A energia do ponto central manifesta-se na compulsão e ímpeto irresistíveis de tornar-se a imagem e semelhança do perfeito. Este centro não é pensado como sendo o eu, que é o centro da consciência, mas pensado como sendo o si-mesmo. Embora o centro represente, por um lado, um ponto mais interior, a ele pertence também, por outro lado, uma periferia ou área circundante, que contém tudo quanto pertence ao si-mesmo, isto é, os pares de opostos que constituem o todo da personalidade. Ao centro pertence, em primeiro lugar, a consciência, depois o assim chamado inconsciente pessoal, e finalmente um segmento de tamanho indefinido do consciente coletivo, cujos arquétipos são comuns a toda humanidade. O si-mesmo, apesar de ser simples, é, por outro, uma montagem extremamente complexa.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">O Si-mesmo na alquimia chinesa, é denominado "corpo de diamante"; ele corresponde ao corpo incorruptível da alquimia, que é idêntico ao corpo glorioso da ressurreição.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">O Si-mesmo está em oposição ao “eu” da consciência. O “eu” é apenas o ponto de referência da consciência, enquanto o si-mesmo inclui a totalidade da psique, ou seja, o consciente <i>e </i>o inconsciente.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Referência: JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-50776581992987047322010-11-29T10:49:00.000-08:002010-11-29T10:49:16.100-08:00Personificações do Arquétipo Ingênuo<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Marcos Spagnuolo Souza</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">A estrutura somática de cada ser humano é a manifestação ou reflexos da estrutura psíquica que possui a seguinte cartografia: persona; inconsciente pessoal; inconsciente coletivo e o si-mesmo que é o nosso verdadeiro ser em estado de potência. O inconsciente coletivo tem um efeito direto sobre o consciente, quer a consciência o compreenda ou não. O inconsciente coletivo é formado pelos seguintes arquétipos: os leviatãs; anima; animus; velho ancião; símbolos de transformações arcaicas e finalmente o arquétipo da ingenuidade. O nosso objetivo no momento é estudarmos o arquétipo ingênuo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">O arquétipo ingênuo é uma estrutura arquetípica antiguíssima, sendo o <span style="mso-bidi-font-style: italic;">reflexo fiel de uma consciência humana indiferenciada em todos os aspectos<i>, </i></span>correspondente a uma psique que, por assim dizer, ainda não deixou o nível animal. Consciência primitiva ou bárbara tendo uma auto-imagem em um nível anterior de desenvolvimento. Personalidade de caráter pueril, inferior e totalmente infantil.<span style="mso-bidi-font-style: italic;"> F</span>estas como o carnaval e outras semelhantes são reflexos ou descendentes da figura numinosa do arquétipo ingênuo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Os traços do arquétipo ingênuo possuem relação com certas figuras folclóricas conhecidas nos contos de fada: Dunga, o João Bobo e o Palhaço. O arquétipo ingênuo se manifesta em fenômeno conhecido como <span style="mso-bidi-font-style: italic;">poltergeist<i>, </i></span>que sempre sucederam em todo tempo e lugar.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">As travessuras engraçadas ou maliciosas deste arquétipo ingênuo são tão conhecidas quanto seu baixo nível de inteligência, isto é, a tolice notória de suas "comunicações". Diante de suas brincadeiras ele pode inclusive se transforma em animais, afetando diretamente a consciência das pessoas.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Embora o arquétipo ingênuo não seja propriamente mau, comete, devido à sua inconsciência e falta de relacionamento, as maiores atrocidades. Seu cativeiro na inconsciência animal é sugerido por sua prisão no crânio de um alce. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Atualmente reconhecemos que as celebrações das “Saturnalia” que eram as festas celebradas no ano novo são manifestações do arquétipo ingênuo. A <span style="mso-bidi-font-style: italic;">“Saturnalia” na</span> Antigüidade tratava-se das danças inofensivas dos sacerdotes, do clero inferior, das crianças e subdiáconos na Igreja. Nessa ocasião era escolhido um bispo das crianças, paramentado com vestes pontificais. Este fazia uma visita oficial ao palácio do arcebispo, acompanhado de uma grande balbúrdia, e de uma das janelas do palácio distribuía sua bênção episcopal. No fim do século XII, a “Saturnalia” já havia degenerado numa verdadeira festa de loucos.<i> </i>No ano de 1198, em Notre Dame (Paris), ocorreu excesso, atos infames, palavras sujas, como também pelo derramamento de sangue que o papa Inocêncio III manifestou-se, mas inutilmente, contra as brincadeiras escarnecedoras das loucuras dos clérigos. Trezentos anos mais tarde ( 12 de março de 1444) uma carta da Faculdade Teológica de Paris, endereçada a todos os bispos franceses, clama contra essa festa, em que "os próprios sacerdotes e clérigos escolhiam um arcebispo, ou bispo, ou papa, designando-o como o papa dos loucos.. No meio da missa, pessoas fantasiadas com máscaras grotescas ou de mulher, de leões ou de atores apresentavam suas danças, cantavam no coro canções indecentes, comiam comidas gordurosas num canto do altar, ao lado do celebrante da missa, jogavam os seus jogos preferidos. Incensavam com fumaça fedorenta, queimando o couro dos sapatos velhos e corriam e saltitavam por toda a Igreja.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">O arquétipo ingênuo continua a ser uma fonte de divertimento que se prolonga através das civilizações, sendo reconhecível nas figuras carnavalescas de um polichinelo e de um palhaço. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Os arquétipos que estão no inconsciente coletivo e entre eles o arquétipo ingênuo costumam perder sua energia progressivamente, a não ser que receba energia de fora.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Podemos pensar que quando os aspectos obscuros desaparecem é porque não existem mais, mas, na realidade perderam energia em decorrência que as consciências se libertaram do fascínio do inconsciente coletivo, não o vivendo compulsivamente. Salientamos que os arquétipos não se desfazem em fumaça, mas recolhem-se no inconsciente devido à perda de energia, mas espera por uma oportunidade favorável para reaparecer com toda sua intensidade. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">O arquétipo ingênuo se manifesta também em um nível de consciência dependente onde responsabilizamos a sociedade ou o outro por nossa própria ineficiência, devido à puerilidade que nos absorve. O nível de consciência que se coloca dependente do outro é fortemente influenciada pelo arquétipo ingênuo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Somente quando atingimos um nível de consciência superior é possível destacar o estágio anterior como algo diverso de si mesmo e objetivá-lo, isto é, dizer algo a seu respeito, reconhecendo como sendo inferior. Enquanto a nossa consciência está no estágio inferior não é possível reconhecer o estágio de consciência ingênua. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">A superação da consciência em relação ao arquétipo ingênuo é representada pela cabeça do falcão, ou por um falcão que voa nas alturas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Referência</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-86624957604139114022010-11-25T05:25:00.000-08:002010-11-25T05:25:00.623-08:00Psicologia do Arquétipo da Criança<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Marcos Spagnuolo Souza</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;"></span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">A organização da psique humana possui a seguinte estrutura: persona, inconsciente e si-mesmo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">A persona situa-se no nível consciente e representa todos os ensinamentos que recebemos a partir do momento em que ocorre o nascimento.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">No inconsciente existe duas categorias: 1)Inconsciente pessoal que indubitavelmente possui sua origem nas vivências pessoais reprimidas que são esquecidas, podendo ser inteiramente explicadas pela anamnese individual. 2) Inconsciente Coletivo (alma instintiva) de caráter impessoal que não pode ser atribuída a vivência do passado individual e conseqüentemente não pode ser explicada a partir de aquisições individuais. Inconsciente Coletivo corresponde a certos elementos estruturais <span style="mso-bidi-font-style: italic;">coletivos<i> </i></span>(e não pessoais) que são <span style="mso-bidi-font-style: italic;">herdadas<i> </i></span>tais como os elementos morfológicos do corpo humano.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Os produtos do inconsciente pessoal e coletivo surgem em um estado de intensidade reduzida da consciência (em sonhos, sonhos acordados, delírios, visões, etc). Nesses estados cessa a inibição provocada pela consciência sobre os conteúdos inconscientes, e assim jorra, como que saindo de portas laterais abertas, o material até então inconsciente, para o campo da consciência. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Na realidade nunca nos libertaremos legitimamente inconsciente pessoal e coletivo (alma instintiva), da mesma forma que não nos livraremos de nosso corpo e de seus órgãos sem cometer suicídio. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">O ser humano primitivo não pensava, mas sim que "algo pensava dentro dele". Sua consciência era invadida pelo poderosíssimo inconsciente coletivo, daí o temor de influências mágicas que a qualquer momento podiam atravessar a sua intenção e por esse motivo ele estava cercado de poderes desconhecidos aos quais devia ajustar-se de algum modo. Devido ao crônico estado crepuscular de sua consciência, muitas vezes era quase impossível descobrir se ele apenas tinha sonhado alguma coisa ou se a viveu na realidade. O mundo mítico dos antepassados, por exemplo, o atacava constantemente. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">A consciência do homem civilizado possui um instrumento eficaz para a realização de seus conteúdos através da dinâmica da razão, com o crescente fortalecimento desta última podendo perder-se na unilateralidade desviando-se do inconsciente pessoal, do inconsciente coletivo e do si-mesmo. Isso representa a possibilidade da liberdade humana, mas, por outro, é a fonte de infindáveis transgressões que o pode levar a loucura e a perda da alma (si-mesmo). O homem primitivo se caracteriza pelo fato de estar mais próximo do instinto, como o animal, pela neofobia (terror do que é novo) e pelo tradicionalismo. O ser humano é lamentavelmente atrasado enquanto nós exaltamos o progresso. Nossa valorização do progresso possibilita, por um lado, uma quantidade das mais agradáveis realizações do desejo, no entanto, por outro, acumula uma culpa prometèica, igualmente gigantesca, que exige de tempos em tempos uma expiação sob a forma de catástrofes fatais. Há muito a humanidade sonhava com o vôo e agora já chegamos aos bombardeios aéreos! Sorrimos hoje da esperança cristã no além e nós mesmos acabamos caindo em situações piores que a idéia de uma além-morte prazerosa. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">O ideal retrógrado é sempre mais primitivo "mais moral", posto que se atem fielmente a leis tradicionais. O ideal progressista é sempre mais abstrato, não- natural e mais "amoral", na medida em que exige infidelidade à tradição. A característica retrógrada é mais próxima da naturalidade, sempre ameaçada, porém, de um despertar doloroso. Quanto mais a consciência se diferencia, tanto maior o perigo da sua separação da raiz. Quando mais o inconsciente coletivo é reprimido pela consciência, mais ele se apodera da consciência, chegando a destruí-la. Um progresso viável só pode ocorrer através da cooperação entre persona, inconsciente pessoal e coltivo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">A criança (si-mesmo) é o “símbolo” <span style="mso-bidi-font-style: italic;">da salvação.</span> Um aspecto fundamental do motivo da criança é o seu caráter de futuro. A criança é o futuro em potencial. Significa em regra geral uma antecipação de desenvolvimentos futuros.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A vida é um fluxo, um fluir para o futuro e não um dique que estanca e faz refluir. Não admira que tantas vezes que os salvadores míticos são crianças divinas. A criança pode ser expressa, por exemplo, pelo redondo, pelo círculo ou pela esfera, ou então pela quaternidade como outra forma de inteireza. A inteireza que transcende a consciência é o si-mesmo<i>. </i></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">O si-mesmo, representado pela criança é "menor do que o pequeno e, no entanto, maior do que o grande" complementa a impotência da "criança" com os seus feitos igualmente maravilhosos. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">O inconsciente pode nulificar a criança (si-mesmo). O perigo ou ameaças a criança é representado por dragões, cobras e vertebrados inferiores que são símbolos do substrato psíquico coletivo, cuja localização anatômica coincide com o cerebelo e a medula espinal. Estes órgãos constituem a serpente. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">A criança, o si-mesmo é o herói que deve vencer o monstro da escuridão: a vitória esperada do si-mesmo sobre o inconsciente. Dia e luz são sinônimos do si-mesmo, noite e escuridão, do inconsciente. O nascimento da criança é provavelmente a experiência mais forte da existência humana. "E Deus disse: Faça-se a luz.!" A luz foi feita e a escuridão desapareceu. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">A criança enjeitada, abandonada, o risco que está sujeita, e o nascimento misterioso descreve certa vivência psíquica de natureza criativa, cujo objetivo é a emergência de um conteúdo novo, ainda desconhecido. A nova configuração, a criança é a transcendência dos opostos. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Nada no mundo dá as boas-vindas a este novo nascimento, mas apesar disso ele é o fruto mais precioso e prenhe de futuro da própria natureza originária; significa em última análise um estágio mais avançado da auto-realização. "Criança" significa algo que se desenvolve rumo à autonomia. Ela não pode <span style="mso-bidi-font-style: italic;">tornar-se<i> </i></span>sem desligar-se da origem: o abandono é uma condição necessária, não apenas um fenômeno secundário. O Menino Jesus, por exemplo, permanece uma necessidade cultural, enquanto a maioria das pessoas ainda é incapaz de realizar psicologicamente a frase bíblica: "A não ser que vos torneis como as criancinhas". </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Como portadoras de luz, ou seja, amplificadoras da consciência, a criança vence a escuridão, ou seja, o estado inconsciente anterior. Uma consciência mais elevada, ou um saber que ultrapassa a consciência atual, é equivalente a estar sozinho no mundo, representado pela criança. A solidão expressa à oposição entre o portador ou o símbolo da consciência mais alta e o seu meio ambiente. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Chama a atenção o paradoxo presente em todos os mitos da criança, pelo fato dela estar entregue e indefesa frente a inimigos poderosíssimos e, constantemente ameaçada pelo perigo da extinção, mas possuindo forças que ultrapassam muito a medida humana. Esta afirmação se relaciona intimamente com o fato psicológico da "criança" ser "insignificante" por um lado, isto é, desconhecida, "apenas" uma criança, mas por outro, divina. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">O mito enfatiza que a "criança" é dotada de um poder superior e que se impõe inesperadamente, apesar de todos os perigos. A "criança" nasce no útero do inconsciente, gerada no fundamento da natureza humana, ou melhor, da própria natureza viva. É uma personificação de forças vitais, que vão além do alcance limitado da nossa consciência, dos nossos caminhos e possibilidades, desconhecidos pela consciência e sua unilateralidade, e uma inteireza que abrange as profundidades da natureza. Ela representa o mais forte e inelutável impulso do ser, isto é, o impulso de realizar- se a si mesmo. O impulso e compulsão da auto-realização é uma lei da natureza e, por isso, tem uma força invencível, mesmo que o seu efeito seja no início insignificante e improvável. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A criança corresponde ao que é "menor do que pequeno e maior do que grande": o si-mesmo, como fenômeno individual, "menor do que pequeno", mas como equivalente do mundo, "maior que o conhecimento do mundo e da consciência. Criança é o sujeito transcendente do conhecer, pólo oposto do universo empírico. A criança é o ovo dourado, que não é filho do homem e nem do mundo. O ovo sai do útero do vasto mundo, sendo por isso um acontecimento cósmico.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">A criança é o símbolo que não aponta mais para trás, mas para frente, para uma meta ainda não atingida. Portador de cura e superação dos conflitos. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">O ser originário bissexual torna-se símbolo da unidade da personalidade do si-mesmo, em que o conflito entre os opostos se apazigua. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Psicologicamente, esta afirmação significa que a "criança" simboliza a essência humana pré-consciente e pós-consciente. O seu ser pré-consciente é o estado inconsciente da primeiríssima infância; o pós-consciente é uma <span style="mso-bidi-font-style: italic;">antecipação da </span>vida além da morte. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">Referencia</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-77626147438543186662010-11-18T09:32:00.001-08:002010-11-18T09:32:56.541-08:00Possessões e Renascimentos<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Marcos Spagnuolo Souza</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Esse artigo é o resumo do capítulo denominado “Sobre o Renascimento” do livro “Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo” de JUNG, Carl Gustav.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">A psique está em constante movimento de potência para ato, em transformação ininterrupta passando pela metempsicose, reencarnação, renascimento e finalmente ressurreição. Depois da ressurreição inicia uma evolução que não é humana e sim angélica. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">A metempsicose: trata-se da idéia de uma vida que se estende no tempo, passando por vários corpos, inclusive dos vegetais, animais e humano. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Reencarnação: contém o conceito de continuidade pessoal em vários corpos humanos. Neste caso, a personalidade humana é considerada suscetível de continuidade e memória; ao reencarnar ou renascer temos, por assim dizer potencialmente, a condição de lembrar-nos de novo das vidas anteriores, que nos pertenceram. Na reencarnação trata-se em geral de um renascimento em corpos humanos. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Renascimento: renascimento durante a vida individual. Renovação ou aperfeiçoamento sem modificações do corpo físico, personalidade renovada. Estados de doença corporal também podem ser curados através de cerimônias de renascimento. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Ressurreição: ressurgir da existência humana. Este processo não é compreendido no sentido material grosseiro, mas se considera o ressurgir do corpo glorificado, no estado de incorruptibilidade. Mudança de essência, que podemos chamar de transmutação. Trata-se da transformação do ser mortal em um ser imortal, do ser corporal no ser espiritual, do ser humano num ser divino. Um exemplo muito conhecido é o da transfiguração miraculosa de Cristo, ou a subida ao céu da Mãe de Deus com seu corpo, após a morte. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">A negação categórica das possibilidades de desenvolvimento acarreta a perda da alma. A alma se foi, tal como um cachorro que foge à noite de seu dono. A tarefa do xamã é então capturar a fugitiva e trazê-la de volta. Muitas vezes a perda ocorre subitamente e se manifesta através de um mal estar geral. Com a perda da alma não se tem mais nenhum desejo ou coragem de enfrentar as tarefas do dia. A pessoa se sente como chumbo porque nenhuma parte do corpo parece disposta a mover-se, e isso é devido ao fato de não haver mais qualquer energia disponível. Estado de desânimo e paralisação da vontade pode aumentar a ponto de a personalidade desmoronar. Surgem campos corporais anestesiados ou amnésia sistemática. Esta última é um fenômeno histérico de perda. Diminui a autoconfiança e a iniciativa. Surge um egocentrismo crescente. Desenvolvimento de uma personalidade essencialmente negativa, que representa uma falsificação em relação à personalidade originária. A perda da alma gera as possessões que podem ser possessão pela “persona”, possessão pelo inconsciente pessoal, possessão pelo inconsciente coletivo, possessão por figuras ancestrais e possessão pela alma grupal.