terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O Si-Mesmo

Marcos Spagnuolo Souza

Existe um centro, um lugar central no interior da alma, com o qual tudo se relaciona e que ordena todas as coisas, sendo uma fonte de energia. A energia do ponto central manifesta-se na compulsão e ímpeto irresistíveis de tornar-se a imagem e semelhança do perfeito. Este centro não é pensado como sendo o eu, que é o centro da consciência, mas pensado como sendo o si-mesmo. Embora o centro represente, por um lado, um ponto mais interior, a ele pertence também, por outro lado, uma periferia ou área circundante, que contém tudo quanto pertence ao si-mesmo, isto é, os pares de opostos que constituem o todo da personalidade. Ao centro pertence, em primeiro lugar, a consciência, depois o assim chamado inconsciente pessoal, e finalmente um segmento de tamanho indefinido do consciente coletivo, cujos arquétipos são comuns a toda humanidade. O si-mesmo, apesar de ser simples, é, por outro, uma montagem extremamente complexa.

O Si-mesmo na alquimia chinesa, é denominado "corpo de diamante"; ele corresponde ao corpo incorruptível da alquimia, que é idêntico ao corpo glorioso da ressurreição.

O Si-mesmo está em oposição ao “eu” da consciência. O “eu” é apenas o ponto de referência da consciência, enquanto o si-mesmo inclui a totalidade da psique, ou seja, o consciente e o inconsciente.

Referência: JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.

Nenhum comentário:

Postar um comentário