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Possessão: A possessão pela “persona” significa que a psique foi possuída pela cultura dominante, reflete especificamente o meio em que está vivendo. A possessão pelo inconsciente pessoal é quando a psique reflete o lado obscuro da cultura, ou seja, a anticultura. A possessão provocada pelo inconsciente coletivo gera a possessão pela anima ou pelo animus provocando transformações da personalidade, evidenciando os traços do sexo oposto: no homem, manifesta o feminino e, na mulher, o masculino. Anima provoca ação externa com os seguintes aspectos: volúvel, desmedida, caprichosa, descontrolada, emocional, às vezes demoniacamente intuitiva, indelicada, perversa, mentirosa, bruxa e mística. O animus, pelo contrário, é rígido, cheio de princípios, legalistas, dogmático, reformador do mundo, teórico, emaranhando-se em argumentos, polêmico, despótico. A “anima” e o “animus” são cercados de indivíduos medíocres e se prestam a pensamentos medíocres. Os conteúdos das possessões aparecem como convicções singulares, planos obstinados. Não existe linha divisória absoluta entre possessão e paranóia.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Possessões por figuras ancestrais: desencadeada por algo que poderíamos designar mais adequadamente por “alma ancestral” e precisamente como uma determinada alma ancestral. São casos de identificação visível com a persona de pessoas falecidas. Essas possessões nas idades primitivas eram amplamente difundidas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Possessões pelas almas da natureza: a psique é possuída pela alma da terra, da água, do ar, do fogo, dos vegetais e dos animais.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Possessão pela alma grupal: trata mais exatamente da identificação de um indivíduo com certo grupo humano. Uma vivência grupal ocorre em um nível inferior de consciência. É um fato que, quando muitas pessoas se reúnem para partilhar de uma emoção comum, emerge uma alma conjunta que fica abaixo do nível de consciência de cada um. Quando um grupo é muito grande cria-se um tipo de alma animal coletiva. Envolto na identificação com o grupo não se sente nenhuma responsabilidade, mas também nenhum medo. A pessoa depende continuamente da embriaguez da massa a fim de consolidar a vivência e poder acreditar nela. Cada um sente-se arrastado pela onda coletiva de identificação com os outros. Pode até mesmo ser uma sensação agradável, uma ovelha entre dez mil ovelhas. Quando não está mais na multidão, a pessoa torna-se outro ser, incapaz de reproduzir o estado anterior. Volta a ter o seu nome civil, morando em determinada rua e tendo uma profissão, os problemas pessoais retornam. Diante da vida cotidiana busca novamente penetrar na alma grupal visando sentir novamente uno com o povo, sendo bem melhor do que ser apenas o cidadão x ou y. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Quando não existe afastamento ou fuga da alma ocorrem às mudanças necessárias que denominamos metempsicose, reencarnação, renascimento e ressurreição provocando modificações na psique do indivíduo que reflete diretamente no corpo humano. Lidamos aqui com uma realidade puramente psíquica, que só nos é transmitida indiretamente.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A psique é a realidade mais prodigiosa do mundo humano. Ela é a mãe de todos os fatos humanos, da cultura e da guerra assassina. Tudo isso é primeiramente psíquico e invisível, mas real. As mudanças podem ser as seguintes: mediada pelo rito sagrado; identificação com herói do culto, transformação mágica, transformações baseadas em símbolos místicos, transformação através de ações meditativas, ampliação de consciência e transformações naturais.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Modificação mediada pelo rito sagrado: participação em um rito sagrado que lhe revela a perpetuidade da vida através de transformações e renovações. O participante do rito é influenciado, impressionado ou consagrado por sua simples presença ou participação, a psique modifica por vivenciar a influência recebida. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Modificação mediada com a identificação do neófito com o herói do culto: para a vivência da transformação também é importante a identificação do neófito com o deus ou herói demonstrado no ritual sagrado. A identificação do neófito com o sagrado possibilita transformações psíquicas importantes.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Modificação mediada pelas transformações mágicas: o ritual é intencionalmente usado para produzir uma transformação. Por exemplo: um homem está doente e deve ser “renovado”. A renovação ocorre quando ele é puxado através de um buraco feito na parede na cabeceira de seu leito e quando sai do outro lado do buraco é psicologicamente afetado ocasionando a cura da doença. Ou então recebe outro nome e com este uma nova alma. Desse modo os demônios não o reconhecem mais; ou ainda passar por uma morte figurada, ou então é puxado grotescamente através de uma vaca de couro que o devora pela boca e o expele por trás. Ou ainda, passa por uma ablução ou banho batismal, transformando-se em um ser mais ou menos divino, com um novo caráter e um destino metafísico transformado. Ou se alimenta de uma refeição dita sagrada provocando transformações psicológicas que afetam a estrutura física.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Modificações mediadas por transformações através dos símbolos: 1) a gruta é o lugar do renascimento, aquele espaço oco secreto em que se é encerrado, a fim de ser incubado e renovado. A gruta que cada um tem dentro de si, ou na escuridão que fica por detrás da sua consciência, é envolvido num processo de transformação, a princípio inconsciente. Através dessa entrada no inconsciente ocorre uma conexão da consciência com os conteúdos inconscientes fazendo surgir grandes modificações no sentido positivo ou negativo. 2) Chadir: o novo ser representante do si-mesmo. Nasceu nas trevas de uma gruta. Uma consciência mais elevada. A consciência do eu reage à orientação superior do destino do si-mesmo. Chadir não representa apenas a sabedoria superior, mas também a um modo de agir correspondente a ela, o qual ultrapassa a razão humana. Chadir, o ser imortal. Podemos encontrar o Chadir </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">na rua, sob a forma de um homem ou que ele pode aparecer durante a noite como uma pura luz branca. Durante o sono como sendo uma luz clara. O Chadir pode aparecer como um conselheiro, amigo, consolador e também como mestre de sabedoria revelada. Chadir é o anjo de Deus, Anjo de Face, um mensageiro. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">3) Pão e Vinho: (disse Jesus que seu sangue é o vinho e seu corpo o pão) significa provavelmente apenas algo a ser assimilado, quando ocorre a comunhão no catolicismo o fiel psicologicamente assimila ou aceita Jesus. 4)Peixe: influência nutritiva dos conteúdos do si-mesmo, os quais mantêm a vitalidade da consciência através de um influxo energético contínuo, uma vez que a consciência não produz sua própria energia.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Modificações mediadas pelas ações meditativas: pertencem a este contexto os exercícios meditativos, entrar no vazio ou comunhão com esferas ou seres mais elevados.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Modificação mediada pela ampliação da consciência: assim, pois, se formos tocados por uma grande idéia de fora, devemos compreender que ela só nos toca devido a existência em nosso interior que lhe corresponde e vai ao seu encontro. Apropriamos verdadeiramente de tudo o que vem de fora para dentro, se formos capazes de uma amplitude interna correspondente à grandeza do conteúdo que vem de fora. Sem ampliação das fontes internas jamais será possível captar algo superior a nossa vivência. O ser humano possui dentro de si a capacidade de crescer. O botão se abre em flor e do menor surge o maior, “um torna-se dois”. O maior, que permanecia invisível, comparece diante do homem que fomos até então. O menor vê nascer diante si o amigo pelo qual tanto ansiava. O Cristo é o símbolo supremo do imortal que está oculto no homem mortal. Cristo é o outro que nasceu do menor. O filho de Deus nasce do filho do homem. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Modificações naturais: A própria natureza exige morte e renascimento. Há processos naturais de transformação que nos ocorrem, quer queiramos ou não, saibamos ou não. Trata-se de um processo demorado de transformação interna e do renascimento em outro ser. Este outro ser é o outro em nós, a personalidade futura mais ampla, com a qual já travamos conhecimento como um amigo interno da alma. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Devemos esclarecer que a psique é o ovário que possibilita o nascimento ou florescimento do si-mesmo, ou seja, da alma imortal que viajará em direção a infinitude da existência.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-29814558829746638102010-11-14T15:13:00.001-08:002010-11-14T15:13:27.458-08:00Atividades Mentais e Imagens Primordiais<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Marcos Spagnuolo Souza</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Esse artigo é o resumo do capítulo denominado “Aspectos Psicológicos do Arquétipo Materno” do livro “Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo” de JUNG, Carl Gustav.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Podemos salientar que todas as atividades mentais (pensar, a razão, a compreensão, o imaginar), não representam processos autônomos, livres de qualquer condicionamento subjetivo, apenas a serviço das eternas leis da lógica, mas sim funções psíquicas agregadas e subordinadas às imagens primordiais. Nossas próprias tendências filosóficas e até mesmo o que chamamos nossas melhores verdades são afetadas e diretamente ameaçadas pelas imagens primordiais. Podemos perguntar: será possível que um ser humano pode pensar, dizer e fazer o que ele mesmo é? </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Para respondermos a referida pergunta devemos dizer que há um fator apriorístico em todas as atividades humanas, que é a estrutura da inconsciência pessoal e inconsciência coletiva (imagens primordiais). A psique, por exemplo, a do recém-nascido, não é de modo algum um nada vazio, ao qual, sob circunstâncias favoráveis, tudo pode ser ensinado. Pelo contrário, ela é uma condição prévia tremendamente complicada e rigorosamente determinada pelo inconsciente coletivo. No entanto, assim que ocorrem as primeiras manifestações visíveis da vida psíquica, só um cego não pode ver o caráter do inconsciente coletivo sendo manifestado na personalidade singular da criança. É impossível supor que todas essas particularidades sejam criadas somente no momento em que aparecem.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O ser humano possui, como todo animal, uma psique pré-formada de acordo com sua espécie. O tipo específico humano está contido no inconsciente coletivo. A idéia de que a forma humana não é herdada, mas criada de novo em cada ser humano, é tão absurda quanto à concepção primitiva de que o Sol que nasce pela manhã é diferente daquele que se pôs na véspera. O que é herdado não são as idéias, mas as formas, as quais sob esse aspecto particular correspondem aos instintos igualmente determinados por sua forma.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">As imagens primordiais (inconsciente coletivo) foram criadas desde o início da espécie, influenciando inclusive a formação humana. Uma vez que tudo o que é psíquico é pré-psíquico, cada uma de suas funções também o é, especialmente as que derivam diretamente das disposições inconscientes. Estas imagens primordiais denominadas de inconsciente coletivo são arquétipos ou modelos energéticos que influenciam toda a psique e também a forma humana. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">As imagens primordiais existem em algum lugar celeste. Dentre as inúmeras imagens primordiais existe a imagem primordial denominada “anima”, preexistente e supra-ordenada que influencia diretamente toda estrutura humana. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O arquétipo “anima” possui uma variedade incalculável de formas astrais e mencionamos apenas algumas: a forma de mãe; avó; madrasta e sogra; uma mulher qualquer; ama-de-leite; antepassada; mulher branca; deusa; mãe de Deus, Virgem Maria, Sofia. Em sentido mais amplo: paraíso, reino de Deus, Jerusalém Celeste, Igreja Universal, o Céu, a Terra, a floresta, o mar, as águas quietas; a matéria; o mundo subterrâneo; a Lua; lugar de nascimento ou da concepção, a terra arada, o jardim, a gruta, a árvore, a fonte, o poço profundo, a pia batismal, a flor, círculo mágico, o útero, qualquer forma oco; o forno; o caldeirão; a vaca. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O atributo da anima é maternal; o feminino; a sabedoria; elevação espiritual<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>bondade; o que cuida; o que sustenta; o que proporciona as condições de crescimento; fertilidade e alimento; o lugar da transformação mágica, do renascimento; o instinto e o impulso favoráveis; o secreto; o oculto; o obscuro; o abissal; o mundo dos mortos; o devorador; sedutor e venenoso; o apavorante e fatal. “Anima” pode aparecer também sob a forma de um animal, de uma bruxa, fantasma, canibal, hermafrodita e coisa deste tipo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O reflexo da “anima” no corpo masculino ou feminino difere bastante: o efeito típico nos filhos são o homossexualismo, o dom-juanismo e eventualmente também a impotência. No homossexualismo o componente heterossexual fica preso à figura da mãe de modo inconsciente; no dom-juanismo, a mãe é procurada inconscientemente em cada mulher. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">A exacerbação do feminino significa uma intensificação de todos os instintos femininos, e em primeiro lugar do instinto materno. O aspecto negativo desta é representado por uma mulher cuja única meta é parir. O homem para ela é algo secundário; sendo essencialmente o instrumento de procriação, classificando como um objeto a ser cuidado. Primeiro, ela leva os filhos no ventre, depois se apega a eles, pois, sem os mesmos não possui nenhuma razão de ser. Este tipo de mulher, embora sempre parecendo sacrificar-se pelos outros, na realidade é incapaz de um verdadeiro sacrifício. Seu instinto materno impõe-se brutalmente até conseguir o aniquilamento da própria personalidade e da de seus filhos. Quanto mais inconsciente de sua personalidade for uma mãe deste tipo, tanto maior e mais violenta será sua vontade de poder inconsciente. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Nossas intenções conscientes são por assim dizer constantemente perturbadas e atravessadas em maior ou menor grau por intrusões inconscientes, cujas causas nos são inicialmente desconhecidas. A psique está longe de ter uma unidade; pelo contrário, ela é uma mistura borbulhante de impulsos, bloqueios e afetos contraditórios e o seu estado conflitivo é, para muitas pessoas, tão insuportável, que elas desejam a salvação apregoada pela teologia.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><span style="mso-ansi-language: PT-BR;"></span></div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-32758251502643223542010-11-07T15:16:00.001-08:002010-11-07T15:16:20.259-08:00O Inconsciente Coletivo e Suas Projeções<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Marcos Spagnuolo Souza</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Esse artigo é o resumo do capítulo denominado “O Arquétipo Com Referência Especial ao conteúdo de Anima” do livro “Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo” de JUNG, Carl Gustav.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O inconsciente coletivo deve ser considerado como uma realidade autônoma de caráter enigmático, possuindo uma essência diferente dos processos físico-químicos, escapando aos caprichos e manipulações da consciência. Do inconsciente coletivo emanam influências determinantes.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Um dos arquétipos do inconsciente coletivo é a anima e o animus, sendo representado pelos pares divinos (masculino-feminino), yang (masculino) e yin (feminino), o panteão politeísta da antiguidade. O animus e anima é apenas um dos possíveis pares de opostos existentes no inconsciente coletivo, mas na prática é um dos mais importantes e freqüentes. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Os arquétipos do inconsciente coletivo podem permanecer em estado de repouso, isto é, não projetado, não possui forma determinável, constituindo uma estrutura formalmente indefinida, mas com a possibilidade de manifestar-se em formas determinadas, através da projeção.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Um dos casos mais instrutivos de projeção do arquétipo do inconsciente é o do místico suíço Nicolau de Flue, cujas visões as divindades aparecem numa forma dual: ora como pai majestoso, ora como mãe majestosa. Fato semelhante ocorreu nas visões de Guillaume de Digulleville, pois, ele via Deus no mais alto dos céus sentado num trono radiante e redondo, como um Rei; a seu lado, a Rainha do céu está sentada num trono semelhante de cristal marrom. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Na projeção, a anima assume uma forma feminina, com determinadas características e o animus projeta em uma forma masculina. Quando a anima é projetada no homem ele fica excessivamente sensível, irritável, de humor instável, ciumento, vaidoso e desajustado. Ele vive num estado de mal-estar consigo mesmo e o irradia a toda volta. O homossexualismo se caracteriza por uma identificação do homem com a anima. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-45753530184107581272010-11-01T12:40:00.000-07:002010-11-01T12:40:40.754-07:00Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Marcos Spagnuolo Souza</span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Esse artigo é o resumo do capítulo denominado “Sobre os Arquétipos do Inconsciente Coletivo” do livro “Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo” de JUNG, Carl Gustav.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Inconsciente:</span></b><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"> </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Os indivíduos não esquecem quem eles são (sujeitos) e não podem em hipótese alguma perder a consciência. Os indivíduos mantém firmemente ancorados na terra, desconhecendo o inconsciente. Todo o esforço da humanidade concentra-se na consolidação da consciência. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Na consciência, somos nossos próprios senhores, mas se ultrapassarmos o pórtico da consciência, percebemos aterrorizados que somos objetos do inconsciente. Saber isso é decididamente desagradável, pois nada decepciona mais do que a descoberta de nossa insuficiência. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O inconsciente é o estado dos conteúdos reprimidos ou esquecidos. Espaço de concentração dos conteúdos esquecidos e recalcados. Uma camada superficial do inconsciente é pessoal (Inconsciente Pessoal).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Os deuses são fatores psíquicos, ou seja, modelos do inconsciente. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Para nós, tratar com o inconsciente é uma questão vital. Todos aqueles que já tiveram experiências com o inconsciente sabem que o tesouro jaz no fundo da água e tentam retirá-lo de lá. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Sombra</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O encontro consigo mesmo pertence às coisas desagradáveis que evitamos, enquanto pudermos projetar o negativo a nossa volta. Se formos capazes de ver nossa própria sombra, e suportá-la, sabendo que existe,teria resolvido apenas uma pequena parte do problema. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">A sombra é uma parte viva da personalidade e por isso quer comparecer de alguma forma. Não é possível anulá-la argumentando, ou torná-la inofensiva através da racionalização. No entanto, mais cedo ou mais tarde, as contas terão que ser acertadas. A sombra é, no entanto, um desfiladeiro, um portal estreito cuja dolorosa exigüidade não poupa quem quer que desça ao poço profundo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Inconsciente Coletivo</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span></b><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O inconsciente pessoal repousa sobre uma camada mais profunda, que já não tem sua origem em experiências ou aquisições pessoais, sendo inata. A camada mais profunda é o que chamamos inconsciente coletivo, não sendo de natureza individual, mas universal; possuindo conteúdos e modos de comportamentos que são os mesmos em toda parte e em todos os indivíduos, substrato psíquico comum de natureza psíquica suprapessoal que existe em cada indivíduo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Os conteúdos do inconsciente coletivo são formados por imagens (emoções) universais que existiram desde os tempos mais remotos. O inconsciente coletivo é encontrado nos ensinamentos esotéricos, nos mitos e nos contos de fada que são expressões simbólicas do drama interno e inconsciente que a consciência consegue apreender através de suas projeções. Os ensinamentos secretos procuram captar os acontecimentos invisíveis do inconsciente. Os ensinamentos secretos contêm uma sabedoria revelada, originalmente oculta, e exprimem os segredos do inconsciente. As figuras do inconsciente sempre foram expressas através de imagens protetoras e curativas, e assim expelidas da psique para o espaço cósmico. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O inconsciente coletivo é tudo, menos um sistema pessoal encapsulado, é objetivamente amplo com o mundo e aberta ao mundo. Lá eu estou na mais direta ligação com o mundo, de forma que facilmente esqueço quem sou na realidade. Perdido em si mesmo é uma boa expressão para caracterizar este estado. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Quando o inconsciente nos toca e já o somos. Uma onda do inconsciente pode facilmente nos arrebatar e esquecemos quem somos e passamos a fazer coisas nas quais que desconhecemos. A consciência submerge com facilidade no inconsciente, dando espaço à possessão. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Quem olha dentro da água vê sua própria imagem, mas atrás dele surgem seres vivos; possivelmente peixes, habitantes inofensivos da profundeza – inofensivos se o indivíduo não fosse mal-assombrado para muita gente. Trata-se de seres aquáticos de um tipo especial. Às vezes, o pescador apanha uma ninfa em sua rede, um peixe feminino, semi-humano. A sereia é um estágio ainda mais instintivo de um ser mágico feminino, que designamos pelo nome de anima. Também podem ser ondinas, melusianas, ninfas do bosque, graças ou filhas do rei dos Elfos, lâminas e súcubus que atordoam os jovens, sugando-lhes a vida. Essas figuras seriam projeções de estados emocionais nostálgicos e de fantasias condenáveis, dirá o crítico moralista. Impossível não admitir que esta constatação é de certa forma verdadeira. Será a sereia apenas um produto de um afrouxamento moral? Não existiram tais seres em épocas remotas, em que a consciência humana nascente ainda se encontrava por inteiro ligado à natureza? Seguramente devem ter existido primeiro os espíritos na floresta, no campo, nos cursos de água, muito antes dos questionamentos da consciência moral. Além disso, esses seres eram tão temidos como sedutores, de modo que seus estranhos encantos eróticos não passavam de características parciais. A consciência era, então, bem mais simples e o domínio sobre ela absurdamente pequeno. Uma quantidade infinita do que agora sentimos como parte integrante de nossa própria natureza psíquica ainda volteia alegremente em torno do homem primitivo em amplas projeções. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O inconsciente coletivo não se desenvolve individualmente, mas é herdado. Ele consiste de formas preexistentes, arquétipos, que só secundariamente podem tornar-se conscientes, conferindo uma forma definida aos conteúdos da consciência.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Arquétipos:</span></b><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"> Os conteúdos do inconsciente coletivo são chamados arquétipos. O conceito de arquétipo só se aplica às representações coletivas, conteúdos psíquicos que ainda não foram submetidos a qualquer elaboração consciente. Os arquétipos se modificam através da conscientização assumindo matizes que variam de acordo com cada consciência individual.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Os arquétipos aparecem como personalidades atuantes em sonhos e fantasias. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O perigo principal é sucumbir à influência fascinante dos arquétipos, o que pode acontecer mais facilmente quando as imagens arquetípicas não são conscientizadas. Caso exista uma predisposição psicótica pode acontecer que as figuras arquetípicas escapem ao controle da consciência, alcançando uma total independência, ou seja, gerando fenômenos de possessão. No caso de uma possessão pela anima, por exemplo, o paciente quer transformar-se por autocastração numa mulher chamada Maria.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">que não consegue mais controlar o inconsciente. Em todo caso de dissociação é, portanto, necessário integrar o inconsciente na consciência. Trata-se de um processo sintético que denominei processo de individuação. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O método terapêutico da psicologia complexa consiste por um lado numa tomada de consciência, o mais completa possível, dos conteúdos inconscientes constelados.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Uma vez que os arquétipos são relativamente autônomos como todos os conteúdos numinosos, não se pode integrá-los simplesmente pro meios racionais, mas requerem um processo dialético, isto é, confronto propriamente dito que muitas vezes é realizado pelo paciente em forma de diálogo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Há boas razões para supormos que os arquétipos sejam imagens inconscientes dos próprios instintos, representam o modelo básico do comportamento instintivo. Os instintos são forças motrizes especificamente formadas, que perseguem suas metas inerentes antes de toda conscientização, independente do grau de consciência. Podemos admitir sem hesitação que a atividade humana é em grande escala influenciada por instintos. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">A fonte principal para compreender os arquétipos está nos sonhos, que têm a vantagem de serem produtos espontâneos da psique inconsciente, independentemente da vontade, sendo, por conseguinte, produtos da natureza, puros e não influenciados por qualquer intenção consciente. Outra fonte de acesso ao arquétipo são as seqüências de fantasias. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Há boas razões para supormos que os arquétipos sejam imagens inconscientes dos próprios instintos, representam o modelo básico do comportamento instintivo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Como poderemos provar a existência dos arquétipos? A fonte principal está nos sonhos, que têm a vantagem de serem produtos espontâneos da psique inconsciente, independentemente da vontade, sendo, por conseguinte, produtos da natureza, puros e não influenciados por qualquer intenção consciente. Outra fonte de acesso ao material necessário é a imaginação. Entende-se como sendo uma sequência de fantasias que é gerada pela concentração intencional. A intensidade e a frequência dos sonhos são reforçadas pela presença de fantasias inconscientes e inapreensíveis e que quando estas emergem na consciência o caráter dos sonhos se transforma tornando-os mais fracos e menos freqüentes. O sonho muitas vezes contém fantasias tendentes a se tornarem conscientes. A sequência de fantasias que vêm a tona alivia o inconsciente e representa um material rico de formas arquetípicas. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Anima</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O confronto com a sombra é obra do aprendiz, o confronto com a anima é a obra-prima A relação com a anima é outro teste de coragem, uma prova de fogo para as forças espirituais e morais do homem. Jamais devemos esquecer que, em se tratando da anima, estamos lidando com realidades psíquicas, as quais até então nunca foram apropriadas pelo homem, uma vez que se mantinham fora de seu âmbito psíquico, sob a forma de projeção. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Anima é algo que vive por si mesma e que nos faz viver; é uma vida por detrás da consciência, que nela não pode ser completamente integrada, mas da qual pelo contrário esta última emerge. Embora pareça que a totalidade da vida anímica inconsciente pertence à anima, esta é apenas um arquétipo entre muitos. Por isso, ela não é a única característica do inconsciente, mas um de seus aspectos. A imagem da anima é geralmente projetada em mulheres. Tudo que é tocado pela anima torna-se numinoso, isto é, incondicional, perigoso, tabu, mágico. Ela é a serpente do paraíso do ser humano inofensivo e, cheio de bons propósitos e intenções. Destroi inibições morais e desencadeia forças que seria melhor permanecerem inconscientes. Anima quer vida, ela quer o bom e o mau. A anima é conservadora e se prende à humanidade mais antiga de um modo exasperante. Ela prefere aparecer em roupagens históricas, com predileção pela Grécia e pelo Egito. Essa mesma anima pode aparecer como um anjo de luz, como psicopompos, e conduzi-lo até o significado mais alto. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Anima não deixa de ser um impulso caótico da vida, mas ao lado disso é também algo extremamente significativo; um saber secreto ou uma sabedoria oculta, algo que curiosamente contrasta com a sua natureza élfica irracional. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Quanto mais o indivíduo conscientiza da anima, tanto mais ela perde seu caráter impetuoso e compulsivo. Pouco a pouco o indivíduo vai criando conscientemente os diques para evitar a inundação do caos e assim surge um novo cosmo. Não se trata de uma nova descoberta da psicologia, mas de uma verdade milenar, da riqueza da experiência da vida vem o ensinamento que o pai transmite ao filho. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O Velho Sábio</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">O mago é sinônimo do velho sábio, que remonta diretamente à figura do xamã a sociedade primitiva. Como a anima, ele é um daimon imortal que penetra com a luz do sentido a obscuridade caótica da vida. Ele é o iluminador, o professor e mestre, o guia das almas de cuja personificação nem Nietzsche, o destruidor das tábuas da Lei pôde escapar. Nietzsche invocou, através de sua reencarnação no Zaratustra, o espírito superior de uma idade quase homérica, para tornar-se portador e porta-voz de sua própria iluminação e êxtase dionisíaco. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Arquétipos de Transformação</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Estes não são personalidades, mas sim situações típicas, lugares e caminhos simbolizando cada qual um tipo de transformação. Tal como as personalidades, estes arquétipos também são símbolos verdadeiros. Os princípios fundamentais são indescritíveis, dada a riqueza de referências, apensar de serem reconhecíveis. O intelecto discriminador sempre procura estabelecer o seu significado unívoco e perde o essencial, pois a única coisa que é possível constatar e que corresponde à sua natureza é a multiplicidade de sentido, a riqueza de referência quase ilimitada que impossibilita toda e qualquer formulação unívoca. Seu início é quase sempre caracterizado por um beco sem saída ou qualquer outra situação impossível; sua meta,em amplo sentido, é a iluminação ou consciência superior, através do qual a situação inicial é superada num nível superior. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Por volta de 1906 deparei (Jung) com a curiosa fantasia de um indivíduo internado há muitos anos. Encontrei-o junto à janela, movendo a cabeça de um lado para outro, piscando para o Sol. Pediu-me que fizesse o mesmo, prometendo que eu veria algo muito importante. Ao perguntar-lhe o que estava vendo, ele espantou-se porque eu nada via, e disse: “O senhor está vendo o pênis do Sol. Quando movo a cabeça de um lado para outro ele também se move e esta é a origem do vento”. Cerca de quatro anos depois, ao estudar mitologia, descobri um livro que comentava um papiro grego da liturgia mitraica que dizia: “Procura nos raios a respiração, inspira três vezes tão fortemente quanto puderes e sentir-te ás erguido e caminhando para o alto, de forma que acreditarás estar no meio de região aérea. O caminho dos deuses visíveis aparecerá através do Sol, o Deus, meu pai; do mesmo modo, ficará visível o assim chamado tubo, a origem do vento propiciatório. Pois verás pendente do disco solar algo semelhante a um tubo. E rumo às regiões do oeste, um contínuo vento leste; se o outro vento prevalecer em direção ao leste, verá, de modo semelhante, a face movendo-se nas direções do vento.”</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Experiência relacionada com a divindade: </span></b><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">a experiência original da divindade ocorre através do êxtase e pode ser tão terrível que transfigura o rosto de quem passa pela experiência. Bruder Klaus: a visão que aparecera era tão terrível que seu próprio rosto se desfigurou de tal modo que as pessoas se assustavam, temendo-o. Ele se defrontou com uma visão de máxima intensidade. Todos os que se aproximavam dele ficaram assustados. Sobre a causa deste terror, ele mesmo costumava dizer que havia visto uma luz penetrante, representando um semblante humano. Ao visualizá-lo temera que seu coração explodisse em estilhaços. Por isso, tomado de pavor, desviara o rosto, caindo por terra. (Ângelo Silêsio. Jacob Bohme).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Instintos</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Instinto: os instintos são comuns nos animais e aos homens. Os instintos são fatores impessoais universalmente difundidos e hereditários, de caráter mobilizador, que muitas vezes se encontram tão afastados do limiar da consciência, que a moderna psicoterapia se vê adiante da tarefa de ajudar o paciente a tomar consciência dos mesmos. São forças motrizes especificamente formadas, que perseguem suas metas inerentes antes de toda conscientização, independente do grau de consciência. Podemos admitir sem hesitação que a atividade humana é em grande escala influenciada por instintos. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">A fonte da imaginação são instintos reprimidos, cuja tendência natural é influenciar a mente consciente. Em casos desse tipo entregamos ao paciente a tarefa de contemplar cada fragmento de sua fantasia que lhe parece associativo em que está contido, até poder compreendê-lo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">Bibliografia</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 105%; mso-ansi-language: PT-BR;">JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-88658009194710419632010-08-20T08:33:00.000-07:002010-08-20T08:33:24.092-07:00Desejo Logo Ex-sistoMarcos Spagnuolo Souza<br />
<br />
marcospagnuolo@uol.com.br<br />
<br />
Resumo do capítulo “Desejo Logo Ex-sisto” escrito por Antônio Quinet no livro intitulado “A descoberta do Inconsciente”.<br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No primeiro momento é importante elaborarmos a diferenciação entre “eu” e “sujeito”. O “eu” é produto da cultura que estamos inseridos, elaborado pelo outro, ou podemos dizer que o “eu” é a mascara que usamos para que as outras pessoas nos vejam como nós queremos que elas nos vejam. O “eu” é como se fosse às insígnias com as quais me paramento para o convívio com os outros da coletividade. Aprofundando, salientamos que o “eu” funciona como barreira ao sujeito do inconsciente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A respeito do “sujeito” temos duas colocações, sendo a primeira no viés de Descartes e o segundo viés sendo o olhar da psicanálise. Descartes salienta que o “sujeito” é a coisa pensante, o “sujeito” está no pensamento. “Penso logo existo”, assim sendo substancializa o sujeito na coisa que pensa. O “sujeito” para Descartes é uno, inteiro e identificável. O “sujeito” para a psicanálise é o pensamento inconsciente. O “sujeito” é o inconsciente, lá onde falta alguma coisa se encontra o sujeito, é lembrança apagada, vazio de representação, oco, não possui substância, está fora do pensamento. O sujeito é patológico por definição afetado pela estrutura que obedece a uma lógica. O sujeito está no pensamento como ausente, como pensamento barrado. Lá onde penso eu não estou. O sujeito se experimenta como falta-a-ser, pois, não encontra representação simbólica para o seu ser. O inconsciente é o pensamento ausente, o pensamento rejeitado, desútil, no entanto, mesmo sendo rejeitado pelo “eu” ele não cessa de se manifestar, é o saber próprio do “sujeito”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O “sujeito” é desejo, o “sujeito” é fundamentalmente desejo; desejo de não ser e de não ter, desejo de jamais ser e de jamais ter. O desejo do “sujeito” é indestrutível, inominável, indefinível, irrepresentável, insubstancial, sempre desejo de outra coisa, o pensamento não o define, não há representação própria para o desejo, não tem substância; vazio, aspiração falta. O desejo do “sujeito” é palavra sem significado, ou na palavra sem significado desliza o sujeito. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O “sujeito” se manifesta na hesitação, na dúvida, nos escombros da patologia (doença), caleidoscópios (variedade infinita de aspectos) oníricos (sonho), fantasmagorias (figuras luminosas na escuridão) da ópera (espetáculo) privada, corredores das vesânias (mania, loucura, disparate). Descobrimos o sujeito no pensamento ausente, pensamento barrado. Lá onde penso eu não estou, mas, onde não penso estou. O “sujeito” se manifesta no sintoma. O sintoma é a hesitação, a dúvida, o que se manifesta no intervalo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O “sujeito” pode ser descoberto na clínica onde o psicanalista solicita o “sujeito”, solicita o “sujeito” do desejo, o sujeito do inconsciente que não responder ao “eu” que não quer saber nada do que o “eu” sabe. O psicanalista não ataca o sintoma, mas, acolhe o sintoma para que ele possa ser desdobrado e decifrado, fazendo emergir o sujeito. Na clínica deve deixar o sujeito bater as asas do desejo. Na clínica o psicanalista se lança no vazio do saber instável (incompleto) que está sempre a ser reconstruído. O ato analítico do psicanalista não possui a rede de segurança do grande Outro. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">REFERÊNCIA</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">QUINET, Antônio. A descoberta do inconsciente. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-13936694912849103942010-08-20T08:10:00.000-07:002010-08-20T08:10:54.136-07:00Arquitetura do “Eu”<div align="justify">Marcos Spagnuolo Souza</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Esse artigo é o resumo do livro escrito por Jung denominado “Aion estudos sobre o simbolismo do Si-Mesmo”.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">1 Si-Mesmo</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O si-mesmo, em sua totalidade, se situa além dos limites pessoais representando uma totalidade de natureza divina ou celeste. O si-mesmo se acha ligado à imagem e identificado com Deus, não podendo ser captado em sua totalidade devido sua infinitude. O Si-Mesmo é a autoridade que dissipa as dúvidas criando um fato consumado e podemos designar esta instância como vontade de Deus ou como sendo operação das forças da natureza. Comenta Jung (1986:24)</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O Si-Mesmo concebido como sendo vontade de Deus, o que implica admitir que as forças naturais são forças divinas, tem a vantagem de a decisão se apresentar, em tal caso, como um ato de obediência como sendo algo planejado por Deus. (...) O homem nunca aparece como um mero observador, mas toma parte nele, mais ou menos voluntariamente, tentando colocar o peso de seu sentimento de liberdade moral no prato da balança da decisão. Entretanto, aqui não se sabe em que redundará a motivação causal, por vezes inconsciente, de sua decisão, que ele considera livre. Tanto poderá ser um ato de Deus quanto uma catástrofe natural. </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O si-mesmo é uma estrutura que não ocupa o lugar do “eu”, mas é uma estrutura que inclui o “eu” e mais abrangente que o “eu”. O si-mesmo representa sempre uma situação em que o “eu” se acha incluido. O si-mesmo não pode ser captado em sua totalidade pelo “eu” e o “eu”, podemos dizer, está subordinado ao si-mesmo. O si-mesmo não fica circunscrito ao âmbito da consciência do “eu”, pois seus limites é impossível de ser fixado. Salienta Jung: “O Si-mesmo não é uma grandeza que venha a ocupar o lugar daquela até o momento designada pelo termo “eu”, mas a uma grandeza mais abrangente, que inclua o “eu” (1986:1)</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Para os alquimistas o si-mesmo, não está na consciência do “eu”, mas fora dela, e precisamente já em nós; não, porém, “in mente nostra”, e sim naquilo que somos e ainda não conhecemos, isto é, naquele “quid” que precisamos conhecer. Hoje em dia damos-lhe o nome de inconsciente impessoal, distinguindo do inconsciente pessoal e do inconsciente coletivo.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Afirma Joung (1986: 4):</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Si-Mesmo ou Personalidade Global não pode ser captada em sua totalidade, denominada de si-mesmo. Por definição o “eu” está subordinado ao si-mesmo. È inclusive notório que o “eu” não é somente incapaz de qualquer coisa contra o si-mesmo, como também é assimilado e modificado, eventualmente, em grande proporção, pelas parcelas inconscientes da personalidade que se acham em vias de desenvolvimento. </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O Si-Mesmo não é captado em sua totalidade pelo “eu”, pois ocorreria uma catástrofe psíquica, pois, o “eu” assimila apenas alguns aspectos do Si-Mesmo. A busca do “eu” pelo Si-mesmo é em decorrência da imagem do Si-Mesmo que esta gravada no inconsciente da psique impulsionando o desejo pelo Si-Mesmo. Acrescenta Jung ( 1986: 22)</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">A imagem da totalidade permanece imersa na inconsciência. É por isto que ela participa, por um lado, da natureza arcaica do inconsciente, enquanto que por outro, na medida em que está contido no inconsciente se situa no continuum espaço-tempo característico deste último. Estas duas propriedades são numinosas e, por isso mesmo, absolutamente determinante para a consciência do eu, que é diferenciada, separada do inconsciente, encontrando-se as referidas propriedades em um espaço e tempo absolutos. Isto se dá por uma necessidade vital. </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Destaca Jung (1986) que apesar do Si Mesmo não parecer mais do que uma noção abstrata, contudo é uma noção empírica, antecipada na psique por símbolos espontâneos ou autônomos. São estes os símbolos da quaternidade e dos mandalas, que afloram não somente nos sonhos do homem moderno, que o ignora como também aparece amplamente difundido nos monumentos históricos de muitos povos e épocas. Seu significado como símbolos da unidade e da totalidade é corroborado no plano da história e também no plano da psicologia empírica. “O que parece à primeira vista uma noção abstrata é, na realidade, algo de empírico, que revela espontaneamente sua existência apriorística. A totalidade constitui, portanto, um fator objetivo que se defronta com o sujeito, de modo autônomo.” (Jung, 1986: 29)</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">No plano da objetividade o Si-Mesmo é representado pelo filho do homem transfigurado, o Filho de Deus que não foi manchado pelo pecado. Cristo é a verdadeira imagem de Deus, a cuja semelhança foi criada nosso homem interior; invisível, incorporal e imortal. Cristo é a imagem perfeita de Deus. O mal é meramente a carência acidental de uma perfeição, ausência do Si-mesmo em nós, ocorrendo uma separação definitiva entre o reino celeste e o mundo de fogo da condenação. Cristo é para nós a analogia mais próxima do si-mesmo e de seu significado. Cristo, é a encarnação do Si-Mesmo.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Conforme Jung (1986) o Si-Mesmo nos sonhos modernos é representado pelo elefante, cavalo, touro, urso, do pássaro branco e preto, do peixe e da serpente. Também ocorre a tartaruga, o caracol, a aranha e o escaravelho. Símbolos vegetais são, principalmente, a flor e a árvore. Dentre os objetos inorgânicos que aparecem com relativa freqüência, devem-se mencionar ainda o monte e o lago. Nos casos em que há menosprezo pela sexualidade, o si-mesmo aparece simbolicamente em forma de falo. </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O Si-Mesmo é representado também pela mandala, pelo ouro ou por recipientes herméticos. Jung explica (1986): </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">A mandala que simboliza o si-mesmo. O si-mesmo simbolizado pelo recepiente hermético, pois este foi escondido, divinamente, por obra da sabedoria do Senhor, da vista das nações, e os que não o conhecem, também ignoram o verdadeiro método. O Ancião diz que se deve procurar mais a visão do que o conhecimento da Sagrada Escritura. Maria, a profetisa, afirma: “Este é o recipiente de Hermes, que os estóicos esconderam (1986: 229) O ouro é outro símbolo do si-mesmo (1986: 252)</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Todas as aspirações do “eu” pela perfeição, tomada no último sentido, é não apenas legítima, como também uma característica inata do homem, e uma das mais profundas raízes da civilização. Esta aspiração é, inclusive, tão forte, a ponto de transformar-se em paixão, que tudo submete a seu império. Aspira-se, naturalmente, a uma perfeição em qualquer direção em decorrência do Si-Mesmo que nos atrai. “O Si-Mesmo manifesta-se em nós através da prudência e da justiça, da moderação, da virtude, da sabedoria e da disciplina. O Si-Mesmo em virtude de suas qualidades se manifesta por fim como os “eidos” (idéias) de todas as representações supremas da totalidade e da unidade” (1986: 32).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">2 Eu</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O “eu” não é um fator simples, elementar, mas complexo; é um fator que, como tal, é impossível descrever com exatidão. Sabemos pela experiência que ele é uma individualidade única constituído por duas bases aparentemente diversas: uma base somática e uma base psíquica. O homem só possui uma visão limitada da fisiologia da sua parte somática e, só conhece uma diminuta parte de sua psique.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O “eu” quando separado de suas raízes (si-mesmo), falta-lhe a ligação com as bases da existência, e neste caso ele secará inevitavelmente. É ai, então, que a Anamnesis é de vital importância. O conto de fadas e o mito expressam processos inconscientes e sua narração produz sempre um revivescimento e uma recordação de seu conteúdo, operando consequentemente uma nova ligação entre a consciência e o inconsciente. </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O aspecto somático possui dois viéses, o consciente e o inconsciente, o mesmo ocorrendo com a psíque que é consciente e ao mesmo tempo inconsciente, assim sendo a base somática e psíquica do “eu” é constituída por fatores conscientes e inconscientes.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">2.1 Somático</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Enfatiza Jung (1986:2) que conhecemos a base somática, partindo da totalidade das sensações de natureza endossomática, as quais, por sua vez, são de caracteres psíquicos e ligados ao eu e, consequentemente, também conscientes. Estas sensações decorrem de estímulos endossomáticos que só em parte transpõem o limiar da consciência. Parte considerável destes estímulos se processa de modo inconsciente, isto é, subliminar. Não há dúvida de que parte considerável dos estímulos endossomáticos é totalmente incapaz de se tornar consciente. </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">2.2 Psíquico</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Base psíquica do “eu”: constituída por fatores conscientes e inconscientes. Estes últimos se dividem em três grupos: 1) o dos conteúdos temporariamente subliminares, isto é, voluntariamente reproduzíveis; 2) o dos conteúdos que não podem ser produzidos voluntariamente (conteúdos que somente podem chegar a consciência a partir de muita fatiga, ou recorrendo até mesmo a meios artificiais) 3) conteúdos totalmente incapazes de se tornarem conscientes (Jung, 1986:2)</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">A verdadeira portadora e geradora do saber é a psique; e foi justamente esta o que mais se ignorou, durante muito tempo. Ela era considerada um sintoma de reações químicas, um epifenômeno de processos celulares, ocorridos no cérebro; e ela não existiu mesmo, realmente, por algum tempo. (...) Uma das aquisições mais modernas é a consciência de que se deve levar em conta a realidade objetiva do fator psíquico. (...) Para os gnósticos, e é nisto que consistia seu verdadeiro segredo, assim como para os alquimistas, a psique existe como fonte de conhecimento (Jung, 1986:164)</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">2.3 Consciência Psíquica</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Salienta Jung (1986) que é impossível dizer até onde vão os limites do campo da consciência, porque este pode estender-se de modo indeterminado. Empiricamente, porém, ele alcança sempre o seu limite, todas as vezes que toca o âmbito do desconhecido. Este desconhecido é constituído por tudo quanto ignoramos por tudo aquilo que não possui qualquer relação com o eu enquanto centro da consciência. “A consciência é incapaz de abarcar a totalidade, mas é muito provável que a totalidade esteja presente, inconscientemente, no eu. Isto corresponderia a um estado da mais alta perfeição ou integralidade” (Jung, 1986:102).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">2.4 Inconsciente Psíquico</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Evidencia Jung (1986:5) que o inconsciente é dividido em dois campos: de um lado, o de uma psique extraconsciente cujos conteúdos classificamos de pessoais e, do outro, o de uma psique cujos conteúdos qualificamos de impessoais, ou melhor, coletivos. O primeiro grupo compreende os conteúdos que formam as partes constitutivas da personalidade individual e, por isso mesmo, poderiam ser também de natureza consciente. O segundo grupo representa uma condição ou base da psique em geral, universalmente (coletivamente) presente e sempre idêntica a si mesma. </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">2.4.1 Inconsciente Psíquico Pessoal</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Os conteúdos do inconsciente pessoal são aquisições da existência individual do “eu” que denominamos de “sombra” sendo a figura mais facilmente acessível à experiência, pois é possível ter um conhecimento bastante aprofundado de sua natureza. A “sombra” é o elemento inconsciente que mais freqüente e intensamente influencia ou perturba o “eu”. “Uma pesquisa mais acurada dos traços obscuros do caráter, isto é, das inferioridades do indivíduo que constituem a sombra, mostra-nos que esses traços possuem uma natureza emocional, certa autonomia e, consequentemente, são de tipos obsessivos, ou melhor, possessivos (Jung, 1986: 6) </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">A sombra é aquela personalidade oculta, recalcada, frequentemente inferior e carregada de culpas, cujas ramificações se estendem até o reino de nossos ancestrais animalescos englobando, deste modo, todo o aspecto histórico do inconsciente. Com a análise da sombra e dos processos nela contidos é possível fazer sair da casca. A sombra é a inferioridade do “eu” como uma “privatio boni” (ausência de bem). Um mundo tenebroso que oculta no seu interior fatores autônomos e influentes, em si indistinguíveis que foram repelidos pelo psiquismo consciente (Jung, 1986:254).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">A sombra coloca obstinada resistência ao controle social e de modo geral, estas resistências ligam-se as projeções que não podem ser reconhecidas como tais e cujo conhecimento implica um esforço que ultrapassa os limites habituais do indivíduo. Os traços característicos da sombra podem ser reconhecidos através dos atos falhos ou sintomas, mas há pouca esperança de que o sujeito delas tome consciência (Jung, 1986:67).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">A sombra representa o inconsciente pessoal, podendo por isso atingir a consciência sem dificuldades no que se refere a seus conteúdos, além de poder ser percebida e visualizada. A sombra se diferencia do “animus” e da “anima” que se acham bastante afastados da consciência, sendo este o motivo pelo qual dificilmente, ou nunca, eles podem ser percebidos em circunstâncias normais, no entanto, não é difícil, com certo grau de autocrítica, perceber a própria sombra, pois ela é de natureza pessoal (Jung: 1986:8).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Na realidade a sombra elabora um casulo que envolve o “eu” que somente com muita dificuldade o “eu” consegue desfazer, pois, a sombra é o lado obscuro da própria personalidade, muitas vezes inacessível ao “eu”.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">2.4.2 Inconsciente Psíquico Coletivo</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Os conteúdos do inconsciente coletivo são arquétipos que existem sempre e a priori. Sabemos que não é o sujeito que projeta, mas o inconsciente, não se cria a projeção, sendo que ela já existe de antemão. A conseqüência da projeção é um isolamento do sujeito em relação ao mundo exterior, pois em vez de uma relação real o que existe é uma relação ilusória. As projeções transformam o mundo externo em uma concepção irreal. Por isso, no fundo, as projeções levam a um estado de auto-erotismo ou autismo, em que se sonha com um mundo cuja realidade é inatingível (Jung, 1986:7). Quanto mais projeções se interpõem entre o sujeito e o mundo exterior, tanto mais difícil se torna para o “eu” perceber suas ilusões (Jung, 1986:8).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O inconsciente coletivo é o fator que trama as ilusões que encobrem o mundo e o próprio sujeito se expressando nas figuras da anima e do animus. Eles personificam os seus conteúdos, os quais podem ser integrados à consciência. Neste sentido, constituem funções que transmitem conteúdos do inconsciente para a consciência (Jung, 1986:18).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">É de particular importância que não se pense no inconsciente coletivo como em imagens fantásticas que passam rápidas e fugidias, mas como fatores permanentes e autônomos, coisas que o são na realidade (Jung, 1986:18)</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">2.4.2.1 Anima</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Lembra Jung (1986) que Anima é a mãe (astral) que ensina cuidadosamente a praticar as virtudes da fidelidade, da dedicação e da lealdade, a fim de preservar a pessoa do dilaceramento moral que está ligado à aventura da vida. Anima é caracterizada pela vaidade e sensibilidade e a pessoa aprende muito bem a lição, e permanece fiel à sua mãe astral e de muitas vezes de forma preocupante para ela quando se revela, por exemplo, seu caráter homossexual, em homenagem a ela, mas, ao mesmo tempo, também para sua satisfação inconsciente e mítica. </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Anima é o arquétipo antiqüíssimo e sacrossanto do conúbio entre mãe e filho, é a mulher coroada de estrelas que o dragão persegue e as piedosas incertezas que envolvem as núpcias do Cordeiro. Anima é, simultaneamente, velha e jovem, Deméter e Perséfone e o filho é, ao mesmo tempo, esposo e criança adormecida de peito num estágio de indescritível plenitude, com a qual nem de longe se podem comparar as imperfeições da vida real, os esforços e as fadigas empregados no processo de adaptação, bem como o sofrimento causado pelas inúmeras decepções com a realidade (Jung, 1986:10)</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">A projeção Anima só pode ser desfeita para a pessoa quando o filho percebe que há uma imago da mãe no âmbito de sua psique, e não só uma imago da mãe, como também da filha, da irmã e da amada, da deusa celeste e da Baubo ctônica universalmente presente como imagem sem idade, e que toda mãe e toda amada é, ao mesmo tempo, a portadora e geradora desses reflexos profundamente inerentes à natureza do homem (Jung, 1986: 11)</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O maior perigo da Anima é que ela exige o máximo do homem e quando há alguém capaz disto, ela efetivamente o recebe. Esta imagem é a “Senhora Alma”. Onde quer que se manifeste a Anima (nos sonhos, nas visões e fantasias) ela aparece personificada, mostrando deste modo que o fator subjacente a ela possui todas as qualidades características de um ser feminino. Não se trata de uma invenção da consciência; é uma produção espontânea do inconsciente (Jung, 1986:11).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">2.4.2.2 Animus</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Animus é o pai astral e possui tendência a argumentar. É nas discussões obstinadas em que mais se faz notar a sua presença. O que importa é o poder da verdade ou da justiça ou qualquer outra coisa abstrata sendo a soma das opiniões tradicionais desempenhando um grande papel na argumentação. Em inúmeros casos o animus se manifesta pela prática da crueldade quando a verdade e a justiça são rompidas (Jung:1986:13)</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Animus sob a forma do pai expressa não somente opiniões tradicionais como também aquilo que se chama “espírito” e de certas concepções filosóficas e religiosas universais, ou seja, aquela atitude que resulta de tais convicções (Jung, 1986:14)</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">As projeções do animus são poderosas e enchem imediatamente a personalidade do sentimento inabalável de que ela está de posse da justiça e da verdade e em segundo lugar porque sua origem parece fundada consideravelmente em objetos e situações objetivas (Jung, 1986: 15). Jung (1986) pergunta: és capaz de conhecer teu pai? Sim. És capaz de conhecer este encoberto? Não. O encoberto é teu pai.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">2.4.2.3 Anima e Animus</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Não é difícil perceber o anima e animus, pois, temos a vantagem de certa preparação mediante a educação que sempre procurou convencer os homens de que eles não são feitos de ouro cem por cento puros, porr isso, qualquer um entende facilmente e sem demora o que os termos personalidade inferior e outros semelhantes significam, no entanto, podemos também dizer que o animus e a anima constituem parte de um domínio especial da natureza, que defende sua inviolabilidade com o máximo de obstinação, por isso é muito difícil conscientizar-se das projeções do par animus-anima, sendo necessário vencer muitas resistências para desvelar o casal astral (Jung, 1986: 15).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Nos seres humanos o animus lança mão da espada de seu poder e a anima asperge o veneno de suas ilusões e seduções (Jung, 1986:13). Da mesma forma que a anima se transforma em um Eros da consciência assim também o animus se transforma em um Logos; da mesma forma que a anima imprime uma relação e uma polaridade na consciência do homem, assim também o animus confere um caráter meditativo, uma capacidade de reflexão e conhecimento à consciência feminina (Jung, 1986:14).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Ressalta Jung (1986) que é muito difícil combinar intelecto e sentimento, pois os dois se repelem. Quem se identificar com um ponto de vista intelectual, poderá eventualmente confrontar-se com o sentimento sob a forma da anima, numa situação de hostilidade; inversamente, um animus intelectual brutalizará o ponto de vista do sentimento. No entanto, quem quiser realizar esta difícil tarefa, não só intelectualmente, mas também como valor de sentimento, deverá defrontar-se com o animus ou com a anima, a fim de alcançar uma união superior, uma unificação dos opostos. Este é um pré-requisito indispensável para se chegar à totalidade (Jung, 1986:29).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Eles são, no verdadeiro sentido da palavra, o pai e a mãe de todas as grandes complicações do destino e, como tais, são conhecidos no mundo inteiro desde épocas imemoriais: trata-se de par de deuses, um dos quais, por causa de sua natureza de Logos é caracterizado pelo Pneuma e pelo nous, como o Hermes de múltiplas facetas, enquanto a segunda é representada sob os traços de Afrodite, Helena, Perséfone e Hécate, por causa de sua natureza de Eros. Eles existem quer a consciência lhes reconheça o valor ou não, pois o seu poder aumenta de modo proporcional ao grau de inconsciência do “eu”. Quem não os percebe, fica ao seu sabor, como essas epidemias de tifo que se alastram quando não se conhece a sua fonte infecciosa. O que podemos descobrir inicialmente, a partir deles, é tão pouco claro que dificilmente alcança os limites da visibilidade. Só quando lançamos um jato de luz nas profundezas obscuras e exploramos psicologicamente os caminhos estranhamente submersos do destino humano é que podemos perceber, pouco a pouco, como é grande a influência desses dois complementos da consciência (Jung, 1986:19). </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">As figuras astrais de Anima e Animus constituem as bases arquetípicas das divindades masculinas e femininas, em todas as épocas e lugares, e, por este motivo, exigem uma atenção particular, sobretudo por parte dos psicólogos e, depois, de qualquer leigo dado à reflexão. Enquanto “númens”, o animus e a anima produzem ora o bem, ora o mal (Jung, 1986:256).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Nem todos os conteúdos da anima e do animus estão projetados. Muitos deles afloram nos sonhos e muitos outros podem alcançar a consciência mediante a chamada imaginação ativa. A Imaginação ativa são certas idéias, sentimentos e afetos fantásticos que ninguém antes de vivenciá-los considerava possíveis, mas estão vivos dentro de nós. Quem nunca teve uma experiência desta natureza consigo mesmo acha naturalmente que tal possibilidade é absolutamente fantástica, pois uma pessoa normal sabe muito bem o que pensa (Jung, 1986:17).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O politeísmo corresponde ao estágio animus-anima, ao passo que o monoteísmo corresponde ao Si-Mesmo (Jung, 1986:256).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Animus e anima existem a priori e partindo deste fato, é possível explicar a existência indiscutida e indiscutível, muitas vezes totalmente irracional, de certos caprichos e opiniões. A notória rigidez destas opiniões se explica, no fundo, pelo fato de que uma forte ação sugestiva origina do arquétipo fascinando o “eu” e o mantendo hipnoticamente prisioneiro. Muitas vezes o “eu”, nessas circunstâncias, tem uma ligeira sensação de haver sofrido uma derrota moral e se comporta de maneira ainda mais renitente, orgulhosa e obstinada em suas posições, aumentando seu sentimento de inferioridade, num círculo vicioso. Com isto ele priva a relação humana de uma base sólida, pois não só a megalomania como também o sentimento de inferioridade impossibilitam qualquer reconhecimento mútuo sem o qual não há relacionamento algum (Jung, 1986:15). </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O homem é compensado pelo feminino, assim também a mulher o é pelo masculino, assim como a mãe parece ser o primeiro receptáculo do fator determinante de projeções relativamente ao filho, assim também o é o pai em relação a filha. A mulher é compensada por uma natureza masculina, e por isso o seu inconsciente tem, por assim dizer, um sinal masculino. O fator determinante de projeções presentes na mulher é o animus e no homem a projeção determinante é a anima. No homem a função anima, via de regra aparece menos desenvolvido do que o Logos e na mulher a função animus aparece menos desenvolvido que o Eros, o Eros é expressão de sua natureza real, enquanto que o Logos muitas vezes constitui um incidente deplorável (Jung, 1986:12).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">3 Projeção</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">A sombra, o animus e a anima atuam através de projeções e o fator formador de projeção é de uma realidade impossível de ser negada. </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Quem, entretanto nega este fator, identifica-se com ele, e isto não é apenas inquietante, mas simplesmente perigoso para o bem-estar do indivíduo. Não se tem diretamente consciência deste estado de projeção, pelo contrário, sua existência somente pode ser detectada, na melhor das hipóteses, a partir de sintomas indiretos (Jung, 1986: 22). </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Jung realça (1986) que a projeção da sombra, animus e anima aumentam quanto maior for o nosso ponto cego. Quanto maior for a nossa inconsciência a esse respeito mais nos identificamos com estas figuras astrais. </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Psicologicamente consideramos que os impulsos da sombra, animus e anima são certas forças naturais que se manifestam em nós, sob a forma de impulsos ou, como sendo a vontade de Deus. Com isso nos pomos em consonância com as figuras astrais que influenciam a vida psíquica, assim passamos a funcionar como tem funcionado o ser humano em todos os lugares e em todas as épocas. A existência dos habitus coletivos guiados pelas figuras astrais nos mostra hipoteticamente a capacidade de sobrevivência no ambiente que estamos inseridos e enquanto estivermos em consonância com eles, existe para nós uma possibilidade racional de sobreviver, pois, não levamos em consideração outras possibilidades (Jung, 1986: 25). </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Quando reprimimos as figuras astrais elas voltam a se manifestarem em outro lugar e sob uma forma modificada, mas desta vez carregado de um ressentimento que transforma o impulso natural, em si inofensivo, em nosso inimigo. Podemos dizer que estas figuras são os grandes demônios. O vocábulo grego demônio exprime um poder determinante que vem ao encontro do homem, de fora. (Jung, 1986: 40).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">4 A Libertação</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Quem não sabe libertar a verdade “veritas” presente no interior da alma das cadeias em que está presa, também não conseguirá a sua libertação. Somente é capaz de fabricar o ouro quem possui a doutrina correta e a doutrina correta é a sua própria transformação, somente se transforma se transformando. Com base nestas considerações o autoconhecimento é de fundamental importância. A esperança para se livrar dos demônios astrais está depositada no próprio “eu” (Jung, 1986: 153).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O conhecimento do mundo reside dentro do próprio peito e o adepto deve extrair o conhecimento a respeito do mundo no seu próprio interior, pois o “eu” deve se conhecer em primeiro lugar. Quando o “eu” se conhece, conhece também o Si-Mesmo. O Si-Mesmo é o arcanum, a pedra preciosa que está no interior do “eu” quie ele ainda ignora, mas que tomará consciência na sua busca para se livrar dos demônios astrais. Quem procura seriamente reconhecer-se o seu próprio “eu” torna-se suspeito de egoismo e de extravagância (Jung, 1986: 154).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O Mestre somente pode transmitir ao discipula a teoria, ou seja, a teoria representa o único bem verdadeiro que o adepto pode tomar como ponto de partida. A primeira coisa que ele deve encontrar é a prima matéria ou seja, o segredo dos sábios, a teoria transmissível pelo Mestre. A teoria ou doutrina expressa pelo Mestre é a experiência interior do próprio Mestre que ele transmite ao buscador da verdade (Jung, 1986:133). </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">5 Deus</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">A imagem divina do homem e o Si-Mesmo foram danificadas pelo pecado, mas, pode ser restaurada (reformada) com a ajuda de Deus, de acordo com o que a Carta aos Romanos 12:2. “E não vos conformeis com os esquemas deste mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que possa discernir qual é a vontade de Deus” (Jung, 1986:37).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">A imagem divina não é uma invenção qualquer, mas uma experiência que ocorre espontaneamente no “eu”, por isso, a imagem de Deus (de início inconsciente) tem condições de modificar o estado de consciência introduzindo as correções na imagem (consciente) de Deus (Jung, 1986:185). </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Jung (1986) relembra que não é difícil o “eu” ter uma percepção inicial de Deus compreendendo os enunciados universais acerca de Deus que está em nós e acima de nós, de Cristo e do seu corpo místico e, da alma suprapessoal. A questão é tão óbvia que o intelecto humano se apodera com facilidade dessa compreensão do “eu” a respeito de Deus e disto nasce a ilusão de que assim tomamos posse do objeto. Quando compreendemos intelectualmente caímos na ilusão que estamos vivenciando Deus, mas na realidade nada se conseguiu, a não ser um saber intelectual a respeito do Si-Mesmo. Desde épocas antigas as pessoas confundem o saber com a vivência em Deus, a idéia concebida com o próprio objeto, bastando saber, ou pronunciar o nome para tornar presente o objeto. Na realidade, a razão teve razões de sobra para reconhecer, ao longo dos séculos, a futilidade dessa opinião; mas isto não impediu que, ainda em nossos dias, o mero domínio intelectual seja considerado como absolutamente válido.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">A psicologia experimental nos mostra claramente que o ato de conceber, mediante o intelecto, um fato psicológico produz apenas um conceito e o conceito não passa de um nome, de um mero sopro da voz, não tendo substância inerente. São sonoras, mas não encerram valor algum sem nenhuma realidade. O intelecto é de incontestável utilidade, mas, além disto, é também um grande embusteiro e ilusionista, sempre que tenta manusear valores. (30)</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Devemos saber que apenas quando somos afetados por Deus é que inicia o processo de conscientização, alcança então Ele alcança a consciência. Somente quando o “eu” é afetado é que fica envolvido e sente a nova realidade. O ser afetado é uma nova realidade que provoca modificações nos pensamentos e ações. Para melhor entendimento podemos dizer que existe uma grande diferença em saber a descrição de uma enfermidade e estar enfermo, vivenciando a enfermidade. Uma percepção meramente intelectual pouco significa, pois o que se conhece são palavras e não a substância a partir de dentro. O “eu” tem que ser afetado pelo processo, é inerente a todo processo psíquico a qualidade de valor, isto é, a tonalidade afetiva (Jung, 1986:31).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Da mesma maneira que temos que ser afetado pelo Si-Mesmo somente podemos ter uma idéia satisfatória da sombra, do animus e anima a partir de uma experiência viva. Somente podem ser elucidadas à base da experiência (Jung,1986: 31).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">6 Simbologia</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O ato do “eu” ser afetado pelo Si-Mesmo provoca uma relação intrínseca com a consciência que materializa em símbolos ou mitos a relação de afetividade. Da mesma maneira que o vinho novo não deve ser colocado em odres velhos, da mesma forma que a serpente troca de pele, assim também o mito e símbolos precisam de nova roupagem em cada éon, para não perder a sua força terapêutica (Jung, 1986: 171). A tendência moderna à destruição e perda de consciência de toda tradição simbólica e dos mitos interrompe o processo normal de evolução durante vários séculos, e constituir um intervalo de barbárie. O desenraizamente e a ruptura com a tradição mística neurotizam as massas e as preparam para a histeria coletiva sendo necessário a terapia coletiva, que consiste na privação da liberdade e na implantação do terror. Por isso, onde impera o materialismo racionalista predominam as prisões e asilos de loucos (Jung, 1986:171).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O monte sempre significou ascensão, e particularmente ascensão mística (espiritual) até o cume, isto é, até a proximidade do Espírito e ao lugar da Revelação (Jung, 1986:194). O peixe simboliza o “eu” que surge das profundezas do inconsciente, o filho de Deus (Jung, 1986:173) </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">A serpente e o dragão correspondem ao “eu” totalmente inconsciente e incapaz de atingir o Si-Mesmo vivendo nas emanações do inconsciente pessoal e coletivo, não tendo sabedoria própria. Não possuem um conhecimento considerado como sendo de caráter sobrenatural. Sua falta de relação, sua frieza e periculosidade expressam o mundo dos instintos causando um efeito terrível tal como acontece com a súbita aparição de uma serpente venenosa. A serpente é o símbolo mais freqüente do mundo obscuro dos impulsos (Jung, 1986: 223).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">7 Objetivos do Ser Humano</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">O “eu” deve buscar conhecer apenas o Si-Mesmo como se não tivesse outra coisa a fazer, deixando Deus realizar nele o que lhe aprouver. Que o homem seja apenas o que era quando veio de Deus. Neste uno devemos mergulhar por toda a eternidade, do nada para o nada. Assim Deus nos ajude. Amem (Jung, 1986:184).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Do centro do homem completo flui o Oceano (no qual Deus se encontra). Deus é a verdadeira porta pela qual o homem completo deve passar, a fim de renascer (Jung, 1986:202). O morto ressuscitará, ao atravessar a porta dos céus (Jung, 1986:205).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Sempre que um “eu” se conhece, sabe que seu movimento natural não se processa em linha reta, pois sofreu um desvio; mas sabe que descreve um movimento circular em torno de seu princípio interior, em torno de um centro que é o Si-Mesmo (Deus). O “eu” movimenta-se em torno de seu centro, isto é, em torno do princípio de onde ela procede. O “eu” se mantém preso a Ele, movimenta-se em direção a Ele, como deveriam fazer todos os “eus”. Mas só os “eus” dos deuses se movimentam em direção a Ele, e por isso são deuses, pois tudo o que se acha unido a esse centro é, em verdade, deus, ao passo que o que se acha afastado dele é o homem, o homem sem unidade, o homem animal (Jung, 1986:209).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Observa Jung (1986) que é muito árduo descobrir o “eu” e difícil entendê-lo, e que também é difícil chegar ao conhecimento do homem “completo”, mas, o começo da perfeição é o conhecimento do “eu”, ao passo que o conhecimento de Deus é a perfeição acabada. A maior de todas as doutrinas consiste em conhecer-se a si mesmo. De fato, quando o homem se conhecer a si mesmo, conhecerá também a Deus. Procure-o dentro de ti mesmo e aprende quem é Aquele que diz: “Meu Deus, meu Deus, meu entendimento, minha alma, meu corpo.” O portal, a passagem para Deus é dentro de ti mesmo (Jung, 1986:212).</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">REFERÊNCIA</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">JUNG, Carl Gustav. Aion estudos sobre o simbolismo do si-mesmo. Petrópolis: Vozes, 1986.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-68458952465068300542010-08-20T08:06:00.000-07:002010-08-20T08:06:19.161-07:00Teoria Psicanalítica de Wilhelm ReichMarcos Spagnuolo Souza<br />
<br />
<br />
<br />
1 Biografia<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Nasceu em 24 de março de 1896 em uma pequena aldeia no noroeste da Ucrânia em uma família abastada de proprietários judeus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Desde cedo, vivendo na fazenda e em contacto directo com a natureza, se interessou pelos fenómenos e funções naturais. Na sua autobiografia de juventude conta que aos quatro anos já sabia o essencial sobre a sexualidade animal e humana. Aos onze anos e meio teve a sua primeira cópula, com a cozinheira da casa, que lhe ensinou os movimentos de vaivém do coito. A partir de então, diz ele, teve relações sexuais quase diárias durante anos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No ano de 1909 a sua mãe, devido as frequentes viagens e ausências do marido, foi seduzida pelo preceptor dos filhos. À noite, o jovem Wilhelm espiava os amantes, chegando mesmo a sentir desejo pela própria mãe. No início de 1910 o seu pai descobriu a traição de sua mãe com o testemunho de Reich. O pai de Reich passou a atormentar e a humilhar impiedosa e diariamente a sua mulher, de tal forma que ela acabou por se suicidar no dia 29 de setembro de 1919.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em 1918, com o final da guerra, ansioso de aprender rapidamente uma profissão que lhe permitisse subsistir, ingressou no curso de Direito, o mais breve de todos, mas depressa se aborreceu e logo se transferiu para a Faculdade de Medicina. Sobrevivia fazendo trabalhos para os seus colegas. Formou em 1922 e inicia seus trabalhos com o tratamento de pacientes com distúrbios mentais, na Universidade Neurológica e Psiquiátrica, junto a Paul Schilder. Em 1924, faz sua pós-graduação, sendo membro integrante da sociedade psicanalítica de Viena, até 1930. Foi um discipulo dissidente de Sigmund Freud.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Foi casado com a sua paciente Annie Reich (que se tornaria psicanalista), de quem se divorciou em 1932, e de quem teve duas filhas. Viveu mais tarde com a bailarina Elsa Lindenberg, de quem se separaria ao partir para os Estados Unidos da América. Casou com sua assistente com quem teve um filho e mais tarde divorcia-se passando a ter ligações com a bióloga e sua colaboradora, Aurora Karrer, sua última companheira.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nos Estados Unidos cria um instituto para o estudo do "orgone universal", que utiliza nos tratamentos de cancer. Em 1954 passa a ser investigado pela (Federal Food and Drug Administration), que lhe rende um processo e posterior aprisionamento. Encarcerado no dia 12 de março de 1957, morre de ataque cardíaco em 3 de novembro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Onde quer que fosse, Reich era tratado como louco, e suas idéias como pura mistificação. Alguns de seus seguidores atribuem a prisão, bem como as anteriores perseguições, a uma eventual conspiração da sociedade freudiana.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">2 Teorização</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Self: núcleo saudável de cada indivíduo. A maioria das pessoas não está em contato com o Self por causa da couraça física e das defesas psicológicas. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Caráter é composto das atitudes habituais de uma pessoa e de seu padrão consistente de respostas para várias situações. Inclui atitudes e valores conscientes, estilo de comportamento (timidez, agressividade e assim por diante) e atitudes físicas (postura, hábitos de manutenção e movimentação do corpo).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O caráter se forma como uma defesa contra a ansiedade criada pelos intensos sentimentos sexuais da criança e o conseqüente medo da punição. A defesa contra o medo faz surgir nas pessoas o caráter. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As defesas da pessoa se tornam cronicamente ativas e automáticas e evoluem para traçar o caráter.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O caráter inclui a soma total de todas as forças defensivas repressoras organizadas de forma mais ou menos coerente. As defesas de caráter são particularmente efetivas e, além disso, difíceis de erradicarem pelo fato de serem bem racionalizadas pelo indivíduo e experimentadas como parte de seu próprio conceito de vida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cada atitude de caráter tem uma atitude física correspondente. O caráter do indivíduo é expresso corporalmente sob a forma de rigidez muscular ou couraça muscular. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A couraça física e a psicológica são essencialmente a mesma coisa. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O caráter impede a plena manifestação do self. O self somente se manifesta quando a couraça é dissolvida e torna-se plenamente consciente do corpo. Enquanto há a presença de bloqueios, o fluxo de energia e a consciência são restritos, e a autopercepção é bastante diminuída e distorcida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O caráter resiste à análise.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Crescimento é o processo de dissolução da nossa couraça psicológica e física, tornando-nos, gradualmente, seres humanos mais livres, abertos e capazes de gozar um orgasmo pleno e satisfatório.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A meta da terapia deveria ser a libertação dos bloqueios do corpo e a obtenção de plena capacidade para o orgasmo sexual, o qual está bloqueado na maioria dos homens e das mulheres.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tratar os pacientes pela interpretação da natureza e função de seu caráter, ao invés de analisar seus sintomas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">3 Energia Orgônica:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Livre de massa; não tem inércia nem peso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Está presente em qualquer parte, inclusive no vácuo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É sempre ativa, estando sempre em movimento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Altas concentrações de energia orgônica atraem a energia orgônica de ambientes menos concentrados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A energia orgônica é responsável pelo todo processo de transformação e criação.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Energia orgônica flui naturalmente por todo o corpo, de cima a baixo, paralela à espinha. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As couraças são nódulos onde a energia orgônica está bloqueada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A couraça restringe o livre fluxo de energia como a livre expressão de emoções do indivíduo. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Terapia consiste em dissolver cada segmento da couraça, começando pelos olhos e terminando na pelves. Cada segmento é uma unidade mais ou menos independente com a qual se precisa lidar separadamente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">4 Couraças Somáticas</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Olhos: a couraça dos olhos é expressa por uma expressão "vazia" dos olhos, que nos vêem por detrás de uma rígida máscara. Quem nos olha não é o “eu” e sim a máscara. A couraça é dissolvida fazendo-se com que os pacientes abram bem seus olhos, como se estivessem com medo, encorajando o movimento livre dos olhos, fazer movimentos circulares com os olhos e olhar de lado a lado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Boca: inclui os músculos do queixo, garganta e a parte de trás da cabeça. A pessoa não consegue chorar, rir, gritar, fazer caretas e sugar. A couraça pode ser solta encorajando-se o paciente a chorar, a produzir sons que mobilizem os lábios, a morder e a vomitar e trabalhando diretamente com massagens com os músculos envolvidos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pescoço: inclui os músculos profundos do pescoço e a língua. A pessoa não fala, não demonstra raiva e não chora. Tratamento: gritar, berrar e vomitar são os meios importantes para soltar este segmento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tórax: músculos longos do tórax, os músculos dos ombros e da omoplata, toda a caixa torácica, as mãos e os braços. O paciente não demonstra alegria e nem tristeza, não possui desejos e sente falta de ar. A couraça pode ser solta através do trabalho com respiração, especialmente o desenvolvimento da expiração completa. Bater os braços, bater palma, rasgar objetos, triturar objetos e procurar soltar todos os desejos sufocados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Diafragma: diafragma, estômago, plexo solar, vários órgãos internos e músculos ao longo das vértebras torácicas baixas. Paciente com curvatura da espinha para frente, de modo que há um espaço considerável entre a parte de baixo das costas do paciente e o colchão. Sente dificuldade de expirar. Raiva extremada incubada. Trabalhar repetidamente a expiração e inspiração.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Abdômen: inclui os músculos abdominais longos e os músculos das costas que estão rígidos. Inibição do rancor. Expressões corporais com total liberdade. A </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pelve: os músculos da pelve e membros inferiores. Quanto mais intensa a couraça, mais a pelve é puxada para trás. Os músculos são tesos e doloridos, e a pessoa não possui desejo sexual. Inibição das ansiedades, raiva e o prazer. Ansiedade e a raiva resultam das inibições das sensações de prazer sexual. Trabalhar a sexualidade da pessoa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">5 Atividades Compatíveis Para Encouraçados</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mecanicismo: os mecanicistas são tão bem encouraçados que não têm idéia real de seus próprios processos de vida ou de sua natureza interna. Eles têm um medo básico de emoções profundas, vivacidade e espontaneidade. Eles tendem a desenvolver um conceito rígido e mecânico da natureza e estão primariamente interessados nos objetos externos e nas ciências naturais. Comentando sua idéia, achava que pelo fato de uma máquina ter que ser perfeita, por conseguinte, o pensamento e as ações do homem da ciência também teriam que ser perfeitos. Perfeccionismo é uma característica essencial do pensamento mecanicista. Ele não tolera erros e incertezas, e as situações de mudança são inoportunas. Mas este princípio, quando aplicado a processos da natureza, inevitavelmente conduz à confusão, pois a natureza não opera mecanicamente, mas funcionalmente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Misticismo Maniqueísta: ascetas e anti-sexuais rejeitando sua própria natureza física e buscando a perda do contato com o corpo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">6 A Função do Orgasmo</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A meta da terapia deveria ser a libertação dos bloqueios do corpo e a obtenção de plena capacidade para o orgasmo sexual, o qual sentia estar bloqueado na maioria dos homens e das mulheres.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Existência de uma substância energética que ele denominou de orgônio cósmico ou fluido cósmico universal e que os efeitos da respiração no ato sexual sobre o indivíduo faria o orgônio circular harmonizando todo o aspecto somático.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">7 Técnicas para dissolver a couraça:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Armazenamento de energia no corpo por meio de respiração profunda;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Oferecer condições ao paciente para liberar todas as suas emoções encouraçadas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Trabalhar no relaxamento da couraça muscular atacando diretamente os músculos cronicamente tensos por meio de massagens localizadas a fim de soltá-los. Trabalhar diretamente com as mãos sobre os músculos tensos a fim de soltar ás emoções presos a eles.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Desenvolver uma livre expressão de sentimentos sexuais e emocionais dentro do relacionamento. Levar as pessoas a vivenciarem com plenitude o orgasmo, o clímax da atividade sexual. Entrega total à experiência sexual em oposição aos movimentos forçados ou até violentos dos indivíduos encouraçados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Libertação de emoções (prazer, raiva, ansiedade) através do trabalho com o corpo. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Analisar em detalhes a postura de seus pacientes e seus hábitos físicos mostrando que os bloqueios aos sentimentos vitais provocam perturbações em diferentes partes do corpo. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tornar os pacientes mais conscientes de seus traços de caráter imitando com freqüência suas características, gestos ou posturas, ou fazer com que os pacientes repitam ou exagerem as suas facetas habituais de comportamento, por exemplo: um sorriso nervoso. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Trabalhar a autoregulação dando espaço para que o paciente possa refletir livremente a energia que movimento o seu corpo. Agir em termos de suas próprias inclinações e sentimentos internos, ao invés de seguirem algum código externo ou ordens pré-estabelecidas por outros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">8 Obstáculos ao Crescimento Couraça</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Desenvolver plena atividade sexual. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Identificar com a natureza e com tudo que o rodeia, assim passa a sentir vivo novamente antes de ser esmagado pela educação.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Deixar o trabalho que é executado de forma mecânica e procurar um emprego que preenche suas necessidades e desejos interiores. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Expressar suas emoções biológicas primitivas, vivenciar o prazer da vida, berrar quando tem vontade e chorar também quando possui vontade. Exprimir suas emoções de agrado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">9 O Terapeuta</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Terapeuta: é uma pessoa sem couraça para poder trabalhar a clinica. O terapeuta deve ter superado todos os medos de sons sexuais abertamente emitidos e do "ondular orgástico". Nenhum terapeuta deve tentar tratar pacientes que tenham problemas que ele não foi capaz de solucionar em si mesmo, e nem deveria esperar que um paciente faça coisas que ele não pode fazer e que não foi capaz de fazer. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O pré-requisito indispensável em qualquer método usado pelo terapeuta para libertar as emoções contidas na musculatura é que ele esteja em contato com suas próprias sensações e que seja capaz de empatizar completamente com o paciente e de sentir em seu próprio corpo o efeito das constrições particulares da energia do paciente. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">10 Comentários Dispersos</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Indivíduos criados numa atmosfera que nega a vida e o sexo desenvolvem um medo do prazer, o qual é representado por sua Couraça Muscular. Essa Couraça do Caráter é à base do isolamento, da indigência, do desejo de autoridade, do medo da responsabilidade, do anseio místico, da miséria sexual e da revolta neurótica, assim como de uma condescendência patológica.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Repressão Social e Cultural dos Instintos: esta é a maior fonte de neuroses e ocorrem durante a primeira infância, puberdade e idade adulta. Os bebês e as crianças pequenas são confrontados com uma atmosfera familiar neurótica, autoritária e repressora do ponto de vista sexual. Durante a puberdade, os jovens são impedidos de atingir uma vida sexual real e a masturbação é proibida. Na idade adulta, a maioria das pessoas se vê envolvida na armadilha de um casamento compulsivo, para o qual estão sexualmente despreparadas. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não podemos separar intelecto, emoção e corpo. O intelecto possui uma carga afetiva tão forte quanto qualquer emoção. O desenvolvimento completo do intelecto requer o desenvolvimento de uma verdadeira genitalidade, no entanto, a primazia do intelecto pressupõe uma disciplinada economia de libido (desejo sexual). </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tudo o que você precisa fazer é continuar o que tem feito: lavrar seu campo, manejar seu martelo, examinar seus pacientes, levar suas crianças à escola ou ao parque de diversões, falar sobre os fatos do dia, penetrar sempre mais profundamente nos segredos da natureza. Todas essas coisas você já faz. Mas você pensa que nenhuma delas tem importância. Tudo o que você tem a fazer é continuar o que você sempre fez e sempre quis fazer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A vida distorcida por indivíduos encouraçados acarreta o desastre final a toda a humanidade e das suas instituições. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Referências</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">ALBERTINE, Paulo. Reich: história das idéias e formulações para a educação. São Paulo: Ágora, 1994.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">BOADELLA, David. Nos caminhos de Reich, São Paulo: Summus, 1985</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">REICH, Ilse. Wilhelm Reich: una biografia personal. Buenos Aires: Granica, 1972.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">RECH, Wihelm. Paixão e Juventude: uma autobiografia. São Paulo: Brasiliense, 1996.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-62763012302876225212010-08-20T08:05:00.000-07:002010-08-20T08:05:03.071-07:00A Teoria Psicanalítica de Carl Gustav JungMarcos Spagnuolo Souza<br />
<br />
1 Biografia<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Carl Gustav Jung nasceu no dia 26 de julho de 1875. Ao longo de sua vida Jung experimentou sonhos periódicos e visões com notáveis características mitológicas e religiosas, os quais despertaram o interesse por mitos, sonhos e a psicologia da religião. Ao lado destas experiências, certos fenômenos parapsicológicos emergiam, sempre para lhe redobrar o espanto e o questionamento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por muitos anos Jung sentiu possuir duas personalidades separadas: um ego público, exterior, que era envolvido com o mundo familiar, e um eu interno, secreto, que tinha uma proximidade especial para com Deus. Ele reconhecia ter herdado isso de sua mãe, que tinha a notável capacidade de "ver homens e coisas tais como são". </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao longo da sua juventude interessou-se por filosofia e por literatura. Quando estudava medicina dedica-se a psiquiatria. Em 1900 tornou-se interno na Clínica Psiquiátrica Burgholzli, em Zurique.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Jung viu em Freud um companheiro para desbravar os caminhos da mente. Enviou-lhe copias de seus trabalhos sobre a existência do inconsciente, confirmando concepções freudianas de recalque e repressão. Ambos encantaram-se um com o outro, principalmente porque os dois desenvolviam trabalhos inéditos em medicina e psiquiatria.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Porém, tamanha identidade de pensamentos e amizade não conseguia esconder algumas diferenças fundamentais. Jung jamais conseguiu aceitar a insistência de Freud de que as causas dos conflitos psíquicos sempre envolveriam algum trauma de natureza sexual, e Freud não admitia o interesse de Jung pelos fenômenos espirituais como fontes válidas de estudo em si. O rompimento entre eles foi inevitável.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As autoridades nazistas na Alemanha determinaram que todas as obras de Jung fosse interditada e queimada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Carl Gustav Jung morreu no dia 6 de junho de 1961, aos 86 anos, em sua casa, nas margens do lago de Zurique, após uma longa vida produtiva, que marcou a Antropologia, Sociologia e a Psicologia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">2 O Sonho</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Jung sonhou com uma casa, que ele sabia ser sua casa,embora fosse diferente da sua moradia real. Segundo sua interpretação posterior, a casa era um símbolo dele mesmo, com seus diferentes níveis de consciência. No andar mais alto havia uma sala bem mobiliada com móveis de estilo rococó. Para Jung, isso era uma representação de seu nível consciente. Descendo as escadas, viu outro andar, na penumbra, com móveis mais antigos em um andar representando a época medieval o que ele interpretou como sendo o começo de seu inconsciente. Descendo outro lance de escadas, encontrou um porão, com paredes características da época romana, que ele considerou um nível ainda mais profundo do inconsciente. No piso empoeirado, viu um alçapão que o conduziu a uma gruta, onde encontrou ossadas, vasos de cerâmica e vestígios de uma civilização primitiva. Ali, Jung finalmente descobriu dois crânios, meio desintegrados, que fariam parte do último extrato de consciência, representando camadas muito antigas. Depois disso, acordou. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quando contou o sonho da casa a Freud, este o interpretou segundo suas teorias, focalizando nos crânios, que, para o velho mestre, poderiam significar desejos secretos de morte. Jung discordou. Ele estava mais interessado no conjunto integral das imagens do sonho. E, a partir dele, concluiu que o inconsciente seria mais que um depositário de desejos reprimidos expressos em sonhos, como acreditava Freud. Embora não negasse a existência do inconsciente individual, Jung acreditava em um inconsciente maior, mais profundo, não pessoal, comum a todos os homens e culturas (era o que sugeriam os vários andares, com representações de várias fases históricas da cultura ocidental). A isso ele chamou de inconsciente coletivo. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Segundo Jung, esse inconsciente se exprime por meio de símbolos, que vêm à tona em sonhos, mitos e expressões artísticas. Todos os seres humanos, de qualquer povo, diz ele, compartilham os mesmos símbolos, mas em cada cultura eles têm roupagens próprias. A essas fôrmas comuns ele deu o nome de arquétipos. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">3 Cobaia de Si Mesmo </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Assim, para ter acesso total ao resultado da aplicação de suas teorias, decidiu experimentá-las em si mesmo. Foi o que fez. Durante cinco anos, enquanto levava sua vida normal como pai de família e diretor do Hospital Psiquiátrico de Bugholzli, em Zurique, anotou seus sonhos e insights. E em 1913 resolveu mergulhar no próprio inconsciente, uma viagem que ele realizou como se entrasse em um sonho, quase hipnoticamente. É bom dizer que o médico sempre teve esse tipo de visões, mas dessa vez, em vez de afugentá-las, partiu em sua direção. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"Foi no ano de 1913 que decidi tentar o passo decisivo - no dia 12 de dezembro. Sentado em meu escritório, considerei mais uma vez os temores que sentia e depois me abandonei à queda. O solo pareceu ceder sob meus pés e fui como que precipitado numa profundidade obscura. Não pude evitar um sentimento de pânico, mas, de repente, sem que ainda tivesse atingido uma grande profundidade, encontrei-me, com grande alívio - de pé, numa massa mole e viscosa. A escuridão era quase total", descreveu. No local em que estava Jung teve inúmeras visões, que posteriormente ele interpretou como arquétipos. O importante é que, no fundo desse local escuro, ele viu o brilho intenso de um sol vermelho nascendo. Para ele, significava que no inconsciente mais profundo havia algo muito bom, uma salvação. E Jung dedicaria sua vida para procurá-la. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">4 Teorização </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Jung concordava que, quando um paciente entendia racionalmente o motivo pelo qual um símbolo aparecia em seus sonhos esse símbolo perdia seu poder perturbador. Se um paciente, por exemplo, tivesse um sonho recorrente com uma bruxa que o perseguia, Jung começaria perguntando se a emoção provocada pela bruxa lembrava algum episódio da vida real (por exemplo, um repreensão severa sofrida na escola). Depois, paciente e psicólogo investigariam esse incidente, tentando entender por que o episódio perturbava (digamos que, na lembrança do paciente, a professora fosse muito cruel ou brava). Pronto. Jung acreditava que, revelado à luz da razão, o símbolo perdia seu poder. Se aquele episódio fosse de fato à causa da imagem da bruxa, ela em breve desapareceria dos sonhos. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para Freud, a força por trás dos sonhos eram sempre desejos reprimidos, principalmente sexuais. Para Jung, não. Ele acreditava que os símbolos podiam expressar um desejo interno de compreensão - isto é, apareciam em sonho justamente para serem entendidos. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Jung dizia que, se não fossem manifestados conscientemente, poderiam lançar "sombras" em outras pessoas ou situações. Ainda no exemplo da bruxa, essa imagem poderia dificultar, inconscientemente, o relacionamento do paciente com mulheres mais velhas (mãe, chefes), que poderiam ser consideradas ameaçadoras. Ou seja, essas projeções turvavam a visão da realidade. Com o tempo, o indivíduo poderia desenvolver uma neurose, isto é, um desvio do entendimento do que é real. A neurose acreditava Jung, tinha uma vantagem: ela pressionava para que o problema fosse resolvido. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Segundo Jung o inconsciente enviava símbolos à tona para que a mente consciente fosse, aos poucos, compreendendo e integrando todo seu conteúdo submerso. Era uma atividade natural da psique, pensava Jung. Era assim que a personalidade total do indivíduo se desenvolvia e amadurecia: integrando os símbolos do inconsciente na consciência. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com esse aumento de compreensão, automaticamente a consciência se ampliava. Esse processo ele chamou de individuação, que era acelerado pela análise dos sonhos e dos símbolos neles contidos. No processo de ampliação da consciência do eu, que é o desvelamento do inconsciente pessoal e coletivo torna-se possível iniciar o processo de conscientização do Si-Mesmo que é uma unidade psíquica maior e mais importante que o “eu”. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Imagine um galpão infinito às escuras, à exceção de um círculo iluminado por uma única lâmpada que é o “eu”. Segundo Jung, o Si-Mesmo é o galpão, o único que sabe tudo o que existe lá dentro. No galpão está o “eu” com a sua estrutura composta pelo somático e psique. O objetivo da estrutura do “eu” é desvelar o Si-Mesmo. A partir do momento em que o “eu” inicia o processo de conscientização do Si-Mesmo passa a sentir paz, tranquilidade e totalidade integrando-se com o Universo visível e invisível.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Referências </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">AKOUN, André. Carl Gustav Jung. Em: Psicologia Moderna, Vol. 4: Os 10 Grandes do Inconscientes. Lisboa/S. Paulo: Verbo, 1979.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">CABRAL, Álvaro; OLIVEIRA, Eduardo Pinto de. Uma Breve História da Psicologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">DURANT, Will. A História da Filosofia. (Os Pensadores). Rio de Janeiro: Nova Cultural, 1996.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">EVANS, Richard Isadore. Construtores da Psicologia. (Entrevista com C. G. Jung, pp. 326-338). São Paulo: Summus: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1979.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">GAY, Peter. Freud: Uma Vida Para o Nosso Tempo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">JUNG, Carl Gustav. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">SILVEIRA, Nise da. Jung: Vida e Obra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-13621227388057198752010-08-20T07:33:00.000-07:002010-08-20T07:33:33.901-07:00Teoria Psicanalítica de Alfred AdlerMarcos Spagnuolo Souza<br />
<br />
1 Biografia<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Filho de judeus húngaros, nasceu em 1870, formou-se em medicina, psicologia e filosofia pela Universidade de viena. Praticou clínica geral antes de se dedicar à psiquiatria. Em 1902 foi trabalhar com Sigmund Freud, realizando pesquisas no campo da psicanálise. Mais tarde, desliga-se dele por considerar o fator sexual superestimado por Freud.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Morreu quando se encontrava em Aberdeen, Escócia, ministrando um curso de psicologia. Merece lugar de destaque no movimento psicanalítico pela importância que deu ao fator da agressividade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Adler e Jung foram considerados como dissidentes, renunciaram ou foram expulsos da Sociedade Psicanalítica e formaram dois movimentos dissidentes por eles dirigidos, um em Zurique e outro em Viena. Adler baseando as explicações dos mecanismos de inferioridade e da ânsia do poder deu o seu movimento de Psicologia Individual e Jung adotou o nome de Psicologia Analítica ou Complexa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não se pode falar em uma Psicanálise tipicamente freudiana, mas de um movimento psicanalítico poliforme e diversificado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Alfred Adler introduziu conceitos: "sentimento de inferioridade" ou, mais popularmente, "complexo de inferioridade".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">2 Teoria de Base </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em contraste com a psicanálise de Freud a psicologia individual fez a ênfase na importância da vontade consciente e da capacidade dos cada indivíduo para se encarregar de seu próprio destino.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não postula forças intangíveis profundas na psique e compreende o comportamento em termos de contexto (ambiente físico e social), onde o indivíduo está integrado ao social. O indivíduo como uma entidade unificada e coerente, a vida humana como sendo uma luta dinâmica pela perfeição. O indivíduo sendo uma entidade criativa e autodeterminada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O poder está dentro de cada um de nós para enfrentar as forças externas. É justamente esta luta com o mundo externo é que molda a nossa personalidade. Não somos instrumentos do destino e não podemos assumir o papel de vítima diante do jogo da vida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O que determina o nosso comportamento não é o mundo real, mas a nossa concepção do mundo. Os seres humanos moldam as suas próprias personalidades e não se limitam a ser impotentes e governados por forças externas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A opinião do indivíduo sobre si próprio e sobre o mundo influencia todo o seu processo psicológico. Porque todos os problemas importantes da sua vida são problemas de natureza social, eles precisam ser vistos em seu contexto social. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A estrutura da personalidade de cada indivíduo, incluindo seus ideais e os meios que divisa para alcançá-los, constitui seu "papel de vida". Coerentemente, a este papel o indivíduo subordina suas emoções e desejos específicos. O papel de vida forma-se na primeira infância, sob influência de fatores como ordem de nascimento, inferioridade ou superioridade física, e descaso ou super proteção dos pais. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A busca pela perfeição como fator motivacional humano. Essa busca se expressa por diferentes mecanismos: a relação e a adaptação social; a preocupação do indivíduo em alcançar objetivos preestabelecidos; a luta pela superioridade (incluindo voracidade pelo poder e pela notoriedade); agressividade (em particular frente à frustração), que seria o instinto primário aos quais todos os demais estariam subordinados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Codificamos, interpretamos seletivamente e desenvolvemos assim um esquema de apercepção individualizado, formando um padrão de relação com o mundo que é distinto de todos os outros e pertence apenas a cada um de nós. Cada indivíduo é essencialmente livre e é, devido a essa liberdade, responsável pelas suas ações e pela sua vida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cada pessoa é uma totalidade integrada num sistema social. Cada ser humano é uma entidade única, indivisível, coerente e unificada que tem sempre de ser considerada em relação ao contexto sócio-ecológico de qual é parte integrante. A vida é essencialmente um movimento em direção a uma melhor adaptação ao ambiente, maior cooperação e altruísmo; cada pessoa é o agente criativo de sua própria personalidade, do seu próprio estilo de vida, dirigindo e criando ativamente o seu próprio crescimento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O meio social e a preocupação contínua do indivíduo em alcançar objetivos preestabelecidos são os determinantes básicos do comportamento humano, o que inclui a sede de poder e a notoriedade. Os complexos de inferioridade, provocados pelo conflito com o envolvimento social, podem traduzir-se numa dinâmica patológica que deve ser tratada de um ponto de vista psicoterapêutico.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O indivíduo que não está interessado no seu semelhante é que tem as maiores dificuldades na vida e causa os maiores males aos outros. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os objetivos que as pessoas se propõem atingir e os modelos característicos de seu comportamento para atingir os objetivos propostos fornecem a chave para a compreensão do significado que atribuem às suas próprias vidas. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Integração do indivíduo na sociedade é o alvo o que exige um esforço muito difícil de alcançar e uma espécie de equilíbrio psicofísico.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As pessoas sadias são aquelas socialmente úteis, apresentam interesse social e energia para atingir seus objetivos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Interesse social é uma predisposição alimentada pela experiência para contribuir para a sociedade, mais do que interesse pela sociedade, pelo outro, o conceito implica uma noção de sentimento de comunidade que introduz a idéia de interesse pelos outros não apenas para servir aos nossos próprios objetivos, mas, para desenvolver um interesse pelo interesse dos outros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A visão do ser humano é holística: unidade de estilo de vida, interesse social ou sentimento de comunidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Considera o ser humano em sua relação à totalidade do meio, através de uma abordagem humanista, holística. Necessidade de ver o homem como um todo, unidade funcional, reagindo ao seu meio tanto quanto aos seus próprios dotes físicos, em lugar de vê-lo como um somatório de instintos, desejos e outras manifestações psicológicas. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Encara o homem não apenas como um todo unificado, mas também como parte de outros todos (família, comunidade, sociedade e humanidade). As nossas vidas e todas as nossas atividades desenrolam-se num contexto social. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Necessidade de ver o homem como um todo, unidade funcional, reagindo ao meio tanto quanto aos seus próprios dotes físicos, em lugar de vê-lo como um somatório de instintos, desejos e outras manifestações psicológicas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O instinto fundamental a ser desenvolvido é o social do qual derivam os sentimentos de amor, amizade, ternura, altruísmo. Tal instituto deve ser reforçado pelos pais e pela educação para não ser perdido. Os pais devem trabalhar a empatia, ou seja, o sentimento de ajudar os outros. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pelos cinco anos de idade o estilo de vida de cada indivíduo está basicamente determinado, novas experiências podem contribuir para pequenas oscilações, mas a estrutura básica está moldada e adquirimos o estilo que vai caracterizar-nos ao longo da vida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Certos estilos de vida desenvolvem em função não apenas da relação entre pais e filhos, mas também do tamanho da família, relação entre irmãos e posição ordinal da criança na família. Embora os irmãos tenham os mesmos pais e cresçam quase no mesmo cenário familiar, os seus ambientes sociais não são idênticos. Experiências em ser mais velho ou mais novo que os seus irmãos e estar exposto a atitudes e valores parentais que variam devido a chegada de mais crianças ou outras circunstâncias específicas criam condições únicas na infância que vão influenciar profundamente a formação do estilo de vida de qualquer indivíduo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A luta construtiva pela superioridade, com forte interesse social e cooperação são os traços básicos do indivíduo saudável.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A vontade de ter poder é importante nos assuntos humanos como o aspecto sexual. A frustração de ter poder cria o complexo inferioridade, um sentimento de fracasso que é a raiz de muitos transtornos. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As grandes tarefas com que cada indivíduo é confrontado são o trabalho, a amizade e o amor. Estas três tarefas estão inter-relacionadas e sucesso nunca conduz sucesso nas outras; elas são no fundo aspectos diferentes do mesmo problema, como viver construtivamente no nosso ambiente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A saúde mental é caracterizada pela razão, interesse social, e autotranscendência, e as desordens mentais por sentimentos de inferioridade e preocupação egocêntrica com segurança e superioridade ou poder sobre os outros. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">3 Aspectos Negativos na Infância</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Três condições que dominam a infância e são especialmente negativos:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Inferioridade orgânica: tornam-se auto-centrados e desenvolvem um sentimento de inferioridade e inabilidade para competir com outras pessoas</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Crianças mimadas: tem dificuldades para desenvolver interesse social e cooperação e não possuem confiança nas suas capacidades porque sempre tiveram quem fizesse por elas o que elas deveriam ter feito sozinhas, em vez de cooperar com os outros tendem a fazer exigências unilaterais aos amigos e famílias.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Crianças negligenciadas: nunca conhecem o amor e a cooperação pelo que se torna extremamente difícil desenvolver estas capacidades, não tem confiança na sua aptidão para ser útil e ganhar o afeto e a estima dos outros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A inferioridade física, o mimo e crianças negligenciadas resultam frequentemente em visões distorcidas do mundo, que levam a estilos de vida não adequados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">4 Personalidades Tendentes a Doenças Psíquicas </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Agrupou as personalidades humanas tendentes à doença psíquica em três tipos:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">1) Tendência a agressividade e dominação o que resulta no sadismo; dependência química, suicídio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">2) Submissão ou dependência resulta a desenvolver fobias, obsessões, compulsões e histerias.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">3) Fuga dos objetivos ou da sociedade leva a psicose (fogem completamente da lógica da vida social)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">5 Sentimento de Inferioridade</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os pais estabelecem os valores familiares e criam a atmosfera familiar e as crianças decidem qual o seu papel nessa família.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os objetivos de vida são sempre algo irrealista e podem tornar-se neuroticamente sobrevalorizados se os sentimentos de inferioridade forem demasiado fortes. São estes objetivos que direcionam e dão sentido às nossas atividades; os nossos traços de personalidade não são inatos nem imutáveis, mas apenas traços adotados como modas de orientação na tentativa de atingir os objetivos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As pessoas tentam compensar psicologicamente seus sentimentos de inferioridade devidos a suas próprias deficiências. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pessoas com algumas características de inferioridade eventualmente compensam essas fraquezas, assim sendo, a inferioridade pode tornar a sua maior força. A psicanálise não interessa pelo defeito em si, mas pela atitude da pessoa em relação a esse defeito.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Todos nós temos uma predisposição para desenvolver sentimentos de inferioridade, já que nascemos muito fracos e morreríamos sem o prolongado período de dependência dos outros. Durante bastante tempo somos dominados por poderosos adultos que, além de maiores, são mais inteligentes do que nós. Os sentimentos de inferioridade são a nossa mais importante motivação e que todo o progresso resulta da nossa tentativa de compensar esses sentimentos de inferioridade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Existe um empenho por auto-estima e tentativa de superar o sentimento de inferioridade por meio da procura compensatória de poder, domínio, superioridade, que são alcançados por suas atividades e interesse social no bem comum. Toda criança possui o sentimento de inferioridade por comparação realista com os adultos, maiores e mais hábeis, cuja superação seria sua principal meta na vida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não é de estranhar que nós percebemos como inferiores e nos proponhamos a partir daí a compensar as nossas fraquezas. A compensação é uma reação adaptativa e positiva que nos permite aproximar do nosso potencial total; uma incapacidade de efetuar compensação adequada pode originar um sentimento de inferioridade. A luta pelo poder seria então das primeiras compensações de um sentimento de inferioridade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para superar sentimento de inferioridade, os indivíduos desenvolvem um estilo de vida, que faz de cada personalidade uma personalidade única: embora todos procurem ultrapassar os sentimentos de inferioridade infantil, embora todos persigam o mesmo objetivo básico, nenhum o faz exatamente da mesma maneira de vida. Existe uma forma individual de adaptar-se e interagir com a vida em geral.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">6 Perturbações Psicológicas</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A falta de cooperação e o resultante sentimento de inferioridade e fracasso são responsáveis pelas perturbações psicológicas. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Perturbações Psicológicas: ocorre quando um indivíduo se sente inferiorizado e indigno de ocupar um lugar entre as pessoas. O interesse social, que é uma potencialidade inata de qualquer humano, não se desenvolve na presença de fortes sentimentos de inferioridade. Estes são substituídos por uma luta compensatória pela superioridade pessoal.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Neurótico: tendência para encontrar desculpas que explicam por que é que o objetivo não é atingido. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Psicótico: fogem completamente da lógica da vida social e adotam uma realidade de ilusões e alucinações que se ajusta à sua lógica privada. Rejeitam absolutamente o senso comum e são motivados apenas pelos seus próprios interesses. Não possui consciência de suas ações. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Qualquer mudança comportamental é superficial se não for acompanhada por uma alteração de percepção e um aumento do interesse social. Substituir comportamentos inaceitáveis por outros mais adequados não constitui uma mudança do estilo de vida se o indivíduo continuar a não se sentir igual aos outros seres humanos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">7 Psicoterapia</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Psicoterapia: pretende-se que os clientes se apercebam das suas idéias enganosas e objetivos irrealistas; reorientação dos objetivos e reajustamento dos conceitos e atitudes pessoais. Os sentimentos de inferioridade dos clientes são suplantados por um crescente interesse social; sentem-se encorajados ao reconhecer que são iguais a qualquer outro ser humano.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O psicoterapeuta conduz o paciente a perceber seu estilo de vida e a orientá-lo e reeducá-lo para melhorar sua situação real, sem qualquer exploração dos conflitos inconscientes. O paciente é encorajado a ações concretas que possam facilitar a sua vida real, como trocar óculos por lentes de contato, caso o paciente sinta inferioridade usando óculos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O psicoterapeuta deve ajudar o paciente a construir a sua própria personalidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A relação estabelecida entre terapeuta e cliente é de igualdade e procura-se uma atmosfera de confiança e aceitação.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Terapeuta: recolhe informações que lhes permite compreender o estilo de vida do cliente. O terapeuta vai gradualmente descobrindo e compreendendo a lógica privada do cliente, e expondo as suas interpretações na forma de hipóteses para que o cliente reconheça que são (ou não) interpretações corretas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O terapeuta não deve buscar a verdade nem se preocupar com interpretações subjetivas do que se passa na sessão. A relação a ser desenvolvida entre terapeuta e paciente deve ser igualitária, face a face e empática.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Referências</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">FREUD, Sigmund. A história do movimento psicanalítico. In: Edição standard brasileira das obras completas de Sigmund Freud, vol. XIV. Rio de Janeiro: Imago Ed. Ltda., 1974. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">HOUAISS. Dicionário eletrônico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva Ltda., 2004. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">KAUFMANN, Pierre ed. Dicionário enciclopédico de psicanálise. O legado de Freud e Lacan. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 1996</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">MIJOLLA, Alain de. Dicionário internacional de psicanálise: conceitos, noções, biografias, obras, eventos, instituições. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2005. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">ROUDINESCO, Elisabeth; PLON, Michel. Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">ZIMERMAN, David. Vocabulário contemporâneo de psicanálise. Porto Alegre: Artmed, 2001. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1889711497823834819.post-52941821412052759092010-08-20T07:31:00.000-07:002010-08-20T07:31:42.327-07:00Teoria Psicanalítica de Freud<div align="justify"></div><div style="text-align: justify;">Marcos Spagnuolo Souza</div><br />
1 Biografia<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Sigmund Freud nasceu em 1836, aos quatro anos de idade sua família transferiu-se para Viena por problemas financeiros. Morou em Viena até 1938, quando, com a vinda do nazismo foge para a Inglaterra. Nos tempos do nazismo, Freud perdeu quatro irmãs que morreram nos campos de concentração.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em Setembro de 1886 Freud casa-se com Martha Bernays, com a ajuda financeira de alguns amigos mais abastados, dentre eles Josef Breuer, um colega mais velho da faculdade de medicina. Foi com as discussões de casos clínicos com Breuer que surgiram as idéias que culminaram com a publicação dos primeiros artigos sobre a psicanálise.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Freud e Martha Bernays tiveram seis filhos. Um dos filhos (Martin Freud) escreveu uma memória intitulada “Freud: Homem e Pai”, na qual o descreve como um homem que trabalhava extremamente, por longas horas, mas adorava ficar com seus filhos durante férias de verão. A filha Anna Freud foi também psicanalista </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Freud, dedica-se a anotar e analisar seus próprios sonhos, remetendo-os à sua própria infância e, no processo, determinando as raízes de suas próprias neuroses. Tais anotações tornam-se a fonte para a obra “A Interpretação dos Sonhos”. Durante o curso desta auto-análise, Freud chega à conclusão de que seus próprios problemas eram devidos a uma atração por sua mãe e a uma hostilidade ao seu pai. É o famoso "complexo de édipo", que se torna o coração da teoria de Freud sobre a origem da neurose em todos os seus pacientes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Freud morre de cancer na mandíbula aos 83 anos de idade (passou por trinta e três cirurgias). Supõe-se que tenha morrido de uma overdose de morfina. Freud sentia muita dor, e segundo a história contada, ele teria dito ao médico que lhe aplicasse uma dose excessiva de morfina para terminar com o sofrimento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">2 Estrutura e Dinâmica da Personalidade</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Freud imaginava a psique do ser humano como um sistema de energia: Cada pessoa é movida, segundo ele, por uma quantidade limitada de energia psíquica. Isso significa, por um lado, que se grande parte da energia for necessária para a realização de determinado objetivo (ex. expressão artística) ela não estará disponível para outros objetivos (ex. sexualidade); por outro lado, se a pessoa não puder dar vasão à sua energia por um canal (ex. sexualidade), terá de fazê-lo por outro (ex. expressão artística). </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Essa energia provém das pulsões. O ser humano possui duas pulsões inatas, a sexual e a agressiva. Essas duas pulsões opõem-se ao ideal da sociedade e, por isso, precisam ser controladas através da educação, de forma que a energia gerada pelas pulsões não podem ser liberadas de maneira direta. O ser humano é, assim, sexual e agressivo por natureza e a função da sociedade é amansar essas tendências naturais do homem. O não poder dar vazão a essa energia gera no indivíduo um estado de tensão interna que necessita ser resolvido. Toda ação do homem é motivada pela busca de dar vazão à energia psíquica acumulada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">3 Modelo Topológico da Mente</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O consciente: abarca todos os fenômenos que em determinado momento podem ser percebidos de maneira conscientes pelo indivíduo;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O pré-consciente: fenômenos que não estão conscientes em determinado momento, mas podem tornar-se, se o indivíduo desejar se ocupar com eles;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O inconsciente: diz respeito aos fenômenos e conteúdos que não são conscientes e somente sob circunstâncias muito especiais podem tornar-se.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Freud não foi o primeiro a propor que parte da vida psíquica se desenvolve inconscientemente. Ele foi, no entanto, o primeiro a pesquisar profundamente esse território. Segundo ele, os desejos e pensamentos humanos produzem muitas vezes conteúdos que causariam medo ao indivíduo, se não fossem armazenados no inconsciente. Este tem assim uma função importantíssima de estabilização da vida consciente. Sua investigação levou-o a propor que o inconsciente é alógico (e por isso aberto a contradições); atemporal e aespacial (ou seja, conteúdos pertencentes a épocas ou espaços diferentes podem estar próximas). Os sonhos são vistos como expressão simbólica dos conteúdos inconscientes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Através da compreensão do conceito de inconsciente torna-se clara a compreensão da motivação na psicanálise clássica: Muitos desejos, sentimentos e motivos são inconscientes, por serem muitos dolorosos para se tornarem conscientes. No entanto esse conteúdo inconsciente influencia a experiência consciente da pessoa, por exemplo, através de atos falhos, comportamentos aparentemente irracionais, emoções inexplicáveis, medo, depressão, sentimento de culpa. Assim, os sentimentos, sonhos, desejos e motivos inconscientes influenciam e guiam o comportamento consciente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">4 Modelo Estrutural da Personalidade</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Freud desenvolveu mais tarde (1923) um modelo estrutural da personalidade, em que o aparelho psíquico se organiza em três estruturas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Id: O id é a fonte da energia psíquica (líbido). O id é formado pelas pulsões - instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes. Ele funciona segundo o princípio do prazer (al. Lustprinzip), ou seja busca sempre o que produz prazer e evita o que é aversivo, e somente segundo ele. Não faz planos, não espera, busca uma solução imediata para as tensões, não aceita frustrações e não conhece inibição. Ele não tem contato com a realidade e uma satisfação na fantasia pode ter o mesmo efeito de uma atingida través de uma ação. O id desconhece juízo, lógica, valores, ética ou moral, sendo exigente, impulsivo, cego irracional, anti-social, egoísta e dirigido ao prazer. O id é completamente inconsciente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ego: O ego desenvolve-se a partir do id com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o chamado princípio da realidade. É esse princípio que introduz a razão, o planejamento e a espera ao comportamento humano: a satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas. A principal função do ego é buscar uma harmonização inicialmente entre os desejos do id e a realidade e, posteriormente, entre esses e as exigências do superego.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Superego: É a parte moral da mente humana e representa os valores da sociedade. O superego tem três objetivos: (1) inibir (através de punição ou sentimento de culpa) qualquer impulso contrário às regras e ideais por ele ditados (2) forçar o ego a se comportar de maneira moral (mesmo que irracional) e (3) conduzir o indivíduo à perfeição - em gestos, pensamentos e palavras. O superego forma-se após o ego, durante o esforço da criança de introjetar os valores recebidos dos pais e da sociedade a fim de receber amor e afeição. Ele pode funcionar de uma maneira bastante primitiva, punindo o indivíduo não apenas por ações praticadas, mas também por pensamentos; outra característica sua é o pensamento dualista (tudo ou nada; certo ou errado, sem meio-termo). O superego divide-se em dois subsistemas: o ego ideal, que dita o bem ser procurado, e consciência, que determina o mal a ser evitado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">5 Mecanismos de Defesa</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O ego está, assim, constantemente sob tensão na sua tentativa de harmonizar a ação do id, do mundo exterior e do superego. Quando essa tensão, normalmente sob a forma de medo, se torna grande demais que ameaça a estabilidade do ego, este poder fazer uso dos mecanismos de defesa ou ajustamentos. Estes são estratégias do ego para diminuir o medo através de uma deformação da realidade - dessa forma o ego exclui da consciência conteúdos indesejados. O mecanismos de defesa satisfazem os desejos do id apenas parcialmente, mas, para este, uma satisfação parcial é melhor do que nenhuma. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Repressão: é o processo pelo qual se afastam da consciência conflitos e frustrações demasiadamente dolorosos para serem experimentados ou lembrados, reprimindo-os e recalcando-os para o inconsciente; o que é desagradável é, assim, esquecido;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Formação Reativa: consiste em ostentar um procedimento e externar sentimentos opostos aos impulsos verdadeiros, indesejados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Projeção: consiste em atribuir a outros as idéias e tendências que o sujeito não pode admitir como suas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Regressão: consioste em a pessoa retornar a comportamentos imaturos, característicos de fase de desenvolvimento que a pessoa já passou.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Fixação: é um congelamento no desenvolvimento, que é impedido de continuar. Uma parte da libido permanece ligada a um determinado estágio do desenvolvimento e não perite que a criança passe completamente para o próximo estádio. A fixação está relacionada com a regressão, uma vez que a probabilidade de uma regressão a um determinado estádio do desenvolvimento aumenta se a pessoa desenvolveu uma fixação nesse estádio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sublimação: é a satisfação de um impulso inaceitável através de um comportamento socialmente aceito.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Identificação: é o processo pelo qual um indivíduo assimila um aspecto, uma característica de outro. Uma forma especial de identificação é a identificação com o agressor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Deslocamento: é o processo pelo qual agressões ou outros impulsos indesejáveis, não podendo ser direcionados à(s) pessoa(s) a que se referem, são direcionadas a terceiros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">6 As fases do Desenvolvimento Psicosexual</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Uma importante parte da teoria freudiana é dedicada ao desenvolvimento da personalidade. Duas hipóteses caracterizam sua teoria:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Freud foi o primeiro a afirmar que os primeiros anos das vida são os mais importantes para o desenvolvimento da pessoa e</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">o desenvolvimento do indivíduo se dá em fases ou estádios psico-sexuais. Freud foi, assim, o primeiro autor a afirmar que as crianças também têm uma sexualidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Freud descreve quatro fases distintas, pelas quais a criança passa em seu desenvolvimento. Cada uma dessas fases é definida pela região do corpo a que as pulsões se direcionam. Em cada fase surgem novas necessidades que exigem ser satisfeitas; a meneira como essas necessidades são satisfeitas determina como a criança se relaciona com outras pessoas e quais sentimentos ela tem para consigo mesma. A transição de uma fase para outra é biologicamente determinada, de tal forma que uma nova fase pode iniciar sem que os processos da fase anterior tenha se completado. As fases se seguem umas às outras em uma ordem fixa e, apesar de uma fase se desenvolver a partir da anterior, os processos desencadeados em uma fase nunca estão plenamente completos e continuam agindo durante toda a vida da pessoa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A fase oral</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A primeira fase do desenvolvimento é a fase oral, que se estende desde o nascimento até aproximadamente um ano de vida. Nessa fase a criança vivencia prazer e dor através da satisfação (ou frustação) de pulsões orais, ou seja, pela boca. Essa satisfação se dá independente da satisfação da fome. Assim, para a criança sugar, mastigar, comer, morder, cuspir etc. têm uma função ligada ao prazer, além de servirem à alimentação. Ao ser confrontada com frustações a criança é obrigada a desenvolver mecanismos para lidar com tais frustações. Esses mecanismos são a base da futura personalidade da pessoa. Assim, uma satisfação insuficiente das pulsões orais pode conduzir a uma tendência para ansiedade e pessimismo; já uma excessiva satisfação pode levar, através de uma fixação nessa fase, a dificuldades de aceitar novos objetos como fonte de prazer/dor em fases posteriores, aumentando assim a probabilidade de uma regressão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A fase oral se divide em duas fases menores, definidas pelo nascimento dos dentes. Até então a criança se encontra em uma fase passiva-receptiva; com os primeiros dentes a criança passa a uma fase sádica-ativa através da possibilidade de morder. O pricipal objeto de ambas as fases, o seio materno, se torna, assim, um objeto ambivalente. Essa ambivalência caracteriza a maior parte dos relacionamentos humanos, tanto com pessoas como com objetos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A fase oral apresenta, assim, cinco modos de funcionamento que podem se desenvolver em características da personalidade adulta:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O incorporar do alimento se mostra no adulto como um "incorporar" de saber ou poder, ou ainda como a capacidade de se identificar com outras pessos ou de se integrar em grupos;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O segurar o seio, não querendo se separar dele, se mostram posteriormente como persistência e perseverança ou ainda como decisão;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Morder é o protótipo da destrutividade, assim do sarcasmo, cinismo e tirania;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cuspir se transforma em rejeição e</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O fechar a boca, impedindo a alimentação, conduz a rejeição, negatividade ou introversão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O principal processo na fase oral é a criação da ligação entre mãe e filho.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A fase anal</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A segunda fase, segundo Freud, é a fase anal, que vai aproximadamente do primeiro ao terceiro ano de vida. Nessa fase a satisfação das pulsões se dirige ao ânus, ao controle da tensão intestinal. Nessa fase a criança tem de aprender a controlar sua defecação e, dessa forma, deve aprender a lidar com a frustração do desejo de satisfazer suas necessidades imediatamente. Como na fase oral, também os mecanismos desenvolvidos nesta fase influenciam o desenvolvimento da personalidade. O defecar imediato e descontrolado é o protótipo dos ataques de raiva; já uma educação muito rígida com relação à higiene pode conduzir tanto a uma tendência ao caos, aos descuido, à bagunça quanto a uma tendência a uma organização compulsiva e exageradamente controlada. Se a mãe faz elogios demais ao fato de a criança conseguir esperar até o banheiro, pode surgir uma ligação entre dar (as fezes) e receber amor, e a pessoa pode desenvolver generosidade; se a mãe supervaloriza essas necessidades biológicas, a criança pode se desenvolver criativa e e produtiva ou, pelo contrário, se tornar depressiva, caso ela não corresponda às expectativas; crianças que se recusam a defecar podem se desenvolver como colecionadores, coletores ou avaros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A fase fálica</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A fase fálica, que vai dos três aos cinco anos de vida, se caracteriza segundo Freud pela importância da presença (ou, nas meninas, da ausência) do falo ou pênis; nessa fase prazer e desprazer estão, assim, centrados na região genital. As dificuldades dessa fase estão ligadas ao direcionamento da pulsão sexual ou libidinosa ao genitor do sexo oposto e aos problemas resultantes. A resolução desse conflito está relacionada ao complexo de Édipo e à identificação com o genitor de mesmo sexo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Freud desenvolveu sua teoria tendo sobretudo os meninos em vista, uma vez que, para ele, estes vevnciariam o conflito da fase fálica de maneira mais intensa e ameaçadora. Segundo Freud o menino deseja nessa fase ter a mãe só para si e não partilhá-la mais com o pai; ao mesmo tempo ele teme ser que o pai se vingue, castrando-o. A solução para esse conflito consiste na repressão tanto do desejo libidinoso com relação à mãe como dos sentimentos agressivos para com o pai; em um segundo momento realiza-se a identificação do menino com seu pai, o que os aproxima e conduz, assim, a uma internalização por parte do menino dos valores, convicções, interesses e posturas do pai. O complexo de Édipo representa um importante passo na formação do superego e na socialização dos meninos, uma vez que o menino aprende a seguir os valores dos pais. Essa solução de compromisso permite que tanto o ego (através da diminuição do medo) e o id (por o menino poder possuir a mãe indiretamente através do pai, com o qual ele se identifica) sejam parcialmente satisfeitos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O conflito vivenciado pelas meninas é parecido, mas menos intenso. A menina deseja o próprio pai, em parte devido à inveja que sente por não ter um pênis (al. Penisneid); ela sente-se castrada e dá a culpa à própria mãe. Por outro lado, a mãe representa uma ameaça menos séria, uma vez que uma castração não é possível. Devido a essa situação diferente, a identificação da menina com a própria mãe é menos forte do que a do menino com seu pai e, por isso, as meninas teriam uma consciência menos desenvolvida - afirmação esta que foi rejeitada pela pesquisa empírica. Freud usou o termo "complexo de Édipo" para ambos os sexos; autores posteriores limitaram o uso da expressão aos meninos, reservando para as meninas o termo "complexo de Eletra”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A apresentação do complexo de Édipo dada acima é, no entanto, simplificada. Na realidade o resultado da resolução do complexo de Édipo é sempre um identificação como ambos os pais e a força de cada uma dessas identificações depende de diferentes fatores, como a relação entre os elementos masculinos e femininos na predisposição fisiológica da criança ou a intensidade do medo de castração ou da inveja do pênis. Além disso, a mãe mantém em ambos os sexos um papel primordial, permanecendo sempre o principal objeto da libido..</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A fase genital</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A última fase do desenvolvimento psicossocial é a fase genital, que se dá durante a adolescencia. Nessa fase as pulsões sexuais, depois da longa fase de latência e acompanhando as mudanças corporais, despertam-se novamente, mas desta vez se dirigem a uma pessoa do sexo oposto. Como se depreende da explanação anterior, a escolha do parceiro não se dá independente dos processos de desenvolvimento anteriores, mas é influenciada pela vivência nas fases anteriores. Além disso, apesar de continuarem agindo durante tod a vida do indivíduo, os conflitos internos típicos das fases anteriores atingem na fase genital uma relativa estabilidade conduzindo a pessoa a uma estrutura do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade adulta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">7 A Teoria Psicanalítica dos Transtornos Mentais</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A melhor maneira de definir “distúrbio” é caracterizá-lo como deficiência psicológica com repercussão na área emocional e interpessoal. Este termo caracteriza uma faixa que vai desde formas neuróticas leves até a loucura, na plenitude do seu termo. "Normal" seria aquela personalidade com capacidade de viver eficientemente, manter um relacionamento duradouro e emocionalmente satisfatório com outras pessoas, trabalhar produtivamente, repousar e divertir-se, ser capaz de julgar realisticamente suas falhas e qualidades, aceitando-as. A falha de uma ou outra dessas características pode indicar a presença de uma deficiência psicológica ou “distúrbio” mental.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Classificam-se os distúrbios mentais em 3 grandes tipos básicos:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">1º Tipo: Neurose</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É a existência de tensão excessiva e prolongada, de conflito persistente ou de uma necessidade longamente frustrada, é sinal de que na pessoa se instalou um estado neurótico. A neurose determina uma modificação, mas não uma desestruturação da personalidade e muito menos de perda de valores da realidade. Costuma-se catalogar os sintomas neuróticos em certas categorias, como:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">a) Ansiedade: a pessoa é tomada por sentimentos generalizados e persistente de intensa angústia sem causa objetiva. Alguns sintomas são: palpitações do coração, tremores, falta de ar, suor, náuseas. Há uma exagerada e ansiosa preocupação por si mesmo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">b) Fobias: uma área da personalidade passa a ser possuída por respostas de medo e ansiedade. Na angústia o medo é difuso e quando vem à tona é sinal de que já existia, há longo tempo. Se apresenta envolta em muita tensão, preocupação, excitação e desorganização do comportamento. Na reação fóbica, o medo se restringe a uma classe limitada de estímulos. Verifica-se a associação do medo a certos objetos, animais ou situações.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">c) Obsessiva-Compulsiva: A Obsessão é um termo que se refere a idéias que se impõem repetidamente à consciência. São por isto dificilmente controláveis. A compulsão refere-se a impulsos que levam à ação. Está intimamente ligada a uma desordem psicológia chamada transtornos obsessivo-compulsivo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">2º Tipo: Psicoses</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O psicótico pode encontrar-se ora em estado de depressão, ora em estado de extrema euforia e agitação. Em dado momento age de um modo e em outro se comporta de maneira totalmente diferente. Houve uma desestruturação da sua personalidade. O dado clínico para se aferir à psicose é a alteração dos juízos da realidade. O psicótico passa a perceber a realidade de maneira diferente. Por isso, faz afirmações e tem percepções não apoiadas nem justificadas pelos dados e situações reais. Nas psicoses, além da alteração do comportamento, são comuns alucinações (ouvir vozes, ter visões e delírios). Pode ser possuído por intensas fantasias de grandeza ou perseguição. Pode sentir-se vítima de uma conspiração assim como se julgar milionário, um ser divino, etc. As Psicoses se manifestam como:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">a) Esquizofrenia: apatia emocional, carência de ambições, desorganização geral da personalidade, perda de interesse pela vida nas realizações pessoais e sociais. pensamento desorganizado, afeto superficial e inapropriado,riso insólito, bobice, infantilidade, hipocondria, delírios e alucinações transitórias.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">b) Depressão: o estado depressivo, ao contrário, caracteriza-se por inatividade e desalento. Seus sintomas são: pesar, tristeza, desânimo, falta de ação, crises de choro, perda de interesse pelo trabalho, por amigos e família, bem como por suas distrações habituais. Torna-se lento na fala, não dorme bem à noite, perde o apetite, pode ficar um tanto irritado e muito preocupado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">c) Paranóia: caracteriza-se sobretudo por ilusões fixas. É um sistema delirante. As ilusões de perseguição e de grandeza são mais duradouras do que na esquizofrenia paranoide. Os ressentimentos são profundos. É agressivo, egocêntrico e destruidor. Acredita que os fins justificam os meios e é incapaz de solicitar carinho. Não confia em ninguém</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">3º Tipo: Psicopatias</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os psicopatas não estruturam determinadas dimensões da personalidade, verificando-se uma espécie de falha na própria construção. Os principais sintomas das psicopatias são: Diminuição ou ausência da consciência moral. O certo e o errado; o permitido e o proibido não fazem sentido para eles. Desta maneira, simular, dissimular, enganar, roubar, assaltar, matar, não causam sentimentos de repulsa e remorso, em suas consciências. O único valor para eles é seus interesses egoístas: Inexistência de alucinações; ausência de manifestações neuróticas; falta de confiança; Busca de estimulações fortes; Incapacidade de adiar satisfações; Não toleram um esforço rotineiro e não sabem lutar por um objetivo distante; Não aprendem com os próprios erros, pelo fato de não reconhecerem estes erros; Em geral, têm bom nível de inteligência e baixa capacidade afetiva; Parecem incapazes de se envolver emocionalmente. Não entendem o que seja socialmente produtivo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Referências</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Asendorpf, Jens B. Psychologie der Persönlichkeit. Berlin: Springer. 2004</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Carver, Charles S. & Scheier, Michael F. Perspectives on personality. Boston: Allyn and Bacon. 2000</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes médicas. 2000</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Etchegoyen, R. Horacio. Fundamentos da Técnica Psicanalítica. 2ª Ed. Porto Alegre-RS: Artmed. 2004</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Goodwin, C James. História da psicologia moderna. São Paulo-SP: Cultrix, 2005</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hothersall, D. História da psicologia moderna. São Paulo-SP: McGraw-Hill, 2006..</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sigmund Freud; Strachey, James. Edição standard brasileira das obras de Sigmund Freud, 24 V. Rio de Janeiro-RJ: Imago. 1996</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Psicanálisehttp://www.blogger.com/profile/14028413256743628630noreply@blogger.com0